sábado, 29 de agosto de 2015

Banqueiros, empresários e colunistas (Gabeira, em 28/08/2015)


Banqueiros, empresários e colunistas têm se pronunciado contra o impeachment de Dilma. Faltam elementos, dizem alguns. Ainda faltam, dizem outros mais cautelosos.

O próprio New York Times chegou a essa conclusão, com o mesmo argumento: não há motivo. Creio que essa convicção possa evoluir quando analisarmos todas as pontas da investigação.

O quadro geral desenha um governo que utilizou um esquema criminoso para se manter no poder. Mas quadros gerais não bastam. O ministro Gilmar Mendes foi o primeiro a juntar as pontas que revelam o caminho do impeachment: contas de campanha. A vulnerabilidade de Dilma fica clara quando o turbilhão de informações fragmentadas começa a tomar corpo.

De fato, não basta ver a Petrobrás em ruínas, destroçada pelo governo petista nem saber que o partido recebeu milhões das empreiteiras da Lava Jato. O senso comum ligaria as propinas à campanha milionária de Dilma. 

Mas é preciso mais. Um dos empreiteiros, Ricardo Pessoa, da UTC, doou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma, por intermédio do tesoureiro, Edinho Silva. E não foi por amor à causa, mas medo de perder seu negócio milionário com o governo.

Nas anotações de Marcelo Odebrecht há menção às contas na Suíça que poderiam aparecer na campanha de Dilma. As contas existem e eram usadas para pagar propinas.

Descendo um pouco mais a escada, Gilmar Mendes encontrou inúmeros indícios de ilegalidades na campanha de Dilma. Só uma empresa que tem um motorista como sócio recebeu R$ 24 milhões da campanha de Dilma. A empresa chama-se Focal. Está sendo investigada e parece que uma cirúrgica troca de letra, pode definir melhor a natureza de seu negócio.

Por que todos esses fatos encadeados ainda não motivaram uma investigação do Ministério Público? Talvez fosse impossível para Rodrigo Janot viver a contradição de investigar Dilma e, simultaneamente, colocar sua própria confirmação como procurador-geral nas mãos dela. Como possivelmente será difícil investigá-la depois de ter seu nome confirmado por ela. Mas agora é diferente.

Janot está sendo acionado por um ministro do Supremo que, como o senso comum, acha que existe uma relação entre o assalto à Petrobrás e a campanha de Dilma. Só que Gilmar, como outros observadores, acha isso a partir de indícios, depoimentos, que só não convencem porque ainda são tratados fragmentariamente. Gilmar é ministro do TSE e aponta o caminho real, unificando os indícios, mostrando a leviandade de ignorar os dados da Lava Jato num julgamento desses.

Os ventos legais conduzem ao impeachment, assim como os clamores da rua. O impeachment, dizem alguns, seria traumático: instrumento muito raro e já aparece duas vezes numa jovem democracia. Mas que outra maneira tem a jovem democracia senão aplicar a lei?

Outro argumento é que duas quedas num curto espaço de tempo deformariam o eleitorado, que passaria a votar de forma irresponsável, contando sempre com o impeachment. É uma tese discutível. Ela serviria também para anular a utilidade do instituto do recall político, que existe desde o início do século 20 nos Estados Unidos.

A base legal do impeachment sairá da análise cruzada das contas de Dilma com os dados da Lava Jato e toda essa indústria de notas frias de gráficas inexistentes e empresas de fachada. Os fatos estão aí e a história de que foram doações legais não resolve o problema. Tornar legal dinheiro obtido em esquema de corrupção é pura lavanderia.

Quando todas as peças se encaixarem e a evidência emergir, pode ser ainda que muitos prefiram a continuidade de Dilma. Mas aí será outra discussão.

