sábado, 6 de setembro de 2014

Marina X Dilma

Nos próximos debates televisivos, a questão do financiamento das propostas de campanha ocupará o centro do tablado. Dona Dilma, a presumida super-especialista em gestão pública, cobrará de Marina Silva uma explicação sobre como conseguir dinheiro para bancar seus projetos. A patusca dama, em vez de cuidar de suas sandices, resolveu meter o bedelho nas propostas alheias e, para isso, já calculou o custo do que Marina pretende fazer: R$140 bilhões de reais. Em vista dos delírios costumeiros e da confusão mental da madame, seria prudente ler tais números com a devida cautela. Podem ser maiores, podem ser menores; com dona Dilma nunca se sabe, em vista de sua tontería, como dizem os espanhóis.

Marina pode armazenar na ponta da língua a réplica fulminante: o dinheiro virá da economia com a corrupção. Só na roubalheira praticada na Petrobrás já dará para alcançar uns R$70 bilhões. Apurados os desfalques e trapaças no BNDES, ELETROBRÁS e o restante do sistema elétrico, a conta fecha fácil fácil, e ainda sobrará dinheiro para aumentar o valor da bolsa família. Marina ainda poderia tripudiar para enfurecer a outra: "É simples, minha querida. É simples. Basta fazer uma conta de padeiro, tal como recomendou seu diretor da Petrobrás, aquele que está recolhido na cadeia lá no Paraná. Mais fácil que isso só se for para subtrair 7 de 10. Qualquer patroa consegue entender".

A primeira medida da futura administração Marina deveria ser, isso sim, uma auditoria completa nas contas públicas, para se dimensionar o montante do desvio de dinheiro durante o governo Dilma e seu antecessor. Uma comissão presidida por alguma figura reconhecida por sua probidade - o ex-ministro Joaquim Barbosa, por exemplo - com o auxílio de entidades e técnicos especialistas no assunto, deverá anteceder uma subsequente cobrança para devolução aos cofres da nação de tudo que foi surrupiado pelos gatunos durante os últimos doze anos, a começar pela farra nos fundos de pensão. 

A pelegada sem vergonha - verdadeiro pleonasmo - se tivesse aquilo que não tem, deveria estar cobrando de dona Dilma uma devassa na Petrobrás e, não, ficar fazendo acusações ridículas e infundadas a Marina sobre palhaçadas a respeito do pré-sal. A Petrobrás, e tudo que diz respeito à situação energética brasileira, não são casos de debate econômico ou estratégico sobre os rumos a seguir. A Petrobrás é, já há muito tempo, um caso de polícia e, como tal, precisa ser tratada.    

Recado dos orixás

Não creio em bruxas, mas que elas existem, existem, reza o ditado ibérico. A sabedoria ensina, ainda, que a leitura dos sinais que nos são enviados é conduta de boa política. Não acatá-los é sintoma da hubris, da loucura, da soberba.  Os anjos que, dizem, povoam a Terra transmitem mensagens aos homens de todos os lugares. Cabe aos interessados fazer a devida interpretação. Os intermediários espirituais, esclareça-se, são conhecidos por diferentes nomes nas inúmeras culturas humanas. 

Na Bahia, a velha Bahia de todos os santos, os orixás se encarregam de fazer as necessárias transações metafísicas com a humanidade. Provavelmente foi Xangô - o orixá da justiça - quem deu o alerta para Lula da Silva. Em recente comício dos petistas, em Salvador, o boquirroto sindicalista insistia na reiterada difusão de suas habituais mentiras, sobre um indefectível palanque, lugar de onde ele nunca desceu em toda sua vida. Parece que foi parido em cima de um, e condenado a nele ficar para sempre, como o amaldiçoado barqueiro do inferno impedido de abandonar seu tenebroso ofício.
  
Não desceu do palanque, nem desce; é o seu destino. Mas esborrachou-se em sintomática queda, tocado que foi por bafo de inescrutável origem. Enevoado de marafo, mal pode permanecer de pé; desabou ao chão, grotescamente, desprovido dos amparos que sempre teve (no  mínimo, da providencial ajuda de algum puxa saco, sempre disponível e pronto para escorar o cafajeste ensandecido). 

Os augúrios não são bons para Lula, Dilma e o petismo. A trama do petrolão (mistura de Petrobrás com mensalão), anuncia-se com todas as letras e números, notadamente estes. Se os fatos que estão vindo à tona se revelarem verdadeiros - como parecem ser - o cenário eleitoral pode assumir nova configuração. A responsabilização de dona Dilma pela roubalheira na estatal (que ela controlava com mão de ferro), permite imaginar uma disputa final pela presidência da república entre Marina e Aécio, isso se a socialista não vencer no primeiro turno. Marina não responde por eventual envolvimento do finado Eduardo Campos em alguma estripulia. Afinal, ela está afiliada ao PSB há menos de um ano. Nada sabia, nem tinha como saber, que o ex-candidato do qual ela foi vice, também estava na teia de corrupção comandada pela diretoria da Petrobrás. 

