sábado, 13 de junho de 2015

Os jovens matam porque foram esquecidos pelo Estado? (Leandro Narloch)

Enterro de jovem estuprada no Piauí













O naturalista suíço Louis Agassiz tinha uma obsessão pelo racismo científico. Acreditava que as etnias eram espécies humanas separadas e que misturá-las transformava os homens em delinquentes e degenerados. Ao visitar o Brasil, em 1865, Agassiz deu uma olhadela pelas ruas do Rio de Janeiro e achou ter entendido a causa da pobreza e da criminalidade do país. “Quem duvida dos males da mistura de raças que venha ao Brasil, pois não poderá negar uma deterioração decorrente da amálgama de raças”, escreveu ele.

Agassiz foi vítima de dois erros. O primeiro é a falácia de relação e causa. Ele observou dois fenômenos acompanhados (mestiçagem e pobreza) e acreditou que um era a causa do outro. Também usou suas próprias bandeiras políticas para explicar o mundo –  uma armadilha mais ou menos assim: “eu defendo X; se algo acontece de errado no mundo, eu vou logo acreditar que é por falta de X e que não há outra solução senão X”.

Tem muita gente cometendo os mesmos erros hoje. De forma tão descuidada quanto o naturalista suíço, estão usando suas bandeiras políticas – a educação pública, a luta contra a miséria e a desigualdade – para explicar por que os jovens que cometem crimes.

Por exemplo, quando o ciclista foi esfaqueado na Lagoa Rodrigo de Freitas por menores de idade, o jornal Extra sugeriu que os garotos se tornaram assassinos porque não tinham ido para a escola.

Já a jornalista Claudia Collucci, ao falar sobre o silêncio ao redor do terrível estupro de quatro jovens no Piauí, parece ter esclarecido o que motivou os quatro menores envolvidos no crime:

Quem são esses menores? Semianalfabetos, usuários de drogas, miseráveis, com famílias desestruturadas e com histórias de loucuras, abusos e abandono.

É o caso de perguntar: o analfabetismo e a pobreza, que atingem dezenas de milhões de brasileiros, levam mesmo os homens jovens a raptar, torturar, estuprar, furar os olhos, apedrejar e jogar do penhasco meninas indefesas?

É verdade que, em muitos casos, a baixa educação e alguns fatores econômicos acompanham a violência. Mas daí há um bom caminho para provar que um é a causa do outro. É bem provável, por exemplo, que as centenas de piauienses que foram ao enterro de uma das vítimas e se consternaram com o caso tinham o mesmo perfil de escolaridade e renda dos agressores.

O próprio Piauí contraria a tese de que a miséria causa violência. Depois do Maranhão, é o estado mais pobre do Brasil. E um dos menos violentos – a taxa de homicídios só é menor em São Paulo e Santa Catarina. Agora imagine se multiplicássemos a população do Piauí por cinquenta e cortássemos 40% do seu território. Chegaríamos a um país como Bangladesh, onde 150 milhões de miseráveis convivem com uma das menores taxas de homicídio do mundo – apenas 2,5 homicídios por 100 mil habitantes, um décimo da taxa brasileira.

O perfil de internos de prisões para menores de idade também contraria a crença de que agressores são vítimas da miséria. Uma pesquisa da Fundação Casa de Campinas de 2013 mostra que, de 277 internos, 80% vêm de famílias com casa própria, e metade têm renda superior a 2 mil reais. As taxas de escolaridade dos menores presos eram similares às de fora da cadeia.

Se não é a pobreza, seria então a desigualdade o motor da pobreza? Essa eu deixo com o psicólogo americano Steven Pinker, autor de um excelente compêndio sobre violência humana, o livro Os Bons Anjos da Nossa Natureza. Pinker aponta uma falácia de relação e causa: países mais desiguais geralmente são mais violentos, mas isso não quer dizer que desigualdade cause violência:

O problema de invocar a desigualdade para explicar mudanças na violência é que, embora ela se correlacione com a violência se compararmos estados e países, não se correlaciona com a violência ao longo do tempo em um estado ou país, possivelmente porque a verdadeira causa das diferenças não é a desigualdade em si, mas características estáveis como a governança do estado ou a cultura, que afetam tanto a desigualdade como a violência.

Um exemplo que Pinker fornece é o dos Estados Unidos: a desigualdade atingiu um mínimo em 1968, quando a criminalidade estava no auge, e subiu entre 1990 e 2000, enquanto a violência despencou.

