sábado, 4 de outubro de 2014

OAB e Joaquim Barbosa

A grande imprensa divulgou que o ministro Joaquim Barbosa teve questionada sua inscrição como advogado, na seção da OAB do Distrito Federal. Se fosse Zé Dirceu o postulante ao registro, certamente estariam fazendo festas para comemorar tão brilhante aquisição para os quadros da vetusta entidade que congrega os profissionais do Direito. 

Joaquim Barbosa, no entanto, homem íntegro que dignificou a mais alta magistratura do Brasil em todos os tempos, é afrontado por algum borra-botas qualquer à procura de vingança contra o magistrado negro. Aliás, nenhum dos inumeráveis grupos que se querem representantes dos ditos afrodescendentes pátrios, deu um pio sequer a respeito. 

Em vista do ocorrido, Joaquim Barbosa deve se sentir, antes, homenageado, que vilipendiado. Afinal, já dizia Grouxo Marx, não se deve entrar para clube que nos aceita como sócios. E a sociedade configurada no Distrito Federal não parece ser das mais recomendáveis a um homem de vida honrada, como é o caso do ex-ministro do STF.

O ódio a Joaquim Barbosa tem explicação. Joaquim Barbosa, de uma certa maneira, validou as condenações que os mensaleiros receberam em tempos idos, pelos generais de outrora. Vistos os fatos, agora, de uma posição mais distante e mais serena, somos obrigados a reconhecer: os milicos tinham razão quando puniram aquele bando de assaltantes de bancos, terroristas e assassinos que queriam tomar o poder à força no Brasil. 

Joaquim Barbosa desvendou a mistificação que ainda hoje busca se implantar, como se pode ver na atuação da dita Comissão da Verdade. Essa gente quer, tão somente, criar nova versão sobre a história do país, dando foros de heroísmo aos atos dos mesmos criminosos condenados no processo do mensalão. 

Os generais, se não fossem tão truculentos, teriam submetido os mensaleiros de hoje, terroristas de ontem, a um processo judicial que dispensasse abusos de poder e perseguições indecorosas. Somente os instrumentos jurídicos disponíveis à época, já bastariam para por a nu as condutas e os atores que buscavam, há mais de quarenta anos, destruir as bases da democracia brasileira, ainda então incipientes.

Joaquim Barbosa, então, desmistificou, sem que o tenha querido propositalmente, o miolo dos argumentos dos guerrilheiros de festim, gente como Zé Dirceu, Dilma e Genoíno, supostos heróis da nacionalidade. Dona Dilma, aliás, vem sendo tratada como a mulher do "coração valente", em explícita alusão aos seus tempos de terrorista, como se fora uma espécie de Joana D'Arc a conduzir o povo. Joaquim Barbosa, felizmente, demonstrou que o rei, e a rainha, estão nus. 

Os generais tinham razão quando condenaram tais malfeitores. Por isso o ódio dos reescrevedores da história; ficaram com a bunda de fora. Barbosa sofrerá por isso pelo resto de sua vida. Cúmplices da quadrilha do mensalão tudo farão, sempre que isso for possível, para atingir o ministro. No mínimo, babarão na escada para que Joaquim Barbosa escorregue e quebre o pescoço.     

Poema da MENTE (Affonso Romano de Sant'Anna)


Há um presidente que mente,
Mente de corpo e alma, completa/mente.
E mente de maneira tão pungente
Que a gente acha que ele, mente sincera/mente,
Mais que mente, sobretudo, impune/mente...
Indecente/mente.
E mente tão nacional/mente,
Que acha que mentindo história afora,
Vai nos enganar eterna/mente.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Dilma, a filha da mentira

   
Quando ele profere mentira fala   
do que lhe é próprio, porque é
mentiroso, e pai da mentira 
(João 8:44)


                                      
Em discurso pronunciado na abertura dos trabalhos da ONU, dona Dilma mostrou, mais uma vez, que seu caso não é político: é espiritual. Uma pessoa temente ao Senhor não ousaria apoiar assassinos, estupradores e abusadores de crianças e mulheres congregados na seita de sicários denominada Estado Islâmico, organização terrorista que tem como método de ação a degola ou crucificação de suas vítimas. 




