sábado, 21 de maio de 2016

Dilma: a vastidão da ignorância (Augusto Nunes)


“Essa suspensão, ela é estranha, porque, até agora, pelo que eu saiba, nenhuma ação teria sido suspensa até então. O ministro Gilmar Mendes não é a única pessoa no Supremo Tribunal. O Supremo Tribunal é composto por doze integrantes. Desses doze integrantes, nem todos têm a mesma posição um tanto quanto… mais efetivamente militantes, visivelmente militante, do ministro Gilmar Mendes”. 

(Dilma Rousseff, na entrevista ao jornalista inglês Glenn Greenwald, ao assassinar a língua portuguesa e o raciocínio lógico para exigir que o senador Aécio Neves seja investigado por alguma coisa, aproveitando o embalo para mostrar que, depois de cinco anos e cinco meses na chefia do Poder Executivo, ainda não aprendeu que os ministros do STF são 11 e não 12).

"Quarentena é para casos excepcionalíssimos" (O Antagonista)


De Lucieni Pereira, presidente da Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil, a O Antagonista:
"Obviamente, é razoável que seja concedida quarentena a um ex-presidente do Banco Central, por exemplo, que teve acesso a informações privilegiadas. A intenção é evitar o conflito de interesses. Mas esses são casos excepcionalíssimos. Não é moral alguém ser nomeado por dois meses, por exemplo, e ganhar seis salários de quarentena. A moralidade pública precisa ser observada, sempre."

Pois bem. Pelo menos 85 ex-integrantes do desgoverno de Dilma Rousseff já pediram quarentena para a Comissão de Ética da Presidência da República, formada por sete membros indicados pela petista. Dos 18 pedidos já analisados, 12 foram concedidos pelo colegiado.
Até ex-diretor de Conteúdo e Programação da EBC garantiu seis meses de salários, que serão pagos por você, otário, cujos impostos servem para alimentar e engordar esse bando de vagabundos.

Metamorfose


A vadiagem fez bem à ex-presidente Dilma. Seu ofício agora é o de comparecer a reuniões de parasitas e conversar com desocupados. Em evento ocorrido em Belo Horizonte (patrocinado pelos ditos blogueiros sujos), ela exibiu mais uma vez a formidável dimensão de sua bulgarice, fato tão mais absurdo quando se pensa que a Bulgária, como bem o decretou Campos de Carvalho, não existe. Não havendo Bulgária, não haveriam búlgaros, mas há bulgarices.
A exótica madame proclamou, fazendo um contraponto ao seu finado desgoverno, que o governo de Temer é de "homens, velhos, brancos e sem mulheres e negros". 
Esqueceu-se de dizer que também são heterossexuais e alfabetizados, esta odiosa minoria que gosta de desfrutar do amor de uma mulher de verdade, e de entoar a elas loas hauridas nos Cantares de Salomão.
Falando em minoria, Temer representa todas elas. Afinal, é um semita egresso e fugido dos frondosos vales do Líbano milenar. Sua alma poética e feminina supera em muito a das mulheres de grelo duro que sustentam o imaginário petista. Basta pensar em Erenice, em Gleisi, em Benedita, em Ideli e outros tribufus para se chegar a uma boa conclusão.
Salve Temer e tudo o mais que ele simboliza.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

A mamata da bolsa-quarentena



Dezenas, que talvez cheguem às centenas, de petistas acharam um novo meio de vida fácil. É uma boquinha sensacional em que o cidadão fica dispensado de trabalhar e ainda recebe um gordo pagamento ao final do mês. É a bolsa-quarentena, destinada aos felizes assessores de dona Dilma, enquanto continuarem membros da famulagem da casa real. Esta senhora, que deveria estar hospedada na Papuda continua, no entanto, a se servir do suado dinheirinho dos pagadores de impostos, escorchados sem dó nem piedade pelos leões da Receita Federal.

Homiziada no palácio da Alvorada, com mordomias nababescas, a madame que conduziu o país ao caos que este está vivendo não se envergonha dos seus atos. Claro, vergonha é um conceito que não faz parte do universo simbólico dessa gente. O brasileiro comum ao ser demitido socorre-se de sua poupança e do salário desemprego por alguns meses. Enquanto o tempo passa ele busca se requalificar nos cursos disponíveis a fim de dar um novo rumo na vida.