Outra razão sempre citada são as famílias desestruturadas. Crescer sem o pai ou a mãe leva os jovens ao crime? Difícil saber. Segundo o IBGE, em 16% das famílias brasileiras, a mãe cuida sozinha dos filhos (famílias só com o pai e os filhos são 2% do total). Mas somente 0,01% dos adolescentes comete crimes (a confiar na estatística de quem é contra a redução da maioridade penal).

O mais provável, nesse caso, é a relação inversa: em ambientes com maior criminalidade, é mais comum haver mães solteiras. Os filhos delas acabam virando criminosos não por falta do pai, mas porque crescem num ambiente criminoso. Pinker tem um raciocínio parecido:

Embora filhos indesejados possam vir a cometer crimes ao crescer, é mais provável que as mulheres em ambientes propensos ao crime tenham mais filhos indesejados do que a indesejabilidade cause diretamente o comportamento criminoso.


A ideia de que a ausência do Estado causa todos os problemas do mundo é sedutora. Mas na hora de estudar as origens da violência é melhor deixar ideologias de lado.

Coisas e pessoas, segundo Lula


Lula da Silva é pródigo em declarações que ficarão na história brasileira. Mais incrível que seus diagnósticos, no entanto, é a receptividade deles. Como o, ainda, poderoso chefão é uma máquina de produzir discursos os mais mirabolantes, os registros precisam estar bem datados. Analfabeto funcional, o ex-presidente tece considerações, com a maior facilidade, resultantes da mistura de alhos com bugalhos, apreendidos de oitiva, pois que não lê e nunca leu nada que não tivesse a única finalidade de lhe curar da insônia. Onde estará frei Betto para lhe fazer as devidas corrigendas? Ou, então, aquele outro frade famoso, o frei Boff, que se arvoram em consciência viva do mundo?

"Ficam levantando coisas contra as pessoas", eis o cerne do discurso lulista no último dia 12 de junho de 2015, não dentro da convencional caverna de Ali-Babá, mas em luxuoso hotel de Salvador, onde se reuniu a quadrilha que o ex-presidente comanda com mão de ferro. 

"Coisas contra pessoas" deve sr entendido da seguinte maneira: a imprensa divulga "coisas", ou fatos inquestionáveis sobre os malfeitores (vale dizer, as "pessoas"), que, no limite, quer significar ele próprio - Lula da Silva - atraindo a censura pública e, pior, a atenção da polícia e das autoridades judiciárias. As "coisas", ou a roubalheira, o tráfico de influência, a corrupção ativa e passiva, a improbidade administrativa e mais um rol de condutas capitaneadas no Código Penal, atingem Lula e outros cúmplices ("as pessoas") de maneira inequívoca. 

O mais espantoso, contudo, é a conclusão que a abominável criatura retira de suas considerações. Segundo ele, as informações que a imprensa divulga caracterizariam um projeto fascista ou nazista em curso contra o povo brasileiro. Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler não teria melhor discípulo. Aliás, a bem da verdade, o famigerado führer alemão, ele sim, é quem parece ter se reencarnado no bufão que é dono do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Brasileiros, o PT.

Lula apenas sangrou na veia da verdade. O petismo é que representa uma visão de natureza totalitária da política, assim como o é o comunismo e seu meio irmão, o fascismo. Os petistas, conforme já foi visto em inúmeras oportunidades, adoram imputar aos outros aquilo que eles mesmos fazem, ou pretendem fazer. É uma clássica lição leninista, quase sempre repetida com muito sucesso. Dona Dilma, na última campanha eleitoral, mostrou que aprendeu bem a lição. 

Uma conclusão provisória pode ser tirada: o país se encontra sob a ameaça totalitária. Seria bom que os interessados nos destinos do Brasil relessem, para começar, o clássico de Hannah Arendt - As Origens do Totalitarismo.   Seria um erro gravíssimo supor que o PT se subordinará às regras - e a seus efeitos - de um processo político democrático constitucional. Os efeitos perversamente pedagógicos do que fazem os petistas - mostrar de maneira escancarada que as leis podem ser violadas sem conseqüências negativas para os violadores - fortalecem na sociedade uma descrença e uma apatia generalizadas. Os crimes dessa gente ainda pedirão que se implante, aqui, um tribunal ao estilo de Nuremberg.     

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Piada pronta: doutor em sordidez joga lama nas pessoas de bem

(Publicado no Blog do Augusto Nunes)



“É a mais sórdida campanha de difamação que um partido já sofreu neste país” (Lula).

