quarta-feira, 4 de julho de 2018

Cegos conduzindo cegos


Talvez tão só pelo espírito burlesco ou, então, para novamente exercitar velhos pendores terroristas, passou a circular (não só em Minas Gerais), uma aterradora notícia. Dona Dilma Roussef pretende ser candidata ao senado da república nas próximas eleições de 7 de outubro. Enfeitaria, é o que o lulo-petismo imagina, com garbo e proficiência, a chapa de Fernando Pimentel (velho companheiro de armas e de atentados contra a ordem social então vigente nos idos dos anos 60 e 70 do século passado), pretendente à reeleição para tristemente continuar a governar, ou desgovernar (há dúvidas a respeito), o grande estado das Alterosas. 

O conchavo, se de fato se concretizar, pode colocar na liderança política dos mineiros dois personagens decididamente marcados pela incompetência e pelas fraudes. Uma consulta à "capivara" de ambos envergonharia e coraria um frade de pedra. Tem tudo para não dar certo a loucura. Um retorno aos Evangelhos permite vislumbrar o possível destino dos mineiros. 

Em Mateus (15:14), por exemplo, consta a profética visão do Senhor:

     Deixai-os; são como cegos, guias de
     cegos. Ora, se um cego guiar outro
     cego, cairão ambos no barranco.  

Pieter Bruegel, pintor holandês do século XVI, retratou tal parábola em obra notável que vale a pena examinar. Lá estão registrados os componentes de uma troupe de cegos se movendo em direção à queda. À frente, Dilma e Pimentel, ou suas involuntárias caricaturas, numa imitação grotesca da arte pela vida. 



Os cegos de Bruegel têm uma vantagem em relação aos dois deploráveis petistas: não parecem ser surdos como estes, incapazes de ouvir a voz do povo, que já os julgou e condenou nas manifestações de rua no decorrer dos últimos anos. Se as façanhas de Dilma Roussef são sobejamente conhecidas, vale destacar a mais proeminente presepada de Pimentel: pagar ao funcionalismo público salário à prestação, ao estilo das Casas Bahia: um pouquinho hoje, uma beirada amanhã, outro restinho mais à frente e o sagrado salário vai sendo quitado em fatias.

Pimentel e Dilma, ao contrário do que imaginam, vão acabar abraçadinhos, no fundo do buraco. Mineiros não são surdos, nem cegos.  




 

Dias Toffoli: um peso e duas medidas



Em decisão monocrática, o rigoroso ministro do STF Dias Toffoli negou habeas corpus a um homem em estado de miserabilidade, condenado pelo furto de uma bermuda que custava R$ 10 – devolvida, aliás, à loja de onde foi retirada.

O site jurídico Jota publicou reportagem sobre o caso no último fim de semana. Segundo a Defensoria Pública da União, que atende o acusado, o homem é alcoólatra e morador de rua. Ele foi condenado a um ano e sete meses de reclusão pelo furto, pena mantida pelo TJ-MG e pelo STJ.

O MPF defendeu a concessão do habeas corpus, mas Toffoli negou argumentando que o réu é reincidente e, nesses casos, a implacável jurisprudência do STF impede a aplicação do princípio da insignificância. 


Esse é o mesmo Dias Toffoli que, também monocraticamente, decidiu que José Dirceu – criminoso contumaz condenado no mensalão e na Lava Jato – não pode ser submetido ao incômodo de uma tornozeleira eletrônica.