Estamos no auge de uma crise econômica e política. A realidade exterior nos surpreende com notícias negativas, como os sobressaltos na China, com possível repercussão aqui. E se olharmos para um quadro mais amplo, o clima, veremos que se espera-se um El Niño intenso este ano. Isso significa grandes problemas, como os que tivemos em 1988. Incêndios no Norte, inundações no Sul. O El Niño não tem o peso das questões urgentes do momento. Mas os analistas, quando Dilma assumiu, disseram que ela enfrentaria uma tempestade perfeita. Ainda não contavam com o El Niño, a tempestade das tempestades.

Diante de um quadro econômico, político e climático tão adversos, supor que uma presidente detestada pela maioria, sem apoio no Congresso, é a mais indicada para conduzir o País é a opção pelo imobilismo. E em termos nacionais é hora de se mover, não de ficar parado.

Não se fala mais que impeachment é golpe. Apenas que não há motivo para o impeachment. É positivo, porque esse debate popularizou o texto da Constituição, que prevê o impeachment.

O argumento de agora tem uma outra natureza: o impeachment é um instrumento legal, mas não há motivo para ele. Quando se der a ligação das evidências esparsas, o argumento de que não há motivo dará lugar ao medo de traumas para a estabilidade dos negócios. Aí talvez debate seja mais fácil. Nossa experiência histórica mostra que não dói tanto assim. Os que pedem um Fiat Elba de Dilma vão se deparar com verbas que dariam para comprar muitas Ferraris e Lamborghinis.

Será uma discussão simples: aplicar ou não aplicar a lei. A escolha de não aplicá-la, essa, sim, pode abalar os alicerces de nossa convivência democrática. E nos afundar numa crise desesperadora. O ministro Celso de Mello tem razão quanto aponta uma delinquência institucional mascarada de política. Conviver com a impunidade nesse nível é humilhante para os brasileiros. Eles saberão voltar às ruas, nos momentos adequados.

Nesta semana Dilma e Lula foram lembrados com frases de protesto no rodeio de Barretos. Não aprovo os termos do protesto, mas eles revelam como se espalha a rejeição.

Quem valoriza o equilíbrio no Brasil de hoje tem de perceber, como um ciclista, que ele depende do movimento. Parados, vamos todos cair no chão, embora uma queda de banqueiros e empresários seja suavizada pelos bolsos acolchoados.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Pixuleco em Montes Claros

Muito boa a imagem de Lula, o rei do pichuleco, no famoso quadro que retrata o desespero. Enquanto o país agoniza, a repugnante criatura volta a fazer um rolé pelo Brasil afora, discursando, em defesa de dona Dilma, para reduzidas plateias amestradas (pois que em praça pública o descendente de Caco não ousa aparecer). Ontem foi em Montes Claros-MG, terra de Darcy Ribeiro, ofendida pela afluência de uma corja de picaretas desocupados, como se já não bastassem os problemas criados por seus próprios malandros. A cachaçada deve ter corrido solta estimulada pela carne de sol. O mandrião, ao que parece, não chegou, nem saiu, a bordo de avião de carreira. Enfim, de quem será o jatinho?




quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Segurança e informação


De uma coisa se pode ter certeza, após vir a lume a monumental roubalheira que o petismo instalou no Brasil: os serviços de segurança e informações só existem no papel.
Se dona Dilma fosse menos obtusa, isto é, admitindo-se a hipótese heroica de que ela não teria nada a ver com isso tudo que apodrece por aí, um bom e sério esquema de espionagem teria detectado a lambança ainda no seu início. 

Os americanos, aliás, que sempre espionaram a tudo e a todos, bem poderiam tornar públicos os dados que levantaram a respeito da Petrobrás, fato que ensejou histérico protesto da madame contra Obama e suas agências de inteligência. A colaboração mostraria, não se duvide, os meandros da corrupção já impregnada na Petrobrás, multinacional petroleira cujo DNA não é dos mais católicos. Seria mais eficiente e mais barato que ficar contratando empresas privadas de investigação, como fez a Câmara dos Deputados com a Kroll. 