Dona Dilma, ao contrário, não tem como escapar das graves acusações publicadas a partir das revelações de Paulo Roberto Costa, o clone de Marcos Valério. Lula, então, nem precisaria de investigação ou processo. Suas responsabilidades, pelo que se divulga, são antigas e insofismáveis. A estrebaria do Planalto se apresenta ao povo brasileiro a cada dia mais suja. Difícil não simpatizar com a hipótese de privatização de todas as empresas públicas. Elas constituem a cornucópia de onde jorram a merda e o dinheiro que empesteiam o país. 

Marina Silva recebeu de graça a resposta a ser dada aos seus detratores, sobre a fonte do dinheiro que ela precisaria mobilizar para implantar seus projetos. Bastaria estancar a roubalheira na Petrobrás e outras empresas públicas ou de economia mista. Nada de ficar com explicações tecnocráticas. Para o entendimento do comum dos mortais tal explicação basta. 

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Abriram os sarcófagos

"Artistas e intelectuais que votam em Dilma organizam encontro no Teatro Casa Grande, no Rio, no próximo dia 15. Tentam repetir evento de apoio de 2010, realizado no mesmo lugar. Entre os convidados estão o teólogo Leonardo Boff, a filósofa Marilena Chauí, a economista Maria da Conceição Tavares e o ator José de Abreu".

A notícia foi publicada em conhecida coluna social da FSP, em 05/09/2014. Esta é, certamente, a melhor sinalização sobre o destino final da candidatura de dona Dilma. Figuras decrépitas com ideias igualmente decrépitas: todos em estreita sintonia com a madame e o que ela representa.

Marina se torna, a cada dia, mais e mais favorita. 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Dilma e Marina

O poder fez bem à dona Dilma. Engordou e esticou as pelancas. O rosto, não se sabe se decorrente de toneladas de pancake, botox ou cirurgia plástica, parece bunda de bebê de tão liso. É visível que fica com um carão assim meio chapado, incapaz de expressar algum tipo de sentimento; não mostra um vinco, uma ruga sequer que remeta a sofrimento ou dissabores passados. 

A vida dela deve ter sido só alegria. Uma máscara mortuária teria mais vivacidade. O estranho penteado lembra línguas de fogo congeladas. Seu atrativo fica no jeitão de caminhar, ao estilo John Wayne, pernas arqueadas de quem vive no lombo de um cavalo, pronta para sacar a pistola poderosa e fulminar o bandido no meio da rua empoeirada. Pam, pam, pam! e vamos para outro duelo, que ainda tem muita bala no coldre.

Marina Silva, ao contrário, apresenta-se cheia das marcas e cicatrizes que testemunham - na testa, nas bochechas, no pescoço, nos cabelos e nos beiços - as dificuldades de toda uma vida, em perfeita sintonia com um corpo espigado e frágil. Marina Silva exala humanidade. A outra sugere um clone inservível, um golem, mal construído como todo golem em sua falsidade essencial. 

Quando postas lado a lado, o resultado é impactante, em especial nos momentos de debates televisivos. Marina responde firme e serenamente às indagações e críticas. Dona Dilma, desajeitada nos modos e nas ideias, fica a catar num papelório que carrega, cheio de números que nem ela entende, alguma sustentação para suas enxundiosas alegações, tartamudeante. Se der uma rajada de vento, ou se alguém ligar na hora um ventilador, os papéis da madame voarão para tudo quanto é lado. Seria impagável a cena, digna de um pastelão! Talvez ela reagisse com um piripaco, em desespero, o que seria bom para ela, pois a humanizaria. O responsável pelo ventilador deverá, contudo, amarrar Marina na cadeira; evitará que seja levada pela ventania.

Vista de longe, dona Dilma remete à imagem de uma fria boneca inflável.

A ingratidão, ou Marina, Jânio, Collor e Lula

Dona Dilma e Lula, além de seus cachorrinhos treinados para latir aos passantes, passaram a acusar Marina Silva de reproduzir o figurino de Collor e Jânio, cujos mandatos não chegaram a um final regular. O primeiro, por ter sido cassado pelo Congresso devido à sua volúpia por dinheiro ilícito. O segundo, por outra volúpia também incontrolável: as forças ocultas adormecidas no fundo de inumeráveis garrafas de cachaça. Um, louco por dinheiro e, o outro, louco por álcool. Achar que não tinham apoio parlamentar para cumprir seus mandatos é de uma tolice e ignorância sem medidas. Qualquer eventual chefe de executivo (municipal, estadual ou federal), mesmo que não tenha sido eleito com um parlamentar que seja de sua sigla, arregimenta quantos aliados quiser a um simples aceno. Cães sarnentos se agrupam docilmente em volta do cocho e do dono do cocho. Os petistas sabem disso. Basta observar como se deu a criação de legendas de aluguel no período petista - como o PROS e o PSD - a partir da desidratação do velho PFL, PSDB, PPS e outros.  