Ninguém próximo da dita normalidade, teria coragem de afrontar os parâmetros da vida civilizada que regem as relações entre os povos, em flagrante contradição com o entendimento da totalidade das nações irmanadas na ONU, as quais querem coibir os crimes daqueles fanáticos. Somente dona Dilma, a tresloucada filha da mentira, ou do diabo, o que dá no mesmo, teria a coragem de patrocinar tal posicionamento (nada de repressão aos degoladores e crucificadores - propõe dona Dilma - mas conversas e conselhos gentis para que eles se redimam e abandonem suas práticas abomináveis).   




Dona Dilma parece estar endemoniada. Talvez sua alma nem mais esteja entre nós e ela, Dilma ou o que imaginamos ser a própria, seja tão somente um daqueles seres fantásticos que transitam entre diferentes mundos. Talvez sua alma já habite, há muito, as profundezas do inferno, mergulhada em mar de piche fervente. Talvez seu corpo esvaziado tenha sido ocupado por algum demônio do bando de Barbarícia. 

Talvez não só dona Dilma, mas o conjunto de seus acólitos, se transformaram em corpos sem alma: zumbis, a vagar sem rumo e sem pouso. Talvez os demônios desocupados se aproveitaram e invadiram imediatamente aqueles vazios, assim como o fazem os bárbaros do MST em todos os rincões do Brasil. Talvez os demônios amigos de dona Dilma tenham se constituído no MDSC (Movimento dos Demônios sem Corpo). 

Dona Dilma deveria ser exorcizada. Entre alguns de seus devotados amigos pratica-se a cerimônia de descarrego, visando afastar os encostos que encalistam suas vítimas. Que eles cumpram seus deveres para com a humanidade ou, ao menos, tentem amenizar este flagelo

É necessário fazer uma corrente; orar para que o demônio encarnado em Dona Dilma se afaste de seu corpo, e volte o mais rápido possível ao seu mundo infernal. Duzentos milhões de brasileiros merecem ser dirigidos por alguém menos nefasto. Dona Dilma, a endemoniada, é u'a ameaça para todos os povos da Terra! 

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Dona Dilma e os cortadores de cabeças

Dona Dilma é uma criatura primitiva. Antigamente só os brasileiros sabiam disso. Agora, o resto do mundo também sabe. Dilma envergonha, não só o país, mas toda a humanidade. 

Se as oposições quisessem demolir a madame bastaria mostrar, no horário eleitoral, a cena tétrica de terroristas decapitando jornalistas. Em seguida, uma pergunta simples:

"A ONU quer punir estes criminosos que degolam inocentes. Dilma é contra. Ela acha que o certo é conversar com eles, bater um papinho, fazer reuniões para debater os problemas. Você concorda com ela?"

Outra sugestão: mostrar imagens de pessoas crucificadas pelos terroristas do Estado Islâmico (boa parte das vítimas era composta de cristãos). Em seguida, perguntar:

"Terroristas estão matando gente inocente com o método mais cruel que existe: a crucificação, o mesmo que foi aplicado a Nosso Senhor Jesus Cristo. Dilma é contra punir tais criminosos. Ela quer conversar com eles. Ela acha que gente assim muda de opinião com simples palavras. Você concorda com ela?"

Pesquisas eleitorais

Os grandes institutos de pesquisa (Datafolha e Ibope) fazem, quase que diariamente, levantamentos sobre o estado da opinião pública brasileira quanto às eleições presidenciais. Os comentaristas políticos têm, assim, material para as mais diversificadas análises a respeito. Curiosamente, há uma convergência de perspectiva entre eles: focam sempre a curva de queda de Marina Silva na preferência popular, pelas razões que imaginam ser as corretas e não cabe aqui repetir. Todos que se dão ao trabalho de ler os analistas e editoriais da imprensa independente já conhecem suas opiniões. 

Há, entretanto, um dado recorrente nas sucessivas pesquisas. Se apontam uma base quase que irremovível do eleitorado governista (algo em torno de um terço das amostras utilizadas), mais interessante é a incapacidade da candidata oficial de ultrapassar, em todos os levantamentos, a marca dos 40% - no primeiro turno - na chamada menção estimulada de preferência. Este, sim, é o dado revelador e, não, as variações sofridas por quaisquer outros pretendentes. 

Nem ao custo de inumeráveis recursos - financeiros, materiais e humanos - com a ação concertada de uma máquina de guerra solidamente instalada em todos os níveis de governo, com propaganda maciça e continuada há anos, dona Dilma consegue ir a valores acima dos 40%. Os 60% restantes que se recusam a sufragar a maléfica madame se distribuem entre diferentes candidatos com perfis e forças variáveis. 