Declaração feita na abertura do congresso do PT em Salvador, acusando a imprensa de ter inventado o mais sórdido desfile de esquemas corruptos, maracutaias, negociatas e assaltos aos cofres públicos promovido por um governo e seus aliados em qualquer país do mundo.



quinta-feira, 11 de junho de 2015

Piada pronta: petistas temem o inferno

(Publicado no Blog do Augusto Nunes)


“Os derrotados de outubro de 2014 conseguiram mobilizar amplos setores da sociedade brasileira, que vão além dos eleitores de Aécio Neves. Enquanto isso, parte da maioria que elegeu Dilma Rousseff está perplexa e desmobilizada”.




Trecho do documento divulgado em março pela corrente majoritária, à qual pertence Lula, Partido que Muda o Brasil (PMB), que seria apresentado no congresso nacional do PT para deixar claro que, na opinião do grupo, Dilma é um fracasso.

Piada pronta: turma de Lula quer continuar no paraíso

(Publicado no blog do Augusto Nunes)


“O PT vem a público apresentar propostas de superação das dificuldades do momento, ao tempo em que nos fiamos na determinação e competência do governo da presidenta Dilma para nos liderar nessa travessia”.



Trecho do documento divulgado nesta semana pela corrente petista PMB (Partido que Muda o Brasil), à qual pertence Lula, reescrito para deixar muito claro no congresso nacional do PT que, na opinião do grupo, Dilma é um sucesso.

Entrevista de dona Dilma (Augusto Nunes)

"Na assombrosa entrevista ao jornal mexicano La Jornada, publicada em 24 de maio no Portal do Planalto, Dilma Rousseff insultou o Brasil que pensa com outra versão forjada para provar que não existem diferenças notáveis entre o maior esquema corrupto descoberto desde o Dia da Criação e um arrastão na praia de Copacabana. Para demonstrar que o noticiário sobre o Petrolão confirma que a imprensa faz muito barulho por nada, o neurônio solitário caprichou na vigarice aritmética.

“A Petrobrás tem 90 mil funcionários, quatro funcionários foram e estão sendo acusados de corrupção”, recitou. Tradução: em vez de destacar a cupidez de alguns gatos pingados, jornais, revistas, emissoras de rádio e canais de TV deveriam festejar com pompas e fitas os 89.996 funcionários que não atropelaram o Código Penal. A única faxineira do planeta que não consegue viver sem sujeira por perto sempre se supera quando instada a discorrer sobre o que chama de “malfeitos”.

E não há perigo de melhorar, avisa a reprise da tapeação inaugurada na conversa com o crédulo mexicano. Reapresentada neste 8 de junho, durante a entrevista à TV France 24, a tese ressurgiu com estranhas oscilações numéricas. “O escândalo da Petrobras não é escândalo da Petrobras, é escândalo de um determinado funcionário que era diretor na Petrobras”, ensinou Dilma na abertura do numerito. Em apenas quinze dias, os quatro larápios da declaração ao La Jornada foram reduzidos a um.  Paulo Roberto Costa, provavelmente.

No minuto seguinte, numa frase só, Dilma acabou com a solidão de Paulinho do Lula e reduziu dramaticamente o quadro funcional da estatal saqueada. “É muito importante entender que a Petrobras tem mais de 30 mil empregados e tem cinco envolvidos”, advertiu a doutora em nada. Portanto, os quatro que viraram um agora são cinco. E dos 90 mil funcionários de 24 de maio sobraram 30 mil. Nada menos que 60 mil desapareceram  sem explicações. É muita gente ─ mesmo para quem é capaz de transferir para a classe média multidões de miseráveis que continuam esmolando nas esquinas do Brasil.

Como fez com os leitores mexicanos, Dilma sonegou também aos telespectadores franceses a identidade dos responsáveis pela roubalheira colossal. Jornalistas deduziram que o quarteto de 24 de maio era composto por Pedro Barusco, ex-gerente, e três diretores nomeados por Lula e mantidos no cargo pela afilhada: Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque. Mas segue à espera de identificação o malfeitor que transformou o grupo em quinteto e Dilma manteve no anonimato. Talvez estivesse pensando em José Sérgio Gabrielli?.

Alguns otimistas incuráveis acham que os quatro viraram cinco graças à incorporação de Lula ao elenco da Lava-Jato. É uma hipótese altamente improvável. O ex-presidente não foi funcionário da Petrobras. Por enquanto, só estão na mira da Polícia Federal algumas doações suspeitíssimas da Camargo Corrêa ao Instituto Lula e à LILS, empresa que cuida das atividades do palestrante que não sabe escrever e jamais leu um livro. É só um cisco no monturo imenso. É um pedaço de lama no pântano amazônico.