É verdade que Lula, fusão das duas loucuras (dinheiro e aguardente), só não foi cassado por soberba dos tucanos e por ter o Congresso uma coleção de personalidades sempre sensíveis a uma boa oferta, independentemente do partido a que pertençam. O fatiamento do Estado feito por Lula distribuiu um quinhão a todos que se dispuseram apoiá-lo, ou a não votar contra os seus interesses no dia-a-dia do Parlamento.

Tais fatos, e é disso que se trata, são conhecidos por todos que acompanharam a trajetória da mais compacta e eficiente quadrilha que já assaltou os cofres públicos a partir de 2003, seja aqui no Brasil ou em qualquer outro lugar. Há exceções notáveis entre os possuidores de mandato popular, é certo, mas a maioria admite uma peita que pode ser, até, aquela que seduziria o desembargador Amado: nada de dinheiro, pois dono de incalculável riqueza, não se tocava pela pecúnia, mas um pato gordo ou dois salmões do Minho..., ah! aí não havia como resistir.

A eleição de Marina Silva, a cada dia mais que provável, se insere no processo costumeiro de sociedades subjugadas por uma carapaça burocrática e política de natureza parasitária, sumamente asfixiante, portanto, que não permite encontrar saídas eleitorais do tipo daquelas possíveis em sociedades mais estruturadas. Lideranças carismáticas constituem, então, a única saída para sacudir o galho, com força e determinação suficientes, até se ver onde os macacos vão parar. Marina está cumprindo esse papel de espalha-brasas.

Dona Dilma espera contar com o apoio decidido dos clientes da bolsa família para ser reeleita. Pode estar incorrendo numa doce ilusão. Benefícios recebidos não se traduzem automaticamente em gratidão política. Aliás, gratidão de nenhuma espécie.

O Evangelho relata a história dos doentes e estropiados que ganharam a cura por intervenção do Divino Mestre (a clientela do SUS da época). Quantos dos empesteados se dignaram a dizer sequer um muito obrigado? Não era para pagar, ou dispender algum recurso em gratidão pelas graças recebidas. Somente para dizer algo do tipo: "valeu, amigão!" ou coisa que o valha. Ao que consta, apenas dois, da multidão incalculável que recuperou a saúde, o maior bem que alguém pode ter na vida. Augusto dos Anjos, notável poeta e conhecedor da alma humana já versejava: "A ingratidão, essa pantera...".

Definitivamente, a gratidão não é uma variável política. Os exemplos existem aos montes. Quem não sabe de algum exemplo, onde um sujeito qualquer fez todos os favores possíveis a alguém, e este alguém, na primeira oportunidade, dá naquele um facada pelas costas? Quem? Basta recuperar as experiências pessoais, e os muitos casos na própria família, que encontrará a ingratidão permeando não poucas situações quer históricas quer do simples cotidiano.

O próprio senador Collor de Melo, devoto aliado de Lula e Dilma, recebe como paga pela sua lealdade aos patifes que o insultaram, a divulgação de seu nome em propaganda que o desmoraliza. Collor ficou no papel do sapo que carrega escorpiões nas costas. Ao chegar na outra margem do rio, em vez de obter algum agradecimento pelas vidas que salvou, recebe ferroadas mortais. O PT é um dos casos mais notórios a exemplificar a alma dos perversos. São piores que os primitivos crocodilos. Estes matam para comer; é da vida, da sobrevivência, pode-se aceitar. Petistas, ao contrário, são como escorpiões que matam por matar, apenas para não renegar a própria natureza. Ai de quem se fia nessa gente.

A turma de dona Dilma (não é o título original)

(Publicado no blog do Reinaldo Azevedo, em 03/09/2014)


Maluf diz ficar envaidecido de ser chamado de “Sr. Propina” e, elogiando Dilma, afirmou ser “comunista perto do PT de hoje”


"Na semana em que teve sua candidatura impugnada pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) realizou uma carreata nesta quarta-feira (3) com direito a fogos de artifício, chuva de papel picado e carro de som na zona leste da capital paulista.
O ex-prefeito de São Paulo, que foi chamado de “Mr. Kickback” –ou “Sr. Propina”, na tradução livre– em uma campanha mundial contra corrupção, lançada nesta terça-feira (2) pela organização não governamental suíça Transparência Internacional, afirmou que fica até “envaidecido de estar importunando uma entidade europeia.”
“De uma certa maneira, eu fico até envaidecido de estar importunando uma ONG na Europa. Eu pensava que só importunava picaretas brasileiros, mas agora eu vejo que importuno picareta da Suíça”, disse.
De acordo com ele, membros da organização suíça estariam sendo processados por “coisas indecorosas”. “Eu recebi uma informação de que dois diretores deles estão sendo processados por coisas indecorosas. Eu não me incomodo com isso”, afirmou Maluf, que disse também ficar “envaidecido” de ver seu “trabalho dar coceira em pessoas que vivem na Europa”.
A campanha intitulada “Desmascare a Corrupção”, que tem como objetivo pressionar o governo suíço a mudar a legislação sobre sigilo bancário no país, Maluf é acusado de ter desviado US$344 milhões (ou o equivalente a R$ 770 milhões) durante seu mandato como prefeito de São Paulo (1993-1997). O ex-prefeito sempre negou as acusações de corrupção.