É uma fratura exposta que assombra e sinaliza para um clima futuro de verdadeira guerra civil. Os jihadistas do PT (veja-se o caso do MST), já se antecipam em apresentar suas ameaças, seu plano de trabalho e seus objetivos. Não é por acaso, aliás, que a atual presidente manifestou, na mais recente Assembléia da ONU, suas simpatias pelos assassinos do Estado Islâmico (aquele composto por decapitadores e crucificadores de inocentes). É a natureza profunda de amantes da destruição e da selvageria que aproxima o regime petista do regime daqueles fanáticos homicidas. O DNA totalitário da turma remete, sem dúvida, a seu ascendente comum e hegemônico: o homem de Neanderthal. O componente sapiens de sua cadeia genética é parcela francamente minoritária.  

Alguns daqueles analistas referidos quase que festejam a curva decrescente de Marina Silva, esquecendo-se das condições em que as campanhas são tocadas. Nunca se viu uma campanha tão cara, em flagrante descompasso com a queda da atividade econômica brasileira e tão elevados níveis de inflação. 

Um passeio despreocupado pelas ruas dá a impressão de que o Brasil é uma poderosa sociedade afluente, próspera e luxuosa como igual não existe no mundo. Pelo volume de faixas, cartazes e desocupados agitando bandeiras e faixas pelas esquinas e praças - ao custo de bilhões de reais - fica difícil argumentar que se está a navegar num mar recessivo, com sombras negras se avizinhando no horizonte. Tal fartura em meio à escassez não passaria de reedição de novo baile da ilha fiscal. O povo sofre enquanto a nobreza dança e come à farta. 

O governismo atual age, com incrível similitude, como os nazistas na segunda grande guerra. Ao mesmo tempo que utiliza a guerra relâmpago - verdadeira blitz - com ataques maciços e ilimitados contra Marina, sem qualquer escrúpulo ou compromisso com a verdade, o petismo atua concomitantemente como o articulador de bandos de quadrilheiros e terroristas no seu esforço de produzir terra arrasada. 

Repetem o modelo aplicado na Polônia, Ucrânia e Rússia, onde os alemães possuíam unidades militares que se devotavam ao massacre de populações que haviam restado na retaguarda da linha de frente. Os blogs sujos do PT e suas entidades orgânicas (como os sindicatos e associações de diferentes perfis), se dedicam, assim, a fazer terrorismo em larga escala, e a operar mecanismos de destruição de reputações, todos financiados por empresas públicas ou, então, com recursos provindos de fontes ilícitas, sucedâneas do mensalão. Alguém denominou tal mecanismo de mensalete, dada sua similaridade com o mensalão e o petrolão. 

Apesar dos percalços na organização e condução de sua campanha, Marina Silva mostra uma incrível capacidade de sustentar seu capital de votos. Aproximadamente uma quarta parte dos eleitores não se deixou seduzir, ou ameaçar, pela truculência petista, nem pela ilusão que se quer criar quanto às maravilhas alardeadas pela propaganda oficial. 

Marina só precisaria fazer um pequena concessão publicitária em suas aparições nas TV's: permitir um choque de imagem a partir, por exemplo, do uso de algum exótico modelo de penteado afro; do descarte de adereços indígenas em prol de pedrarias nacionais, além de indumentária mais principesca e coerente com o imaginário popular. Quem sabe, uma túnica de exuberante inspiração árabe ou, então, vistosos panos de origem africana. No último debate a ser realizado pela rede Globo, Marina deveria aparecer nele como se fora a última descendente viva da rainha de Sabá, guardando vínculo da sua inefável beleza do espírito com a sedução mundana exterior. Tudo é puro, enfim, para os puros.

Engana-se quem desqualifica a importância da imagem numa campanha eleitoral e, também, na vida. Em fabulação contida em seu magnífico livro - José e seus irmãos - Thomas Mann reporta o fato que explicitou a velada hostilidade dos irmãos de José para com ele. Favorito de Jacob, José recebeu de presente do pai o rico vestido que pertencera a Raquel, sua mãe já falecida. A partir daí, os demais filhos de Jacob passaram a tramar contra José, chegando às raias da ignomínia com sua venda como escravo, para comerciantes que marchavam para o Egito. Não sem antes destruir e reduzir a farrapos a preciosa vestimenta. À imagem, todavia, deve-se acompanhar uma postura mais afirmativa que indique capacidade de liderança e de competência para dirigir o país.    

