domingo, 21 de junho de 2009

A PETROBRÁS E O MENSALÃO

A grande maioria da população brasileira lê e assiste, em silêncio, os noticiários do dia-a-dia. Espanta-se e admira-se dos desfazimentos no mundo. Vê com perplexidade, por exemplo, os esquisitos comportamentos da Petrobrás, na atualidade. Para fugir do dever de dar explicações ao Senado da República sobre o que faz debaixo dos panos com suas vultosas verbas publicitárias (e outras mais), a direção desta gigantesca empresa multinacional mobilizou mundos e fundos (mais estes que aqueles, é claro), para resistir ao imperativo legal e político a que está obrigada. Nada diferente, diga-se de passagem, da prática de empresas predatórias congêneres que costumavam – e ainda costumam – afrontar tantas repúblicas de bananas, desde tempos imemoriais, por toda Ásia, África e América Latina. E qual a razão para não abrir a “caixa preta” da Petrobrás, ainda mais quando inquéritos, ou sindicâncias, de órgãos como o TCU e a Polícia Federal apontam para a realidade de grossas malfeitorias? Ora, o senso comum já prescreve que onde há fumaça há fogo e que quem não deve não teme. O medo da luz, portanto, é sintomático. É indicador de que nos porões da Petrobrás deve haver coisas cabeludas que não podem ser mostradas ao grande público (que é, aliás, o maior acionista, via Tesouro Nacional), nem aos demais acionistas privados, nacionais ou estrangeiros.

Para dar um verniz brilhante, porém falso, de apoio popular aos seus indecorosos comportamentos, a Petrobrás mobiliza minorias atrevidas de beneficiários da prodigalidade de sua cornucópia inesgotável. Gatos pingados, aqui e ali, supostamente defendendo os interesses do Brasil em ridículas manifestações públicas, posicionam-se contra a instalação de uma CPI. Mas aí é que o espanto de tantos fica mais realçado. Principalmente quando o povo percebe que encabeçando tais eventos encontram-se figuras notórias da política nacional, como o mensaleiro petista José Genoíno e o ex-deputado cassado por corrupção José Dirceu (este, o articulador daquela que foi a maior cafajestada que o País já viu em toda sua história). Convenhamos: para ser cassado por trapaças, no Brasil, em vista dos costumes vigentes, o cidadão tem que ser verdadeiro artista (no mal sentido da palavra). Tem que ser, mesmo, do nível do Collor para cima. Pois é gente com este currículo suspeito (melhor dizendo, prontuário), que se arvora em defensora das esquisitices da Petrobrás e da sabotagem que se faz contra qualquer tentativa de investigação. Melhor faria a empresa (se é que ela não tem culpa no cartório), que dispensasse os apoios que têm recebido desta gente perniciosa. Eles contaminam qualquer eventual honestidade e seriedade. Quando pessoas de bem observam a escória política marchando numa determinada direção, a posição mais sensata é rumar na direção contrária. Velho adágio popular já dizia, a propósito: quem com porcos se mistura... Farelos come!