Aniversário

No dia em que o parlamentar completa 83 anos, um carro de som com o logotipo “Loucuras de Amor” o esperava no ponto de encontro para o início da carreata. Na sua chegada, foi tocada a música “Parabéns da Xuxa”.
(…)

Comunista

O ex-prefeito de São Paulo também elogiou a presidente Dilma Rousseff e disse que admira o PT porque tornou-se um partido de “centro para centro-direita”.
“Eu me sinto comunista perto do PT de hoje”, afirmou.
(…)

Voltei

Dizer o quê? Cada um sabe do que se orgulha, não é mesmo? O de Maluf é absolutamente justificado!"

Petrobrás e dona Dilma: agenda para as oposições de verdade

O jornal Estado de São Paulo publicou (03/09/2014), a entrevista que segue abaixo, com o ex-diretor da Petrobrás, professor Ildo Sauer. É de se perguntar quais seriam as razões de tão graves denúncias não estarem presentes no horário eleitoral. Dona Dilma, evidentemente, nada responderia se indagada a respeito em algum debate televisivo. As oposições deveriam, então, colocá-las no horário da propaganda eleitoral, em vez de ficarem passando filmezinhos edulcorados (que todo mundo sabe que são fantasias e pura marquetagem), destinados antes de mais nada a enricar produtores de vídeo. Se as oposições pretendem ganhar, o primeiro passo é reforçar o sentimento de rejeição a dona Dilma e seus aloprados corruptos. Quem não vota em dona Dilma de jeito nenhum já deu o primeiro passo para fazer uma escolha mais sensata. Se os tucanos temem mexer no vespeiro do mensalão, exponham simplesmente a coleção de trapaças mais notórias, principalmente aquelas em que a deplorável madame está envolvida diretamente. O carro chefe para se iniciar o embate é a Petrobrás. É incrível que se fique a debater trivialidades sobre técnicas gerenciais e orçamentárias, ou então algum não-me-toques de interesse de alguma minoria, e se deixa passar a oportunidade de mostrar a extensão da nudez de dona Dilma e afilhados. Há indagações incríveis que não têm resposta. Exemplo banal: "Como dona Dilma justifica guardar R$150 mil reais debaixo do colchão? Ela não confia no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal? Por que não depositar em caderneta de poupança, como fazem as pessoas comuns? Aliás, falando em bancos, o presidente do Banco do Brasil, também guarda enormes somas de dinheiro em sapato velho dentro do armário. Dona Dilma não acha isso, no mínimo, meio esquisito?"

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O senhor teve acesso ao resumo executivo para compra da refinaria de Pasadena feito por Cerveró?

O sumário executivo serve como notícia de que há uma pauta. Os membros do conselho e mais ainda o presidente (do órgão) têm acesso a toda documentação. E o estatuto permite a ele pedir qualquer informação adicional à diretoria ou contratar consultoria externa. Ninguém decide com base em resumo. Isso é uma piada.

A presidente Dilma Rousseff diz que se baseou em um resumo executivo "falho" para aprovar a compra da refinaria. 

Eu conheço a senhora Rousseff  há pelo menos 14 anos. Ela se notabiliza por procurar um culpado sempre que aparece um problema. Essa é a competência dela. Ela deve ter visto que havia algum problema e chutou na canela do Nestor(Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional). Como presidente do conselho, ela dizer que o resumo executivo era falho é uma piada. O estatuto diz que é privativa do conselho a decisão sobre aquisição e participações em empresas. 

Como era a relação da presidente com o ex-diretor Nestor Cerveró?

O diretor é subalterno ao conselheiro. A presidente dizer que era tutelada pelo diretor, que lhe faltou informações completas, é uma inversão completa da lógica. Mas não me surpreende. Por que a conduta histórica dela é essa, muito errática. Quem impediu que a Petrobrás aceitasse o resultado da primeira arbitragem contra a Astra, quando os belgas fizeram a put option, foi o conselho (de administração).  Isso está nos autos.

Mas todo o conselho ou só a presidente?

O presidente do conselho representa o governo dentro da empresa. Os demais conselheiros são eleitos pelos votos do majoritário, o governo, e pelos minoritários. Há um ritual de aceitação da superioridade do governo. Quando há divergência de interesses entre a empresa e a política do governo gera conflito. 

Havia conflitos?