O Palácio do Planalto diz que possui um Gabinete de Segurança Institucional. O general que o comanda tem status de ministro. Conhecendo a natureza predatória e a vocação gatuna da moçada, por qual razão o tal Gabinete não monitorava patifes tão notórios? Investigar estripulias do PT e seus aliados é igual baralho na mão de Salomão: é tento de montão. O GSI vacilou.

Os livros de Lula


Que livros Lula vai ler na prisão para diminuir a pena?

Resposta sugerida por O Antagonista: "Crítica da Razão Pura", sobre metafísica e teoria do conhecimento, e "Crítica da Razão Prática", sobre ética. Ambas as obras são de Kant, o pensador preferido de ex-sindicalistas do ABC. 





Agora, sim, o Brasil está salvo. Vá em frente, Lula!

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Professor Girafales: "Não se preocupe, Dilma...














...Eu também já errei pensando que tinha errado".

Susto e cinismo

O grito do pixuleco, segundo O Antagonista


Dona Dilma declarou, em entrevista, que tomou um susto quando viu a dimensão da crise que já afogava o Brasil há muito tempo. Ora madame, por quem sois? Susto tomamos nós com sua desfaçatez e cara de pau. Em vista da surpresa de que foi engolfada não tomou, portanto, qualquer providência para enfrentar as dificuldades. Cinicamente reconheceu que talvez tenha se atrasado no reconhecimento de fatos que qualquer idiota já teria percebido.

Mais incompreensível se torna a versão da madame quando se sabe do enorme contingente de assessores e ministros à sua disposição. Há ministérios para todos os gostos, alguns mesmo implausíveis; do devotado a tratar de coisas das mulheres, passando por aquele dos afro-descendentes, dos eunucos e da lava-jato, até finalizar no mais incrível: o dos assuntos cucarachas. É objeto de piadas o nome de alguns cargos na vasta burocracia federal. Apesar da variada troupe a serviço da rainha de copas, ninguém ao menos desconfiou que alguma coisa estava errada. 

Dona Dilma há muito não sai dos palácios, sempre agarrada no saco de quem lhe possa garantir uma boquinha ou vantagem. É bom lembrar que antes de virar ministra de Lula, ela já fora secretária do governo petista de Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul. Como é, e foi, possível que uma criatura assim, do mais extraordinário primitivismo, tenha enganado tantos durante tanto tempo? Com sua confissão a respeito da própria incompetência, o povo brasileiro vai cristalizando suas convicções a respeito de tão patética figura. 

Para coroar as inanidades ditas na entrevista aos grandes jornais do país, dona Dilma se revelou muito preocupada com um traque junino que estalou no passeio do Instituto Lula, e com o boneco inflado - o Pixuleco - cuja imagem antecipa o destino final de seu mentor.  

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Cavalcantis e cavalgados

No Nordeste brasileiro o mundo se dividiria em dois grupos: Cavalcantis e cavalgados. Quem não é Cavalcanti é cavalgado. Recente decisão judicial confirmou a sabedoria popular, segundo coluna de Carlos Brickman.


O Tribunal de Justiça de Pernambuco condenou o juiz Max Cavalcanti de Albuquerque por manter irregularmente sob sua guarda um rapaz menor de idade, com quem dividia a cama onde o efebo era devidamente cavalgado (os gregos besuntavam o corpo dos rapazes com azeite de oliva; propiciava um exercício físico melhor que as modernas academias). Cavalcanti, na época dos fatos, era juiz da Vara de Infância e Juventude de Palmerina, Pernambuco e, segundo o tribunal, retirou o garoto da família sem qualquer procedimento legal. 

E a que pena foi condenado o magistrado? 

A de sofrer o constrangimento de receber integralmente seus proventos, sem trabalhar, por aposentadoria compulsória. Como punição pelo ato, foi-lhe retirada a maldição bíblica de ganhar o pão com o suor de seu rosto.