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Dona Dilma, as mentiras e o prato de lentilhas

Dona Dilma nunca enfrentou um adversário de verdade nos debates promovidos pelas redes de televisão. Só Aécio lhe deu um tranco, nesta última madrugada, mas deixou de tripudiar sobre ela, lembrando-lhe que a Polícia Federal tem prerrogativas constitucionais que não dependem de favores do governo. Ignorante e pernóstica, a madame seria um prato cheio para polemistas e tribunos com um mínimo de verve. Ao primeiro atrevimento seu, receberia - na lata - respostas que a fariam perder as estribeiras.

Dona Dilma tem a mentira em seu DNA. Mente em suas referências pessoais, acadêmicas e políticas com incrível naturalidade. Ela nem se apercebe direito do que diz. Talvez por isso sua linguagem seja truncada, recheada de anacolutos, pródiga em frases sem nexo ou contraditórias entre si.

Para que tais considerações não fiquem no campo da especulação, vejamos alguns exemplos que bem explicam o caráter deformado da madame.

Dona Dilma declarou, por ocasião da vitória do Atlético mineiro na Copa Libertadores da América, que torcia para o clube. Mais: que fora frequentadora assídua do Mineirão quando criança, levada ao campo pelas mãos de seu pai. À primeira vista, nada mais prosaico, e mais família, ver um pai extremoso levando a filhota feiosa para se divertir numa espetáculo popular, descansando seu espírito tão devotado a portentosos estudos da dogmática marxista leninista. A mentirada da madame passaria por compreensível, não fosse ela quem é e foi. 

O engodo não seria mais que singela declaração de amor ao glorioso Galo de Belo Horizonte. A demagogia, no entanto, é parte de uma estrutura espiritual que se reproduz em outros campos conforme se verá abaixo. O estádio governador Magalhães Pinto - nome oficial do Mineirão - só foi inaugurado em setembro de 1965. Nesta época, portanto, ela não era mais criança (nascera em 1947); seu pai já era falecido desde 1962, e ela - mulher madura de sólidos dezoito aninhos - já estava envolvida com o embrião do qual nasceram grupos terroristas onde ela teria pontificado algum tempo depois. 

Gente com o perfil de dona Dilma, aliás, sempre viu o futebol como ópio do povo. O velho esporte bretão não merecia qualquer atenção positiva dos que se queriam, presumidamente, representar a vanguarda da luta política no Brasil. 

Mentir, então, é um vício de dona Dilma. A psicanálise o denomina de mitomania, ou mania de dizer mentiras. É uma doença do espírito. Incurável.

No mundo acadêmico há um sistema de registro da biografia intelectual daqueles que se interessam em torná-la pública. É a chamada Plataforma Lattes. Os pontos fundamentais da carreira são inseridos pelo interessado, que se utiliza para isso de senha pessoal e intransferível. A senha garante, assim, que qualquer inserção, ou posterior alteração, seja de responsabilidade exclusiva do dono do perfil. Cada pessoa tem uma, da mesma maneira que cada um tem um número de CPF. 

Pois bem. Dona Dilma inseriu no seu currículo a posse de títulos que, na verdade, nunca possuiu - Mestrado e Doutorado pela Universidade de Campinas. Enfatuada, vaidosa e arrogante, a rainha da mentira não resistiu à tentação de enfeitar a própria biografia intelectual. Nem o mais renomado puxa-saco, mesmo que o quisesse, poderia acessar os registros da Plataforma Lattes, dada a confidencialidade da senha, sem a douta dama saber. Alguém acha, por acaso, que ela deu alguma explicação pública para fraude tão desavergonhada? Em vista disso, quem é louco para confiar na madame?

Ainda recentemente, em debate promovido pela Rede Record de televisão, dona Dilma se pôs a questionar votos que Marina Silva teria dado (quando senadora), por ocasião do complexo processo de aprovação de lei a respeito da CPMF. Também censurou a ex-senadora por sua mudança de partido, como se estivesse numa "escolinha da professora Raimunda", além de cobrar-lhe saber na ponta da língua coisas do tipo: qual é a raiz quadrada do número pi elevado à enésima potência? 