São notórias as divergências. Primeiro, as minhas com ela quanto à conduta do setor elétrico, que virou esse desastre. Também dela com o Gabrielli (José Sergio Gabrielli, ex-presidente da estatal). O ambiente ficava pesado. Não vou falar dos outros. Havia uma nítida situação de quem representava quem lá dentro. Eu e o Estrella tínhamos convicção de que éramos apenas representantes dos interesses da Petrobrás, seus acionistas e da população brasileira. Nenhum interesse estava atrás de nós.

E dos demais diretores?

À medida que foram sendo nomeados despachantes de interesses... É uma pequena ironia. Quando fui demitido, diz o folclore que o Lula (ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva) se queixou a um deputado que eu não ajudava e que ele estava muito impressionado com a ajuda de Paulo Roberto, que “ajudava” muito. Eu não ouvi dele, ouvi de intermediários.

Como assim despachante de interesses?

O governo de coalizão do presidente Lula passou a permitir que grupos de parlamentares e partidos se reunissem para indicar dirigentes.  Não sei por que eles estavam lá; se é para fazer gestão eficaz não precisa ter apoio de partido. Não me envolvia com isso por que não achava que era pertinente. Acabei demitido por que diziam que eu não ajudava. O que seria 'ajudar', até hoje eu não sei.

Quando esse processo começou?

O ambiente na Petrobrás começou a ficar envenenado, em primeiro lugar, nessa relação conflituosa com o TCU, na definição clara dos papeis de cada um para evitar a zona de sombra que envolve recursos. Depois, quando o petróleo explodiu de preço, a Petrobrás passou a investir US$ 30 bilhões, 40 bilhões, 50 bilhões por ano. Então ela virou foco de interesse da chamada base de apoio político. Leia-se partidos e políticos. Que passaram cada vez mais a querer indicar dirigentes. O governo de coalizão do Lula aprofundou aquilo que já vinha do governo Fernando Henrique.

Você percebia essa influencia no dia a dia da empresa?

Não só sentia como me manifestei publicamente. Em dezembro de 2006 dei uma entrevista e depois recebi uma ligação do então ministro de Minas e Energia (Silas Rondeau) dizendo que o presidente da República tinha ficado injuriado e que teria consequências. Era o período de auge de divergências. Eu disse (na entrevista) que quem criticava minha gestão é quem não entendia o papel do dirigente de uma empresa pública. Aqueles que me criticam, exigindo a venda gás pela metade do custo para fazer uma usina no Ceará, como era a pressão do governo na época, na verdade queriam converter o dirigente num despachante de interesses.

O que disseram após a entrevista?

Avisaram que isso não era tolerável. Fiz isso publicamente, pois internamente não tinha mais sentido manifestar a minha convicção. Ouvi da própria Rousseff: “O Ildo não é do governo, ele é um petroleiro”. Que lambança é essa? Não tem divergência nenhuma entre defender a Petrobrás, para que funcione como empresa, e ajudar o governo, desde que o governo queira fazer o que precisa ser feito.

O senhor tinha conhecimento de irregularidades?

Quando isso acontece, acontece com muita sutileza. O despachante é bom quando faz tudo e nada transparece. Parecia que aquilo de fato era o que precisava ser feito. Examinei Pasadena com todo rigor em termos técnicos e empresariais. Agora se havia alguma coisa escondida... Cabia ao conselho fiscalizar os diretores. Não os diretores olhar com desconfiança os colegas. É evidente que tendo em vista a história anterior dos gestores, tinha que olhar com todo o rigor.

As indicações políticas influenciaram o negócio de Pasadena?

Quem pode responder são os próprios gerentes que fizeram as negociações ou uma investigação policial em torno das negociações e, eu sugiro, lá fora. Se houve algo de errado, então o Ministério Público e a Polícia Federal tinham que investigar quem fez, e não generalizar.

Há politização das investigações de Pasadena?

O que não entendo é por que abrir uma questão sete anos depois do ocorrido? Esse procedimento abre um precedente extremamente grave na gestão de empresas públicas. Nenhum dirigente sério e competente vai querer assumir em um ambiente desse tipo e vão para lá os despachantes de aluguel, os que alugam crachá para fazer qualquer coisa, como aquele que está na cadeia hoje.

É um desafio diferenciar a sua conduta à do ex-diretor Paulo Roberto Costa?


Não há nenhuma dificuldade. Quem junta os diferentes em um lugar só é esse relatório do TCU, que não examinou individualmente a responsabilidade de cada um.  Eu e o Estrella (Guilherme Estrella, ex-diretor de Exploração e Produção) estamos muito mais distantes do assunto do que o Conselho de Administração (eximido de responsabilidade pelo Tribunal). 

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Dona Dilma fugiu do pau...