Se a PF e a Justiça cumprirem seu papel, a continuação da história vai mostrar que acabou de entrar em cena o astro do elenco do primeiro épico político-policial à brasileira. No papel de chefão, naturalmente".

Nomes sociais: liberação geral


Os chamados GBLT defendem que seus membros possam usar seus nomes "sociais" nas escolas, ou onde mais queiram. Um travesti, por exemplo, se é conhecido como Sheila, que seja assim chamado e, não, pelo nome de batismo, como Rosenvaldo, por exemplo.

É uma demanda perfeitamente aceitável. Os demais poderiam usar, também, seus outros nomes "sociais", ou seja, pela forma como são conhecidos: Zé Guela, Tatu, Sacafundo, Tatarana, Pé de Ladrão, Muquiço, Pelé etc. A delirante imaginação popular - basta conferir os nomes e apelidos de jogadores de futebol, ou de colegas de infância - suportaria todos os desafios. 

As listas de chamada escolar produziriam verdadeiras obras-primas de criatividade.

Solução simples


Há um verdadeiro carnaval nas discussões em torno do uso dos banheiros - masculino ou feminino - pelos chamados GBLT, principalmente nas escolas. Para se evitar debates intermináveis, e inúteis, sobre quem é quem há uma solução simples. Mantenha-se a situação atual: meninos no banheiro dos meninos e meninas no banheiro das meninas. Os demais gêneros seriam atendidos por um terceiro banheiro. 

Maria do Rosário quer adotar os anjinhos do Piauí


Anjinhos do Piauí













A deputada petista Maria do Rosário pretende iniciar uma campanha de adoção de adolescentes traquinas. Para tanto ela vai dar o exemplo. Na ponta da fila, os anjinhos do Piauí, os mesmos que estupraram coletivamente algumas jovens (também menores de idade), e mataram uma delas. 

Parabéns, deputada, é assim que se faz. Um bom exemplo vale por mil palavras. Em vez de ficarem criando cães ferozes, as damas mais ilustres da sociedade deveriam se cercar de feras muito mais perigosas. A vida será toda uma emoção permanente.

Passeata pela paz















A turma de humanistas do Exército Islâmico, aquela mesma elogiada por dona Dilma na Assembléia Geral da ONU (onde defendeu bater um papinho com tais figuras para entender, amigavelmente, sua situação), resolveu fazer passeatas pela paz. E saiu em marcha batida, pronta para abater qualquer herege que não concorde com suas idéias.

Pedaladas: Dilma faz escola

General Sisi, faraó do Egito











O ditador do Egito, ao que parece, entrou na onda de dona Dilma. Comprou uma bicicleta e saiu por aí dando pedaladas às margens do Nilo. O herdeiro dos faraós, assassino notório, também quer humanizar sua imagem, igual a madame presidente. 

Difícil resistir a republicar a foto de dona Dilma, também dando suas pedaladas, entre as pirâmides de Brasília, o novo vale dos mortos.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Ex-marido de Dilma admite: o governo cometeu estelionato eleitoral (Ricardo Noblat)

Ex é quase sempre uma piada. O ex-marido, ex-deputado e ex-terrorista Carlos Araújo confirma tal julgamento. Considera o povo brasileiro um bando de idiotas. Segundo ele, dona Dilma só tomou conhecimento da gravidade da situação do país durante a campanha eleitoral do ano passado. Se há algum idiota nesta história não é o eleitor brasileiro. A madame já estava há doze anos no palácio do Planalto e nunca desconfiou de nada? 
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"Flávio Ilha, repórter de O Globo, perguntou ao advogado Carlos Araújo, ex-marido da presidente Dilma Rousseff, e conselheiro informal dela, se o ajuste fiscal era inevitável. Resposta:

- Sim. Quem ganhasse a eleição [presidencial do ano passado] teria de fazê-lo, com mais ou menos arrojo, com doses diferentes, mas teria de fazer.

- Então a tese de estelionato eleitoral é correta? – insistiu Flávio.

- Não diria isso. É que o governo tomou consciência da gravidade da situação durante a campanha eleitoral. E aí, no meio da eleição, não tem como mudar a política econômica. E nem dá para falar em crise, sendo governo, durante uma campanha eleitoral. Então, eu vejo que se tratou de preparar o país para, logo depois da eleição, adotar uma política para sair da crise.

Carlos quer que acreditemos que o governo só tomou consciência da “gravidade da situação” durante a campanha. Se de fato foi assim é muito grave. Porque qualquer economista pé rapado sabia muito tempo antes da eleição que a desastrosa política econômica do governo obrigaria o país a passar por um duro ajuste fiscal.