Marina respondeu com brandura à impertinente manifestação da desmiolada matrona. Deveria ter desqualificado a autora da pergunta apontando a mudança de partido que dona Dilma fez, há pouco mais de uma década. A madame era afiliada ao PDT. Ocupava, por indicação partidária, o cargo de Secretária das Minas e Energia do Rio Grande do Sul, no governo petista de Olívio Dutra. O PDT, à época, rompeu com o governador e entregou os cargos de confiança que ocupava. 

Dona Dilma não teve dúvidas: saiu do PDT e entrou, incontinenti, para o PT, a fim de se manter no carguinho. Brizola definiu bem o ocorrido. Acusou dona Dilma de se vender por um prato de lentilhas, traindo o PDT para manter a apreciada boquinha governamental. A madame, que se quer um exemplo de virtude, de firmeza e de incomparável lealdade, certamente se esqueceu do papelão que desempenhou naqueles pagos riograndenses. 

Mudar de partido de oposição para partido governista a fim de levar vantagem pessoal (como fez dona Dilma), é bem diferente de mudar de rico partido governista para pobre partido de oposição, como foi o caso de Marina Silva.  

Nos tormentosos tempos que vivemos ainda temos que aturar outras mentiras de dona Dilma, além das grosserias costumeiras nas quais ela é campeã. Logo ela, que tem tão formidável telhado de vidro. Sua arrogância tem a mesma magnitude - com o sinal invertido - de sua subserviência a Lula e outros cafajestes que impregnam seu governo (Sarney, por exemplo). Seria fácil lhe fazer indagações sobre seus vínculos com um dos maiores gatunos da Petrobrás, o tal Paulo Roberto Costa, vulgo Paulinho, um dos convidados de honra do casamento da sua filha (filha dela, dona Dilma). 

Tal intimidade, hoje negada, pode ser retratada pela imagem abaixo de três dos cavaleiros do apocalipse. Paulinho parece dizer, como o demônio no episódio da tentação de Cristo: "Veja, tudo isso um dia será seu". Dona Dilma se encanta e baba de satisfação. O apedeuta, então, estasiado, olha boquiaberto. Abestalhado. 




Cesteiro que faz um cesto, faz um cento

O comitê financeiro único do PT em São Paulo foi assaltado no último sábado (27/09). Fato intrigante: nem o noticiário policial nem o político se interessaram pelo assunto. Uma leitura rápida dos principais jornais de domingo e segunda feira nada informa a respeito do incidente. O lugar onde se deu o crime era uma espécie de fortaleza, similar àquelas que os bicheiros sempre mantiveram para gerenciar seus negócios. 

Com uma dúzia de funcionários, o local era guarnecido de cofre para abrigo de valores - dinheiro sonante e cheques (havia até segurança privada). O escritório, aliás, deveria ser bem movimentado para justificar tanta gente trabalhando em pleno final de semana. Falando em cofre, é impossível resistir à lembrança do cofrão recheado de notas de cem dólares do deputado Valdemar Costa Neto, conforme relato de sua ex-esposa na CPI dos Correios. 




Segundo policiais (chamados por testemunhas que presenciaram a correria e, não, pelas vítimas, o que é insólito), "num primeiro momento um funcionário do PT teria declarado que os ladrões levaram R$50 mil em dinheiro vivo". Não se descarte a hipótese dos valores serem mais suculentos. Fiquemos, para dar o benefício da dúvida, no relato do funcionário do partido que primeiro declinou o montante subtraído. Por qual razão ele mentiria, dizendo que foi roubado naquilo que não foi? Por que diria que os ladrões levaram um dinheiro vivo que não existia? 

Em vista da baixa credibilidade do PT quando o tema a ser tratado é financiamento de campanha e conduta dos seus agentes, é legítima qualquer dúvida sobre a quantidade real da grana guardada no tal comitê. Ora, é obrigatória a utilização de cheques para saldar qualquer despesa de campanha. A proibição legal busca coibir o fenômeno do caixa-2, prática em que o PT é useiro e vezeiro. Sendo assim, como justificar tanto dinheiro no cofrão, guardado junto talonário de cheques? 

A cúpula partidária, no entanto, mais afeita à noção de crime eleitoral que simples funcionários administrativos, logo que informada a respeito tratou de negar a existência de qualquer numerário no cofrão; lá haveria somente cheques, "vários deles assinados, usados no pagamento de pessoal e fornecedores da campanha", como relata o Estadão em sua versão digital.