Ora, por qual razão os inumeráveis assessores de dona Dilma não procuram o Pronatec, seguindo conselho que ela mesma deu na última campanha eleitoral? Mas, não. Só de pensar na hipótese, a turma tem calafrios. Os parasitas se acostumaram a ganhar sem trabalhar. É um vício de caráter. Incurável. São capazes de, até, se inscreverem para receber a merreca da bolsa-família. Algo similar ao viciado em heroína que, na ausência de recursos para tal droga, vai se valer do cheirinho da loló, da gasolina e dos solventes. O importante é a prevalência do princípio: mamãe, eu quero mamar!

Para não ficar em simples abstrações, que os leitores avaliem a magnitude da bolsa-quarentena paga aos ex-ministros de dona Dilma. Está na ordem de R$1 mil reais. Um mil reais, por dia! Enquanto há trabalhadores que suam para receber tal valor ao final de um mês de trabalho, os bajuladores da madame recebem isso no intervalo entre um nascer e um por do sol. Façam as contas. 

Comparem. Houve um caso de ministro que ficou no cargo por uma semana. E já reivindicou a gorda bufunfa que julga ter direito.
Quem quiser conferir, trata-se do consorte de miss Bumbum, uma espécie de marido de madame Pompadour, cuja performance no gabinete ministerial chocou o Brasil pela falta de compostura. 




Tais aventureiros e alpinistas sociais, se computados em toda a inteireza, encheriam as páginas de um catálogo telefônico, daqueles antigos que pesavam quase uma arroba. Dizer que o Brasil não merece isso talvez seja um equívoco. Houve larga cumplicidade.

Tal parasitismo vem de longe. A turma não aprendeu a roubar quando chegou ao planalto. Aprendeu nos sindicatos, nas entidades estudantis, nas universidades, nas associações comunitárias, ONG’s, prefeituras e nos governos estaduais. Chegando à presidência da república, só aperfeiçoaram as habilidades tão largamente cultivadas através dos anos. Mudaram no volume, no quantitativo, não na essência, qualitativamente. 

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Coletivo madame Min


Agências de notícias reportam a criação de nova entidade petista: o Coletivo Madame Min, destinado a representar e fazer lobby em favor de damas desamparadas e discriminadas pelo pérfido neocapitalismo liberal chefiado por Michel Temer.




Pela qualidade óbvia das ilustres criaturas acima, o empreendimento será um sucesso. O mundo das universidades e o mundo da cultura fornecerão seus abundantes quadros ao festejado movimento social. Aliás, importante não esquecer a excelente contribuição a ser dada pelas valorosas companheiras do PC do B.

Exemplo marcante, também, a ausência provisória de dona Chauí e sua vassoura filosófica, excepcional instrumento de extermínio de baratas e da classe média. Sobre elas pode-se dizer, no mínimo, que são verdadeiros breves contra a luxúria. 

Cultura petista e os bonobos


Uma performance de um grupo de teatro no Sesc Patativa do Assaré, em Juazeiro do Norte, no Ceará, gerou polêmica. A apresentação “Macaquinhos”, exibida na última quarta-feira (18), mostrava atores explorando os ânus uns dos outros e gerou revolta nas redes sociais.




A performance do grupo - composto por homens e mulheres totalmente nus - em círculo, explorava com as mãos o ânus do companheiro a frente. De acordo com os artistas Caio, Mavi Veloso e Yang Dallas, idealizadores do projeto, a apresentação tem o intuito de “ensinar que existe ânus, ensinar a ir para o ânus e ensinar a partir do ânus e com o ânus”. É o apostolado do fiofó, diria famoso e algo contestado santo espanhol, propositor do apostolado do palavrão.

