segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Objetivo final: a Casa da Moeda

A turma do PT sempre mordeu os cofres públicos. Isso é velho como a Sé de Braga. Mesmo quando seus dirigentes exalavam o ar de santarrões, a plêiade de devotos e sacristãos fazia vistas grossas ao que se passava nos porões palacianos. Os homens são o estilo, parafraseando Buffon. Mas, continuando, não se chega ao governo sem algum treinamento prévio. Claro, ninguém se torna gatuno de um dia para outro, como num passe de mágica. É preciso - é fundamental - que o aprimoramento se dê, passo a passo, para que se tenha garantia de resultados no futuro. 

O inevitável começo se dá nas entidades estudantis e em associações voluntárias. Tal situação primordial opera como se fora um jogo de Banco Imobiliário: compra, venda, troca e aluguel de ativos, com a mediação de dinheiro de pouco ou nenhum valor real.

Em seguida passa-se aos sindicatos e outras organizações de natureza trabalhista e profissional. Agora a coisa esquenta. Numerário do gordo, e garantido, começa a fluir para os ávidos cofres de tais entidades. Articulados nos chamados coletivos, a turma passa a desviar a grana para financiar campanhas eleitorais da companheirada: vereador, prefeito, deputado, senador e presidente da república. Tudo perfeitamente justificável; pois, sindicato não é para lutar? 

Passada essa fase, inicia-se o período de colher o que se plantou anteriormente. A partir do controle de fatias do poder executivo, as tetas da gigantesca e sagrada vaca passam a ser sugadas implacavelmente. Há, agora, uma transformação importante. Não é mais o coletivo o destinatário das propinas inumeráveis, qualquer que seja sua forma ou aparência. 

O fluxo financeiro dirige-se então para o patrimônio privado dos antigos revolucionários e lutadores sociais: apartamentos de luxo, fazendas e boiadas, carros exóticos, lanchas, iates, hotéis e contas secretas no exterior, enfim, tudo que o bom e velho dinheiro pode comprar.

A arraia miúda, no entanto, não é esquecida. Ela necessita ser alimentada para funcionar como massa de manobra na defesa do eficiente modelo. Discursos e palavras de ordem carecem de vozes que os enunciem. Retira-se, então, alguma mixaria das poderosas empresas públicas, a fim de dar um capilé para a turma famélica de militantes de todas as causas, turma que cresce aos borbotões escorada em ONG's multifacetadas.      

Em esquemáticas  palavras, está apresentada a anatomia do fantástico universo de larápios do modelo lulo-petista. As roubalheiras na Petrobrás são apenas um detalhe, assim como o foi a gatunagem no Banco do Brasil, por ocasião do famoso mensalão. Aliás, a bem da verdade, consta que o mensalão desviou algo em torno de R$170 milhões de reais. Um troco, se comparado com os bilhões do petrolão. Há quem fique surpreso com a complexidade operacional do esquema. Seria muito mais eficiente se a turma saqueasse diretamente a Casa da Moeda. Lá eles poderiam imprimir até euros e dólares. É tudo papel colorido mesmo. E ainda contribuiria para sacanear Obama e seus pérfidos aliados neoliberais.


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