(Publicado no blog do Ricardo Setti, em 03/09/2014)

A campanha de Pimenta da Veiga deveria seguir o exemplo do Jornal da Globo. Construir um monte de perguntas a serem feitas ao filhote de Dilma - Fernando Pimentel - a fim de esclarecer o eleitorado mineiro sobre os riscos que este está correndo. A hipótese de uma rápida campanha PIMENTINA também deveria ser considerada.
Segue abaixo o texto de Setti com o relato do vergonhoso comportamento de dona Dilma, a pusilânime:

"Tal como previsto, a presidente Dilma Rousseff não compareceu à entrevista que, por sorteio entre os principais presidenciáveis, deveria ter concedido ao Jornal da Globo, iniciado às 00h05 de hoje, quarta-feira.
O âncora William Waack — sem dúvida um dos melhores entrevistadores do país, que conhece em profundidade os temas de que trata e não faz média com personalidades de qualquer tipo — anunciou, após o nóticiário diário das atividades dos três candidatos mais bem situados nas prévias, que a presidente “se recusou” a dar a entrevista, acrescentando: “Naturlamente, um direito dela”.
Explicou que, com as entrevistas — a de hoje será com Aécio Neves (PSDB) –, o telejornal pretende “ajudar os eleitores” em sua escolha.
Se fosse uma candidata à Presidência que tivesse efetivamente o que dizer aos brasileiros, sem os floreios, recursos técnicos e fantasias do horário eleitoral obrigatório, Dilma consideraria haver perdido 23 preciosos minutos — tempo que o JN dedicou a Marina Silva, na madrugada desta terça-feira — de exposição livre e sem rodeios ao eleitorado.
Como demonstrou no debate transmitido pelo SBT, porém, a presidente não consegue se dar bem com perguntas e precisa consultar papelada preparada para sua assessoria para não tropeçar.
Waack e sua colega de bancada mostraram ao público as perguntas que fariam à presidente, caso ela não houvesse fugido da raia. É claro que, como sempre ocorre, as respostas propiciariam novas perguntas e que o elenco, portanto, seria maior do que o de abaixo.
Mas vejam como havia temas difíceis para Dilma:
1. Os últimos índices oficiais de crescimento indicam que o país entrou em recessão técnica. A senhora ainda insiste em culpar a crise internacional, mesmo diante do fato de que muitos países comparáveis ao nosso estão crescendo mais?
2. A senhora continuará a represar os preços da gasolina e do diesel artificialmente, para segurar a inflação, com prejuízo para a Petrobras?
3. A forma como é feita a contabilidade dos gastos públicos no Brasil no seu governo tem sido criticada por economistas, dentro e fora do país, e apontada como fator de quebra de confiança. Como a senhora responde a isso? 
4.  A senhora prometeu investir R$ 34 bilhões em saneamento básico e abastecimento de água até o fim do mandato. No fim do ano passado, tinha investido menos da metade, segundo o Ministério das Cidades. O que deu errado?
5. Em 2002, o então candidato Lula prometeu erradicar o analfabetismo, mas não conseguiu. Em 2010, foi a vez da senhora, em campanha, fazer a mesma promessa. Mas foi durante o seu mandato que o índice aumentou pela primeira vez, depois de 15 anos. Por quê?
6. A senhora considera correto dar dentes postiços para uma cidadã pobre um pouco antes de ser feita com ela uma gravação do seu programa eleitoral de televisão?"

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Dona Dilma, a nona passageira

Fernando Pimentel não é o verdadeiro candidato da oposição ao governo de Minas Gerais, tal qual muitos podem imaginar. A suposta novidade, apresentada em melífluas propagandas televisivas, é só uma ilusão, que cabe desvendar, pois pode levar os eleitores mineiros a se comportar como estão fazendo, segundo indicam pesquisas de opinião que apontam Pimentel à frente da disputa estadual. Pimentel é, na realidade o candidato da pior forma de continuidade; a continuidade da corrupção, da incompetência e da mistificação que tão bem caracterizam os governos petistas. 

Pimentel saiu direto dos porões onde foram gestadas as pretensões dele, de Marcelo Crivela, de Alexandre Padilha e de Gleisi Hoffman aos governos estaduais de Minas, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, respectivamente. O palácio do Planalto operou, assim, tal como se conta naquele filme de ficção - Alien, o oitavo passageiro - onde um monstro pavoroso expele seus ovos que, após chocados, geram outros Aliens que vão se alimentar de outros seres vivos, em perpétua multiplicação. 

Dona Dilma - a nona passageira - encastelada na chocadeira palaciana, tenta reproduzir, em alguns dos principais estados da federação, as mesmas estruturas nefastas que caracterizam o lulo-petismo nacional. Não são ovos de uma simples serpente, mas de uma criatura teratológica com assombrosa capacidade para o mal.

Enviou, pois, suas crias para locais onde o petismo nunca houvera antes obtido qualquer vitória. No caso do Rio de Janeiro, fez uma inovação: terceirizou a monstruosidade através de um notório personagem - ex-ministro da Pesca - bispo de conhecida igreja neo-pentecostal, famosa pela devoção, menos ao Divino Mestre que a Anás e Caifás (oh! Senhor, onde estás com Seu chicote purificador?). 