Nas redes sociais, a repercussão não foi positiva. Muita gente ficou revoltada com o fato do grupo ter se apresentado em um Sesc e ter recebido dinheiro público para a performance. “Cutucar o cu dos outros agora virou arte”, esbravejou um usuário no Facebook. Fazendo-se ligeira comparação com a conduta de macacos, os bonobos, indubitavelmente, possuem mais compostura e noção das coisas. 

https://youtu.be/b2_9imihJbkbonobos Suruba de bonobos


Pois bem. É nesse mundo preto, cabeludo, sujo e fedorento que os artistas patrocinados pelo Ministério da Cultura petista quiseram, e continuam querendo, mergulhar o povo brasileiro. Os peladões deveriam realizar sua performance em algumas das maiores penitenciárias brasileiras. E ficar para o chá, após o término do espetáculo, a fim de confraternizar com a platéia. Seriam mais que ovacionados.


quarta-feira, 18 de maio de 2016

Mulheres, ao conteúdo (Dora Kramer)


A sempre excelente Dora Kramer atingiu a medula dessa horda de vigaristas que pensam ser necessária a presença de mulheres para se ter um governo digno e competente. Os exemplos dados pelo PT não poderiam ser mais eloquentes. Ou alguém já se esqueceu de uma ministra de Lula chamada Matilde sei lá das quantas, se aproveitando do cartão corporativo para suas compras em lojas Duty Free? Ou da Bené e suas fraudes? E a pornográfica Martaxa? E a própria Dilma, cruz credo? E a Ideli Salvatti, hoje homiziada nos Estados Unidos com um sargentão a tiracolo? Alguém no seu juízo perfeito convidaria alguma dessas damas para algum cargo ministerial? Isso sem mencionar as milhares de parcas acopladas à máquina governamental em todos os seus níveis. Se o sexo ou orientação sexual fosse critério para se escolher governantes e administradores, o regime petista seria um exemplo para o mundo. Pelos resultados até agora conhecidos dos governos dessa gente, melhor fariam se botassem logo a viola no saco e deixassem o Temer trabalhar. Segue abaixo o artigo da Dora Kramer.


"Amigas e amigos partícipes da tese de que a ausência de mulheres como titulares de ministérios fere de morte o princípio da representação da diversidade e se constitui em grave retrocesso: é a questão mais importantes de um País destroçado política, ética e economicamente falando? Quantas das várias mulheres atuantes no governo de Dilma Rousseff nos garantiram a reafirmação de gênero, a começar por ela, inventada e elevada por um homem machista juramentado?

Erenice Guerra, Gleisi Hoffman e Míriam Belchior, cuja interlocução como presidente da Caixa com a estrutura do banco se dava exclusivamente por intermédio de um homem, honraram seus cargos por serem mulheres? Não, quem nos honra por ora são os nomes de Maria Silvia Bastos, na presidência do BNDES, e de Maria Helena Castro na secretaria executiva da Educação. Com perdão de prováveis omissões".

Bertrand Russel (1872-1970)


Neste 18 de maio comemora-se o nascimento de um dos maiores pensadores da história da humanidade: Lord Bertrand Russel, matemático, filósofo e romancista. Viveu uma quase centenária vida, sempre engajado com a defesa do amor, do conhecimento, do bem e do belo. Faleceu vitimado pela pneumonia, em 2 de fevereiro de 1970, contraída nas frias madrugadas londrinas, quando se encontrava vagando pelas ruas protestando contra a guerra do Vietnam. 

Agnóstico e pacifista criou o Tribunal Russel para julgar crimes contra a humanidade. Não se consegue ler quaisquer de seus livros sem que se sinta tocado pelo encanto de sua prosa. Aos 15 anos li seu notável "Porque não sou cristão". Guardo-o e releio-o até hoje.  Elias Canetti dizia que Russel ria como se fora um bode. Podia mesmo identificar sua presença em festas ou reuniões, durante a segunda grande guerra, quando ouvia a peculiar risada. Talvez uma malícia de Canetti. Russel era uma espécie de sátiro. Saía das festas sempre acompanhado de uma jovem e bela mulher, apesar da sua idade já provecta. 

Entre seus admiradores e discípulos vale citar Jorge Luis Borges e Ludwig Wittgenstein; este o substituiu como professor de lógica no Trinity College. Bertrand Russel é um exemplo a ser seguido pelos mais jovens, tão carentes de referenciais éticos, intelectuais e civilizatórios dignos de serem imitados.  

Caxirolas e o petismo cultural e educacional


As franjas mais periféricas que compõem o petismo educacional e cultural se alvoroçam, tal como formigas frente à chegada do tamanduá. Não suportam a ideia de que precisarão trabalhar e vender sua arte, ou o que pensam ser arte, nos disputados mercados da vida, bem longe dos adjutórios fartamente distribuídos à tigrada, para que esta fique em cúmplice silêncio com a roubalheira dos mandarins. Quem já se esqueceu do episódio das caxirolas, a ridícula invenção de Carlinhos Brown que deixou dona Dilma embasbacada?
  
