Na reta
final, uma das acusações mais patéticas aos que queriam o impeachment de Dilma
é a de machismo.
Todo golpista
é machista? Todo machista é golpista? Parece papo de Cristina Kirchner no tango
do desespero. Quem ousaria tentar depor Margaret Thatcher, Angela Merkel ou
Hillary Clinton? É como comparar Michelle Obama com Marisa Letícia. Afinal,
Dilma foi eleita pelo machão Lula.
Dilma caiu
não por ser mulher, mas por seus erros, teimosias e irresponsabilidades,
marcada pelo estilo grosseiro e autoritário que a aproxima de uma caricatura
dos machistas mais truculentos.
Diz que
não é dura, que é honesta, como se os cordiais, os tolerantes, os amistosos não
pudessem ser decentes. Ou como se os corretos não pudessem ser durões.
Mas ser
honesta não é só não roubar. Será honesto mentir, esconder dívidas, prometer o
que não poderia cumprir, acusar os adversários do que depois ela faria,
permitir que uma organização criminosa tomasse a Petrobras e outras estatais
para financiar um projeto de poder? Para ela e para Lula, não é desonestidade,
é “luta política”.
Mas o
vale-tudo é só para eles. Na oposição, o PT foi um denunciante e perseguidor
implacável de adversários políticos, destruindo reputações, estabelecendo o
padrão nós contra eles para a vida política nacional. Sim, a ascensão do bonde
do PMDB não inspira esperanças, apenas alívio para uma situação insustentável.
Quem sabe o PT seja útil na oposição?
Fiel à sua
formação marxista e suas crenças econômicas brizolistas, Dilma decidiu exercer
seu poder para baixar os juros na marra e a energia elétrica no grito, certa de
que estava fazendo um bem ao Brasil e aos pobres. E à reeleição. Não ouviu
nenhuma opinião divergente, mesmo quando as consequências devastadoras de suas
decisões já eram evidentes. As maiores vítimas foram os pobres.
Será
possível que alguém que se expressa tão confusamente possa pensar da forma
clara, objetiva e analítica que a função exige ?
Recordista
no anedotário da República, seu estilo se sintetiza na piada final:
“Dilma faz delação premiada. Mas investigadores não entendem nada”.