Já em relação a Minas Gerais, Paraná e São Paulo, os escolhidos para comandar a pérfida operação foram os também ex-ministros da Indústria e Desenvolvimento (Fernando Pimentel), da Casa Civil (Gleisi Hofman) e da Saúde (Alexandre Padilha), todos eles filiados ao PT e todos, também, bem alimentados por repulsiva gosma, pois que, afinal, são os favoritos da mamãe Alien. 

Até agora, felizmente, o tenebroso projeto de dona Dilma (em estreita parceria com Lula), deu com os burros n'água no Rio, no Paraná e em São Paulo. Apenas em Minas Gerais, talvez pela soberba dos tucanos mineiros, um dos filhotes da horrenda ET trabalha com alguma perspectiva de vitória.

Caso Fernando Pimentel efetivamente ganhe as eleições para governador, este resultado será muito mais grave para o PSDB local que a derrota de Aécio no plano nacional. Aécio simplesmente não ganharia a presidência, enquanto Pimenta da Veiga perderia o governo que os tucanos controlam há mais de uma década. Não ganhar o que não se tem é uma coisa; perder aquilo que se possui é outra completamente diferente.

Os marqueteiros tucanos, ao que parece, ainda não conseguiram desenhar um novo mapa para responder à mudança do cenário eleitoral, conjuntura que se constituiu com a candidatura Marina Silva, alçada à condição de favorita, quase que incontinenti ao seu lançamento após a morte de Eduardo Campos. 

Se é difícil desconstruir Marina Silva para, então, ocupar o seu lugar (ou o lugar de dona Dilma), não seria difícil fazê-lo com Fernando Pimentel. Para o Brasil, paradoxalmente, seria um desastre se dona Dilma fosse alijada da disputa no segundo turno. Uma aliança dos petistas com Marina daria a ela uma vitória quase que certa. Produziria, no entanto, e esse é o aspecto terrível de não impossível circunstância, uma sobrevida ao PT, frustrando assim, logo no início da nova gestão, o desejo majoritário da nação de se ver livre dessa gente perniciosa que controla o Brasil há doze anos.

Para o bem do povo brasileiro, o ideal seria uma vitória de Marina no primeiro turno. Vitória indiscutível, acachapante, que afastasse possíveis veleidades dos derrotados, em especial da turma de dona Dilma, sempre ávida por uma boquinha.

A tragédia maior ficaria para os mineiros, caso tenham que suportar Fernando Pimentel e a famélica companheirada que, derrotada nos estados mais importantes, mudar-se-ia de mala e cuia para Minas Gerais atrás de alguma sinecura na CEMIG, COPASA e outras empresas controladas pelo governo mineiro. É de interesse público, portanto, que Fernando Pimentel seja derrotado mais uma vez em eleição majoritária.

Para o Brasil ficar livre da metástase emanada do Planalto (com a introdução, em Minas Gerais, dos costumes muito pouco republicanos dos petistas), algumas decisões devem ser tomadas. A primeira é mostrar, sem enrolação, os vínculos de Pimentel com as estripulias típicas de Brasília, demonstrando que Pimentel não representa nenhuma novidade, antes pelo contrário. Sua presença na disputa pelo governo mineiro significa, aí sim, a ameaçadora transfusão, para o corpo político das Alterosas, das mais antigas e detestáveis práticas em que se especializou o petismo. 

Pimentel, como se disso precisasse para ser o craque que é, saiu de Minas Gerais para se aperfeiçoar nas artes em que o lulismo é profissional. Como exemplos, basta conferir os escândalos nas empresas públicas e de economia mista controladas pelo governo federal. 

Pimentel foi o responsável, enquanto ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, por situações cuja divulgação irão deixá-lo na defensiva. A progressiva desativação da indústria brasileira é denunciada pelos próprios órgãos oficiais, sem falar na perda de parques produtivos (a Fiat, levada a se instalar em Pernambuco, e o polo de acrilatos, antes prometido para Minas e depois transferido para a Bahia), caracterizando uma inequívoca postura anti-Minas Gerais da parte do governo federal. Como ele justificaria, então, para os mineiros, sua candidatura ao governo do estado?  

Acordos e negócios do governo petista com ditaduras africanas - envolvendo recursos do povo brasileiro (BNDES) - estão gravados com o selo de confidencialidade (suas cláusulas secretas só serão conhecidas daqui a décadas, quando todos nós provavelmente já estaremos mortos); tal deliberado ocultamento viola, de cara, preceito constitucional que exige da Administração Pública a obediência a princípios como o da publicidade. 

Qual a razão de esconder do público os termos de negócios financiados com dinheiro da sociedade? Quem ficaria comprometido se o que é secreto for levado à luz? Francamente, segredo em acordos com ditaduras só podem estar a esconder situações suspeitas e, certamente, tisnadas pela corrupção.