Melhor fará o deputado Mendonça Filho, novo ministro da Educação e Cultura, se varrer para o lixo esse conjunto de parasitas que se agarram aos favores e capilés governamentais desde o início do facinoroso regime lulo-petista. A lição de Maquiavel precisa ser colocada em prática: o mal se faz de uma vez, o bem se faz aos poucos. 

Afaste os que ocupam cargos comissionados e transfira para outros locais, preferencialmente um único, os que não puderem ser demitidos. Aliás, nada de computador ou telefone. Deixe-os sem função e abra Processos Administrativos Disciplinares a qualquer fato ou conduta reprovável. 

As medidas a serem tomadas devem ser duras e implacáveis. Caso o ministro não as tome, essa gente vai babar nas escadas esperando que ele escorregue e quebre o pescoço. Os petistas estão em guerra contra o povo brasileiro. As respostas do novo governo devem levar tal fato em consideração. Não se brinca com cascavéis, mesmo que tenham cortado seu chocalho.  

Marco Aurélio: Deixe o Temer trabalhar


Segundo noticiou o Estadão, “o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou para julgamento o mandado de segurança que pede a abertura de um processo de impeachment na Câmara contra o então vice-presidente e atual presidente da República em exercício, Michel Temer. Agora caberá ao presidente do Tribunal, Ricardo Lewandowski, definir a data para inclusão do caso na pauta do plenário”.

Numa Corte com figuras que pouco se aproximam da imagem do homem médio brasileiro, Marco Aurélio Mello se destaca pelas condutas folclóricas e folgazãs. Certamente pelo largo tempo disponível em sua agenda, Sua Excelência se permite arroubos em chicanas políticas como esta referida no noticiário, que pede o impeachment do presidente Temer.

Ora, meritíssimo, deixe o Temer trabalhar. Melhor faria Vossa Excelência se julgasse os milhares e milhares de processos que estão sob sua tutela, cuja paralisia leva os neles interessados à angústia e ao desespero. O tempo, ao que parece, não amenizou a portentosa vaidade do ministro, obrigando-nos a suportar seus discursos pomposos e exóticos, em especial quando se mete a desempenhar o papel de corregedor do mundo.

Se Vossa Excelência gosta tanto de meter o bedelho nos poderes Executivo e Legislativo, por que não se candidata a um cargo eletivo? Faça-o. Fará mais sucesso que o Tiririca, com todo o respeito ao apreciado palhaço. Por essas e por outras, todo mundo que assistiu ao último programa Roda Viva, com sua participação, aplaudiu vivamente a resposta dada pelo jornalista José Nêumanne a uma interpelação sua, quando este disse clara e diretamente que não confiava no Supremo Tribunal Federal. 

Não só ele, saiba Vossa Excelência. O judiciário respeitado pelo povo brasileiro está na primeira instância, com juízes da estirpe do Sérgio Moro. Tribunais onde se entra pela porta dos fundos, ou pelas negociatas políticas, como é o caso do ministro nomeado para livrar a cara dos empreiteiros, não merecem qualquer consideração dos pagadores de impostos que sustentam suas frondosas mordomias.

domingo, 15 de maio de 2016

Biodiversidade (Vittorio Medioli)


Um crítico das ações e posicionamentos adotados por Vittorio Medioli, fundador do jornal O Tempo, de Belo Horizonte, afirmou a seu respeito:

“Enquanto portador de um método de análise sistêmico da complexidade, observa-se em Medioli sua indiferença e completo distanciamento, quando não hostilidade, sobre a fundamental questão da sobrevivência dos ecossistemas integrados como base da vida na Terra, da economia e da política. O escritor, pela sua capacidade e posição, poderia ajudar a construir essa ponte tão necessária à superação dos desequilíbrios socioecológicos atuais, que nada têm a ver com a recente conferência de Paris baseada no comércio de créditos de carbono e monoculturas com exportação de commodities”.

Respondendo à atrevida formulação, o ex-deputado do PV, assim escreveu o que segue abaixo.