O Conselho Nacional de Justiça, presidido pelo inefável Levandowski, manteve a pena. O juiz continua aposentado, proibido de trabalhar e recebendo tudinho, em dia. As informações são oficiais, do CNJ, e do ótimo portal jurídico Espaço Vital (www.espacovital.com.br).

domingo, 23 de agosto de 2015

Lula: pai dos pobres, mãe dos ricos e amante dos banqueiros


A colunista Eliane Cantanhêde, do Estadão, escreveu hoje:
"A olho nu, não se identificaram ali (nos protestos de domingo passado) banqueiros, grandes empresários, altos burocratas, diretores de estatais, nem grandes coisa nenhuma, até porque os bancos lucraram mais de 50% em meio à crise, dirigentes partidários aliados estão numa boa e a elite incrustada nas estatais já encheu as burras, digamos, heterodoxamente. Essa é a verdadeira elite, e ela está com o PT e com Dilma, que parece estar se recuperando."
O PT não é só o partido dos trambiqueiros. É também o partido dos banqueiros, como afirmam Os Antagonistas.
Vale a pena relembrar que a primeira emenda constitucional aprovada pelo governo Lula - a EC-40, de 29 de maio de 2003 - suprimiu o conteúdo do art. 192 da Constituição Federal. Entre outras prescrições nele contidas (e que atrapalhavam os negócios dos bancos), estava a referente ao tabelamento dos juros (inciso VIII, parágrafo 3°:
"As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a doze por cento ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar"
Outro item de grande importância para as regiões mais pobres do Brasil, que vêem sua poupança drenada para o sul e sudeste, estava no inciso VII do mesmo artigo, que previa a implantação de "critérios restritivos da transferência de poupança de regiões com renda inferior à média nacional para outras de maior desenvolvimento".
Lula não foi somente pai dos pobres e mãe dos ricos: foi amante dos banqueiros. Não por acaso, a primeira ruptura política da base formada para apoiar Lula se deu após a aprovação da EC-40. Brizola, que sacou claramente quais seriam as implicações da medida, foi para a oposição ao governo petista, ao qual o PDT retornou somente após o falecimento do velho caudilho, aí já comandado o partido pela exótica figura de Carlos Lupi.  





Lula, o pichuleco

Lula, o pichuleco












Esta é a imagem que restará do gangsterismo predatório que se instalou no Brasil, nos últimos 35 anos, quando da criação do PT. Um velho e já falecido sindicalista - ex-presidente do sindicato dos marceneiros de Belo Horizonte - costumava alertar, sem ser ouvido, que Lula era agente da CIA. Pelo que se vê, e se viu, ele não tinha essa bola toda. Era apenas um aventureiro oportunista e inescrupuloso. 

Lula e os vôos de carreira


Lula vive viajando pra lá e pra cá. Não sossega o facho. Só uma curiosidade: qual foi a última vez em que ele viajou em aviões de carreira? Quem anda pagando suas viagens recentes em helicópteros e jatinhos? 

Onde está o Ministério Público?

O chefe da CUT - uma das alas do braço armado do PT, juntamente com o MST - declarou em convescote, dentro do palácio do Planalto que: 


“Nós somos trabalhadores. Somos defensores da unidade nacional. Isso implica ir para as ruas entrincheirados, de armas na mão, se deitar e lutar, se tentarem tirar a presidente. Nós seremos o exército que vamos enfrentar essa burguesia".


Frente à má repercussão, ensaiou um recuo. Afinal, não ficaria bem reconhecer a similaridade de conduta da turma com as SS nazistas (tropas de assalto do Partido dos Trabalhadores Alemães).

Pelego profissional, o tal rapaz só cumpriu o velho ritual, obrigatório para quem caga fora do pinico: recolheu a bosta. A defesa acintosa de atos terroristas - como se depreende de suas palavras - deveria ser analisada à luz da lei de segurança nacional, ainda em vigor. Onde está o MP?