As ditaduras africanas não esgotam o festival de explicações que caberia a Fernando Pimentel dar ao povo mineiro. As negociatas com Fidel Castro, o mais longevo ditador da face da Terra, sem falar das tratativas com o chavismo, deveriam também ser postas em debate. 

Enquanto o Brasil sofre com a falta de investimentos em infraestrutura, Cuba mereceu de Pimentel e sua turma os mais generosos recursos para a construção de moderno porto (em Mariel). Não se sabe, aliás, para que serviria tal obra, pois que Cuba nada tem para exportar, a não ser cubanos reduzidos a situação similar à de escravos. 

Ao magnífico porto segue a construção de moderníssimo aeroporto, como igual não há no Brasil. Ora, não haveria em Minas Gerais ninguém capaz de questionar, e indagar, sobre os feitos pouco heroicos do antigo guerrilheiro de festim, companheiro de armas de dona Dilma e Zé Dirceu, que preferiu beneficiar Cuba em vez de favorecer o Brasil? 

Pimentel, caso eleito governador, trará para Minas Gerais o DNA aperfeiçoado do mensalão. O candidato petista é legítimo herdeiro das práticas políticas que estão sendo renegadas em todo o país. De todos os emissários enviados por dona Dilma, para tomar de assalto os governos estaduais mais importantes, Pimentel é o único que representa uma ameaça real aos desejos, compartilhados por todos os brasileiros, de bloquear o acesso aos cofres públicos dos egressos do lulo-petismo. Padilha patina na faixa de 5% de preferência, em São Paulo; Hofman fica nos 12% a 15%, no Paraná; Crivela oscila nos mesmos patamares de Gleisi, no Rio de Janeiro, e Pimentel tem um pouco mais que um terço das intenções de voto, conforme as últimas pesquisas.

A rejeição a dona Dilma e seus cúmplices cresce a cada dia por todos os rincões do Brasil. Seria inconcebível que os mineiros, na contra-mão do sentimento nacional, passassem as mãos na cabeça dessa gente de má fama, quase que lhes dando uma absolvição pelos desatinos políticos que cometeram. A justa e generalizada repulsa provocada pela degradação dos costumes políticos brasileiros (que já não são lá essas coisas), mostram que aqueles que têm o mínimo senso de cidadania devem reagir às pretensões de Dilma e Pimentel. Para o bem do povo, ambos precisam ser derrotados. Minas não pode responder ao repto de Tancredo -  o primeiro dever de Minas é com a liberdade - elegendo um personagem de perfil tão nefasto, em nítida contraposição às gloriosas tradições da mineiridade. A eleição de Newton Cardoso para governador, tempos atrás, já bastou como ilustração, mais que suficiente, das consequências de uma escolha irrefletida.         
      

Herança de Fernando Pimentel: crescimento brasileiro a 0,5% em 2014


A formidável obra de Pimentel na condução da política industrial brasileira recebe mais um prego no caixão. A expectativa de crescimento da economia reduziu-se a 0,5% (meio por cento), o que é praticamente ficar no mesmo lugar. O autodenominado "bom de serviço" é, de fato, um desastre. Caso ele se eleja governador, Minas Gerais voltará ao estágio de economia colonial, aquela em que os mineirinhos ficavam pitando cigarrinho de palha de cócoras nas beiras de estradas, numa imitação piorada dos caipiras e Jecas Tatus descritos por Monteiro Lobato.

No seu blog na revista Veja, em 1° de setembro, o jornalista Reinaldo Azevedo teceu as considerações abaixo:

"Não é por nada, não, mas, quando se olha o cenário econômico, a gente se pergunta por que tantos querem governar o país, não é mesmo? O boletim Focus reviu para baixo, mais uma vez, o crescimento neste 2014: na semana passada, era de 0,7%; agora, de 0,52%. A mudança se dá depois de os números do IBGE terem demonstrado que o Brasil entrou em recessão técnica, com o encolhimento da economia em 0,2 % no primeiro trimestre e 0,9% no segundo. Este é 14º rebaixamento consecutivo da expectativa de crescimento. Caiu também a previsão para o ano que vem: de 1,2% para 1,1%.

Se, nessa área, os números assombram porque baixos, no que diz respeito à inflação, o índice deste ano segue firme em 6,27%, e o de 2015 passou de 6,28% para 6,29%, quase no teto da meta (6,5%). Também as previsões para a Selic são siderais: fecha este ano em 11% e vai a 11,75% no ano que vem.

Resumo da ópera: o mercado prevê um 2015 com crescimento mixuruca, inflação alta e juros nas estrelas. Imaginem se a gente acrescentar Dilma Rousseff a essa receita indigesta, dado o que o mercado anda pensando dela…".

O excelente jornalista se esqueceu, contudo, de dar o devido crédito a Fernando Pimentel pela sua inequívoca colaboração para os resultados encontrados. De fernando em fernando, o Brasil vai afundando....