"O estímulo para entrar no assunto de hoje está aí acima" (ponderou o ilustre empresário e genuíno praticantes das artes ambientais, na sua costumeira coluna publicada no jornal O Tempo, todos os domingos).


"Ecologia e preservação são uma religião que pratico em silêncio, com gestos e exemplos práticos, atendendo o chamado da minha consciência e do ensinamento que recebi por mestres que me educaram. O ambientalismo no Brasil está sendo monopolizado por fariseus na porta do templo.

A natureza é o encantador presente de Deus, Sua Manifestação. Assim a sinto e a respeito.

Ensinei as minhas filhas, já com quatro anos de idade, a considerar os passeios na praia e os mergulhos ao fundo do mar como um dever de recolher resíduos que os incultos despejam na natureza e nas águas.

Passamos férias inteiramente dedicadas a catar lixo. Minhas filhas tiveram a alegria de devolver prazer aos olhos de pessoas sensíveis e vida melhor aos animais. Sentimos juntos um prazer suficiente a si mesmo, importante como qualquer dever cumprido. Em silêncio, em comunhão com a natureza, tão rica de forças incalculáveis.

Aos domingos, quando caminho à beira da lagoa da Pampulha com minhas cadelas, recolho descartes que as pessoas deixam cair, os coloco nas lixeiras com muita alegria. Sou um gari por prazer, sem me sentir bobo. Em 1993, quando a lagoa, por omissão da prefeitura, foi tomada de aguapés, coloquei, pagando do meu bolso, máquinas e barcos para a retirada de 24 mil caminhões dessa manta verde desafiadora, degradante e geradora de pernilongos. O exemplo levou os prefeitos de BH a tomar vergonha, e a cuidar da lagoa. Mais que lamúrias e denúncias, o exemplo gerou soluções duradouras.

Eu sinto na alma a obrigação de deixar o lugar que frequento melhor de quanto o encontrei, mesmo sem fiscais ameaçadores. Se toda a humanidade deixasse o local que frequenta mais agradável, não haveria muitas preocupações ou necessidade de defensores da natureza.

Eu guardo o lixo no bolso ou no carro e o deposito em recolhedores seletivos. Descartes orgânicos, como cascas de banana e de frutas, uso nos canteiros do meu jardim de adubação. Colho sementes nas minhas viagens e tenho em meu jardim árvores frutíferas e jacarandás que trouxe no bolso da Ásia e da Itália, onde nasci.

Já plantei 12 mil hectares de terras degradadas, 22 milhões de árvores, quase uma árvore por habitante de Minas. Ainda, as empresas que administro plantam cana e produzem 100 milhões de litros de bioetanol por ano de fonte renovável. Um litro para cada litro de diesel que os caminhões que usamos na empresa consomem. Produzimos ainda energia de biomassa para atender o consumo inteiro de nossas atividades produtivas e para o uso doméstico de mais de 400 mil pessoas.

Essas compensações, entre emissões e sequestros de CO², se dão não por imposição ou por lei. Decisão espontânea, ditada pela consciência.

O Estado, entretanto, apenas atrapalha, não orienta, cobra injustamente e velhacamente a pretexto da natureza. Cria dificuldades que atrasam o progresso, usa hipocrisia desavergonhada para cobrar o que não pode e não deve.

Cada árvore na natureza é sagrada, mas mais sagrado ainda é o ser humano. O uso das árvores deve ser feito para um fim nobre, para proveito humano. Pessoalmente me dedico com prazer ao repovoamento das margens de lagoas, de curso de água, de beiras de rios. Sinto as forças que me chegam dessas atitudes na natureza.

Como o Mestre, que não tinha apreço dos fariseus (falsos e interesseiros), o mesmo não consigo ter dos modernos fariseus ambientalistas. Não há amor e nem interesse outro que seja o dinheiro.

Já participei de um partido eminentemente ambientalista, achando que nesse encontraria um ambiente limpo e voltado à sustentabilidade, mas encontrei a aridez do deserto.

O ambientalismo brasileiro é desqualificado e mal-intencionado. A delinquência anda solta; apenas aqui em Minas, nos últimos anos, a PF flagrou um presidente da Feam e um secretário de Estado em grave desvio de conduta. Aqui ruiu a barragem de Mariana, licenciada a toque de caixa, e denunciada como obra criminosa antes mesmo de ruir.