O incidente, enfim, está aí, fresquinho, bem diferente dos fatos do mensalão e do petrolão que parecem ser coisa do século passado. Se as oposições tivessem mais apetite para o enfrentamento político, já teriam utilizado o ocorrido no último debate televisivo de 28 de setembro último. 



domingo, 28 de setembro de 2014

Cem anos de perdão

A imprensa divulgou a seguinte informação:

"A polícia suspeita que os três homens armados que roubaram R$ 50 mil do Comitê Financeiro Único da campanha do candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Alexandre Padilha, às 14h30 deste sábado, 27, tinham informações da existência de um cofre no imóvel, situado à Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, 4187, Ibirapuera, na zona Sul da cidade. Os ladrões invadiram o local já questionando as vítimas sobre o lugar onde estava o cofre".

Os três companheiros que desapropriaram o comitê petista são uns apressadinhos. Certamente, resolveram antecipar sua participação no saqueio contumaz em que a companheirada é profissional. Uai, todo mundo não ganha uma beirada?

Se, em vez do código penal, for aplicado a eles - os apressadinhos - o preceito de milenar tradição, nada sofrerão de mais grave: ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão, bem no espírito do que recentemente proclamou Lula da Silva sobre eventuais assaltos aos banqueiros, prática compreensível, segundo a rombuda criatura. 

Autoridades do PT negaram que havia dinheiro vivo no local assaltado. Os companheiros apressadinhos teriam levado apenas cheques. Será muito engraçado se a polícia botar a mão nos gatunos iniciantes, e eles confirmarem que se apropriaram, sim, de grana viva. Ficará configurado possível crime eleitoral da campanha petista, o que não causará espanto a ninguém, dada sua recorrência e intensidade nos esquemas governistas. Bom cabrito não berra. 

Imaginemos a cena: de um lado os ladrões dizendo que roubaram milhares de reais; de outro lado, a vítima afirmando que os companheiros apressadinhos não levaram nada, que não houve qualquer prejuízo, somente alguns cheques sem assinatura. Roubei, sim! diz um; Não roubou, não, responde o outro! Uma verdadeira piada a mais no pastelão costumeiro.

A verdade, mais uma vez comprovada, é simples e luminosa: onde petistas estão envolvidos, alguma trapaça está em andamento. Num eventual segundo turno, a campanha de Marina Silva já tem o seu mote: "lugar de ladrão é na cadeia". Pelas reportagens sucessivas que esclarecem sobre a natureza da turma, será um Deus nos acuda generalizado.  

Salve-se quem puder! Marina e Joaquinzão vêm aí!

Papel de centroavante não é o de fazer gols - Fernando Gabeira (Estadão de 26/09/2014)

“Dilma Rousseff não para de nos surpreender. Agora disse que o papel da imprensa não é o de investigar, mas, sim, divulgar as informações que produzem os órgãos do governo.

Minha surpresa é maior ainda. Dilma apresentou a Lei de Acesso à Informação, depois de longo trabalho da Associação Brasileira do Jornalismo Investigativo. A lei foi impulsionada pelo trabalho do jornalista Fernando Rodrigues, que sugeriu a criação de uma frente parlamentar, monitorou todas as reuniões da comissão da Câmara que analisou o projeto, organizou seminários e trouxe gente de vários países para falar sobre o tema. Por que tanto empenho dos repórteres na aprovação de uma lei de acesso? O próprio nome de sua entidade é uma pista que Dilma não poderia desprezar: jornalismo investigativo.

Dizer que a imprensa não deve investigar é o mesmo que dizer que um centroavante não deve fazer gols. É uma frase absurda até para quem não conhece bem o futebol. E absurda para quem conhece o papel histórico da imprensa. A geração de Dilma acompanhou o escândalo do Watergate, que encerrou a carreira de Richard Nixon. Ela sabe disso e usou o tema para dizer que sua frase foi interpretada erroneamente. Com um pedacinho de papel na mão, ela tentou consertar o desastre.

Poderia passar o dia citando casos de importantes investigações da imprensa. Prefiro mencionar os casos de governos que pensam que esse não é o papel dos jornalistas. Vladimir Putin, por exemplo, também acha que o papel da imprensa não é investigar. A jornalista Anna Politkovskaia resolveu investigar o trabalho das tropas russas na Chechênia e foi assassinada. Sua morte chamou a atenção do mundo para a repressão contra a imprensa na Rússia.