Carlos admite que houve estelionato eleitoral quando diz que durante uma campanha eleitoral o governo não pode falar em crise. Pode falar, como Dilma falou, que o país estava uma maravilha, e negar que fosse promover um ajuste fiscal caso se reelegesse. Mas não pode falar em crise.
Por negar a crise, pode mentir. Mas a verdade só pode ser anunciada depois de fechadas as urnas, contados os votos, proclamados os resultados.

Sei".


Transposição do São Francisco e o biodiesel


Trilha de jegue












No dia 07/06/2015 o jornal O GLOBO informou que outra das festejadas obras de Lula para combater a seca nordestina gorou mais uma vez. "Prevista para 2012", diz a reportagem, "a transposição do Rio São Francisco deve atrasar mais dois anos e ser concluída apenas em 2017".

No livro publicado em 2007, junto com o professor Herbert Martins - Biodiesel: Produção e Desafios - já alertávamos:

"A produção de biodiesel no Brasil vem sofrendo os percalços derivados de sua concepção. O atual programa é viciado de ingerências, de exaltações demagógicas e de lógica marqueteira. Pretende-se com ele fazer sonhar o 'pobre' nordestino, como já se tenta com a transposição do São Francisco, que nunca dará certo, pois se trata de 'loucuras' sem lastro. O biodiesel chegará sim a resultados por outros caminhos e com outras técnicas que não as propaladas pela propaganda usual. Até lá os improvisos, as precipitações, as sabotagens, os interesses oblíquos e eleitorais provocarão perdas de tempo preciosos de capitais. Um enxame de escroques já ronda o negócio, alguns cobrando royalties a preços obscenos para vender água com açúcar como se fosse elixir de longa vida".

O canal, conforme se pode ver na imagem, virou uma trilha de jegue.

Dilma: cheguei agora e a bicicleta nem é minha...

Dilma e seu ar de inocente



















Caprichando em seu angelical ar de inocência, dona Dilma negou qualquer participação sua nas mutretas da Petrobrás, durante recente entrevista dada a emissora francesa de televisão. Foi mais além: isentou a enrolada multinacional brasileira de qualquer culpa nos fatos do petrolão. 

A Petrossauro, conforme a denominava sabiamente o ex-ministro Roberto Campos, teria sido apenas uma inocente vítima de alguns dirigentes malévolos, acumpliciados com políticos desavergonhados e empreiteiros inescrupulosos. 

Parece a história de Chapeuzinho Vermelho - a inocente - seduzida e estuprada, não por um, mas por matilha de lobos. 

Tudo,enfim, resultado da omissão de u'a mãe desmiolada e uma avó bem safadinha escondida num cafofo da floresta, onde recepcionava caçadores furtivos. Claro, não se deve negligenciar o papel dos hormônios frementes de Chapeuzinho, doidinha para topar com um lobão cúpido no meio do caminho.

A Petrobrás foi, então, papada, docemente constrangida, por gulosos homens de negócios, em troca de pirulitos e alguns afagos. Um corpo de engenheiros e de técnicos altamente preparados teria sido levado na conversa por rufiões e aventureiros do tipo do ex-deputado Severino Cavalcanti, aquele que queria indicar um chegado seu para a "diretoria que fura poços". 

Dona Dilma e seus acólitos pensam que enganam alguém com tal teoria? Se há alguém inocente nessa história, são os empreiteiros, facilmente achacados, conforme sabem aqueles que conhecem a administração pública. 

O mecanismo mais singelo para saquear o dinheiro público é simples. Basta atrasar os pagamentos das faturas devidas ao longo dos contratos. Os empreiteiros são sufocados por demandas de capital de giro e, então, se rendem. Ou pagam ou quebram. O cálculo é elementar: estima-se o custo de oportunidade e toma-se uma posição racional. Com a experiência negativa do aperto anterior, passa-se a um acerto prévio com o contratante, azeitando-se o fluxo financeiro em prol de todos os envolvidos. As dificuldades desaparecem e a vida continua.

O Ministério Público deveria tomar como ponto de partida para analisar a corrupção, da Petrobrás e outros, o grau de fidelidade no cumprimento das obrigações devidas à execução das metas contratadas. Verá que muitos dos aditivos são decorrentes de recomposição de preços e valores. Caso os dirigentes fossem obrigados a seguir escrupulosamente o cronograma físico-financeiro, estaria estancada a maior fonte da corrupção endêmica que avassala o setor público brasileiro.