Devo confessar que tentei entrar nos círculos do ambientalismo para somar, só que encontrei a ganância ditando insolentemente discursos. Nem todos são assim, desprovidos de genuíno interesse. Tem caçadores de bruxas, fabricantes de dificuldades para, assim, parentes e laranjas cobrar caras facilidades. É um ambiente que produz desastres e deixou Minas uma colcha de retalhos.

O que se enxerga sem lupa é a existência de esquemas que olham o proveito exclusivamente próprio. Raposas em galinheiro, como a PF flagrou.

Autorização de um replantio de floresta de eucalipto no Jequitinhonha pode ficar oito anos (sem um santo forte) para ser liberado. No Norte de Minas, para poder utilizar a lenha de um desmate, se paga uma taxa ambiental três vezes superior ao valor da lenha que já pagou compensação ambiental. Absurdos e anacronismos emparedando quem trabalha.

Nas entrevistas em off, corrupção e máfia são os problemas mais lembrados, o caso de Mariana dá uma confirmação.

Dormem nas gavetas do ambientalismo de Estado mais de 80 mil empreendimentos ou 1,5 milhão de empregos. Aguardam render ganhos aos esquemas, enquanto o próprio Estado se priva de uma arrecadação de alguns bilhões a cada ano e o povo amarga o desemprego. Esses são os produtos de um ambientalismo perverso e que impera.

A mortalidade de empresas e o desânimo para montar outras são a realidade.

Para responder ao leitor, confesso que minha vida já foi vivida, faço o que posso.

Mantenho minha consciência ligada e tento expandi-la, já que, depois de acesa, não mais se apagará. Procuro nos exemplos, distribuindo mudas nativas a cada ano, replantando florestas que atendem a humanidade em suas necessidades. Compenso o que emito. Tenho, contudo, pena dos jovens que deverão erguer um novo sistema depois de demolir o atual.

O resto a Deus pertence e Dele aguardo o prêmio e o castigo por minhas ações. Peço apenas e sempre misericórdia".

Depois da queda (Nelson Motta)

Na reta final, uma das acusações mais patéticas aos que queriam o impeachment de Dilma é a de machismo.

Todo golpista é machista? Todo machista é golpista? Parece papo de Cristina Kirchner no tango do desespero. Quem ousaria tentar depor Margaret Thatcher, Angela Merkel ou Hillary Clinton? É como comparar Michelle Obama com Marisa Letícia. Afinal, Dilma foi eleita pelo machão Lula.

Dilma caiu não por ser mulher, mas por seus erros, teimosias e irresponsabilidades, marcada pelo estilo grosseiro e autoritário que a aproxima de uma caricatura dos machistas mais truculentos.

Diz que não é dura, que é honesta, como se os cordiais, os tolerantes, os amistosos não pudessem ser decentes. Ou como se os corretos não pudessem ser durões.
Mas ser honesta não é só não roubar. Será honesto mentir, esconder dívidas, prometer o que não poderia cumprir, acusar os adversários do que depois ela faria, permitir que uma organização criminosa tomasse a Petrobras e outras estatais para financiar um projeto de poder? Para ela e para Lula, não é desonestidade, é “luta política”.

Mas o vale-tudo é só para eles. Na oposição, o PT foi um denunciante e perseguidor implacável de adversários políticos, destruindo reputações, estabelecendo o padrão nós contra eles para a vida política nacional. Sim, a ascensão do bonde do PMDB não inspira esperanças, apenas alívio para uma situação insustentável. Quem sabe o PT seja útil na oposição?

Fiel à sua formação marxista e suas crenças econômicas brizolistas, Dilma decidiu exercer seu poder para baixar os juros na marra e a energia elétrica no grito, certa de que estava fazendo um bem ao Brasil e aos pobres. E à reeleição. Não ouviu nenhuma opinião divergente, mesmo quando as consequências devastadoras de suas decisões já eram evidentes. As maiores vítimas foram os pobres.
Será possível que alguém que se expressa tão confusamente possa pensar da forma clara, objetiva e analítica que a função exige ?

Recordista no anedotário da República, seu estilo se sintetiza na piada final:
“Dilma faz delação premiada. Mas investigadores não entendem nada”.