A China expulsa correspondentes estrangeiros com frequência, ora por tentarem entrar em áreas proibidas no Tibete, ora por mencionarem a fabulosa riqueza pessoal dos burocratas que dirigem o país. E o jornal cubano Granma jamais vai investigar de forma independente um desmando do governo porque o castigo é desemprego, prisão e até pena de morte.

O jornalistas brasileiro Vladimir Herzog foi morto sob tortura durante o regime militar não tanto porque investigou, mas talvez porque só desconfiasse ativamente das notas oficiais da ditadura. No governo do PT não se persegue ou mata jornalista, dirão seus defensores. Mas não deixa de ser inquietante suspeitar que isso não se faça agora só porque a correlação de forças não permite. Um dirigente petista chamado Alberto Cantalice fez uma lista de nove jornalistas que considera inimigos, preocupando as entidades do setor aqui e fora do Brasil.

A frase de Dilma pode ser considerada um ato falho. Os intelectuais que se mantêm fiéis ao esquema, apesar das evidências de sua podridão, sempre vão encontrar uma forma de atenuar essa barbaridade. E os marqueteiros, um pequeno texto para convencer de que ouvimos mal o que Dilma disse. Os ato falhos, tanto em campanha como fora dela, são extremamente didáticos. No caso, a frase de Dilma revela com toda a clareza o pensamento autoritário da presidente: cabe ao governo produzir as informações e à imprensa divulgá-las ou até criticá-las, o que os jornalistas não podem é buscar os dados por conta própria.

Numa célebre intervenção sobre a espionagem americana, Dilma contou ter dito a Barack Obama: "Quando a pasta de dente sai do dentifrício, não pode mais voltar". Certas frases, quando escapam, têm o mesmo destino do creme dental: não podem voltar para o tubo, que é o artefato que Dilma queria mencionar ao dizer dentifrício. Espero que Obama a tenha entendido, com a mediação dos intérpretes. Creio que a entendo muito bem quando diz que o papel da imprensa não é investigar.

O governo petista pôs o Congresso de joelhos e alterou substancialmente a correlação de forças no Supremo Tribunal. Ele considera que a ocupação de todos os espaços vai garantir-lhe não só governar como quiser, mas o tempo que quiser. Porém a imprensa e as redes sociais ainda escapam ao seu controle. E creio que escaparão sempre, pois o País está dividido. O que mantém tudo funcionando é a existência de gente curiosa, que lê, troca informações e gosta de ser informada por órgãos independentes do governo. Mesmo se Dilma for reeleita, com sua truculência mental, uma considerável parte do Brasil que rejeita os métodos e o discurso do PT continua por aí, cada vez mais forte e mais crítica.

Apesar da alternância democrática, certos governos podem durar muitos anos. Mas creio ser impossível se perpetuarem quando têm a oposição das pessoas que prezam a liberdade.

Liberdade de quê?, perguntariam. Consumir mais, melhorar a renda não ampliam a liberdade? Ao se impor na Franca, o socialismo de Jean Jaurès e, mais tarde, de Léon Blum dizia que a justiça política tinha de se acompanhar da justiça econômica. Blum era um fervoroso e racional defensor da República. O PT inventou que seus opositores não gostam de pobre em aviões ou em shopping centers, que a oposição ao seu governo é fruto de intolerância classista.

Exceto um ou outro idiota, ninguém é contra a presença de pobres em aeroportos ou shoppings. O PT deturpou a ideia de República. Em nome de melhorias econômicas, armou o maior esquema de corrupção da História e agora flerta abertamente com a supressão da liberdade de imprensa. Ele usa uma aspiração republicana para sufocar as outras e seu líder máximo, amarfanhado, se veste de laranja para defender de inimigos imaginários a Petrobrás, que o próprio governo assaltou. Suas farsas estão mais grotescas e os atos falhos, mais inquietantes.

Sou do tempo do mimeógrafo. Ainda que consigam devastar a imprensa e proibir a internet, publicações clandestinas seguirão contando a história. Não faremos comissões futuras para investigar a verdade. Vamos conquistá-la aqui e agora, porque, como diz Dilma, a pasta saiu do dentifrício, ou o dentifrício saiu da pasta. Só não vê quem não quer ou é pago para confundir.

Estranho, mas não tenho nenhum medo de governos autoritários. Apenas uma sensação de tristeza e preguiça por ter de voltar a esses temas na segunda década do século 21”.


*Fernando Gabeira é jornalista.