sábado, 21 de novembro de 2015

Lula e Hitler (entrevista à Playboy)

Soulmate









Na entrevista que concedeu à revista Playboy em 1979, os jornalistas quiseram saber quais eram os líderes que Lula admirava. Naquela época, curiosamente, não fez qualquer referência a Getúlio Vargas de quem, hoje, diz ser grande admirador. 

(…)

Playboy – Há alguma figura de renome que tenha inspirado você? Alguém de agora ou do passado?

Lula [pensa um pouco] – Há algumas figuras que eu admiro muito, sem contar o nosso Tiradentes e outros que fizeram muito pela independência do Brasil (…). Um cara que me emociona muito é o Gandhi (…). Outro que eu admiro muito é o Che Guevara, que se dedicou inteiramente à sua causa. Essa dedicação é que me faz admirar um homem.

Playboy – A ação e a ideologia?

Lula – Não está em jogo a ideologia, o que ele pensava, mas a atitude, a dedicação. Se todo mundo desse um pouco de si como eles, as coisas não andariam como andam no mundo. (…)

Playboy – Alguém mais que você admira?

Lula –  [pausa, olhando as paredes] – O Mao Tse-Tung também lutou por aquilo que achava certo, lutou para transformar alguma coisa.

Playboy – Diga mais…

Lula – Por exemplo… O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer.

Playboy – Quer dizer que você admira o Adolfo?

Lula –  [enfático] Não, não. O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as ideias dele, a ideologia dele.

Playboy – E entre os vivos?

Lula – [pensando] – O Fidel Castro, que também se dedicou a uma causa e lutou contra tudo.

Playboy – Mais.

Lula –  Khomeini. Eu não conheço muito a coisa sobre o Irã, mas a força que o Khomeini mostrou, a determinação de acabar com aquele regime do Xá foi um negócio sério.

Playboy – As pessoas que você disse que admira derrubaram ou ajudaram a derrubar governos. Mera coincidência?

Lula – [rápido] – Não, não é mera coincidência, não. É que todos eles estavam ao lado dos menos favorecidos.
(…)

Playboy – No novo Irã, já foram mortas centenas de pessoas. Isso não abala a sua admiração pelo Khomeini?

Lula –  É um grande erro… (…) Ninguém pode ter a pretensão de governar sem oposição. E ninguém tem o direito de matar ninguém. Nós precisamos aprender a conviver com quem é contra a gente, com quem quer derrubar a gente. (…) É preciso fazer alguma coisa para ganhar mais adeptos, não se preocupar com a minoria descontente, mas se importar com a maioria dos contentes".

Esse é o cara! Sem comentários.


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Ladrões da Petrobrás: Lula se assustou ao saber


Ao ser indagado pelo Roberto D'Ávila a respeito do escândalo da Petrobrás, Lula respondeu que tomou um "susto" ao saber da roubalheira.

Mas não foi ele o único a ficar "assustado". Está em boa companhia. As universidades, por exemplo,  estão cheias de gente sensível, gente que não fica chocada, nem escandalizada com a gatunagem petista. Só assustada.

A língua portuguesa não tem palavras (algo do tipo "inacreditável", "espantoso" e outras), que expressem o "susto" que gente normal sofre, ao saber da versão do chefe da quadrilha.

Pelo menos de uma coisa podemos ter absoluta certeza: Lula nos considera um bando de panacas, idiotas, pacóvios, tolos, cretinos, bocós e por aí vai.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Youssef em Cuba


Nos termos da delação premiada de Alberto Youssef consta que "o declarante (Youssef) foi a Cuba duas vezes realizar negócios". 

Que diabo de negócio um doleiro devotado ao tráfico de divisas, especulação financeira e outras ilicitudes foi fazer em Cuba? Ainda mais em Cuba, um dos poucos países do mundo remanescentes do socialismo stalinista. No caso, segundo ele, participando de comitiva oficial de "empresários" brasileiros, sob o patrocínio do governo Lula. 

Com sua expertise o notório doleiro (já participara do escândalo do Banestado), pode ter atuado para criar, em Cuba, uma rede de negócios que ficasse fora do escrutínio do sistema financeiro internacional. Em outras palavras, com a parceria do governo cubano transformar a ilha dos irmãos Castro num paraíso fiscal. Dinheiro da corrupção, do tráfico de drogas e de armas e outras malfeitorias (por exemplo, lavagem de ativos dos países párias, como Irã e Coréia do Norte, além dos déspotas corruptos da África e, mesmo, de terroristas do Exército Islâmico), teria uma porta de entrada e de saída livre de qualquer efetivo controle. Ligando tais interesses talvez se compreenda melhor o papel que cumpriria desempenhar a articulação Hugo Chavez, Fidel Castro e os petistas, na negociata em que se constituiu a compra da refinaria de Pasadena. Tal triangulação daria sentido às ações desenvolvidas pela Petrobrás para entrar no mercado americano.

Além disso, se roubaram tanto no petrolão, como vem mostrando a Operação Lava-Jato, onde está a grana? Alguém conhece o sistema bancário cubano? Estariam eles fazendo experiência com o suporte de gente como Youssef?

De qualquer forma, é muito estranho um doleiro, que vive no submundo do crime, participar não uma, mas duas vezes, de comitiva oficial de empresários brasileiros que foram a Cuba prospectar negócios (como gosta de dizer Zé Dirceu). Ele não foi ao Caribe em nome próprio: foi convidado. Quem é o pai da criança?   

ACIDENTES (Publicado no jornal O TEMPO, em 14/11/2015)


Acidentes fazem parte da história humana. Estão intimamente vinculados à maneira de viver de cada época e às invenções produzidas ao longo do tempo. Naufrágios, por exemplo, só apareceram após a construção de barcos ou navios. Da mesma maneira, acidentes aéreos, que só entraram na agenda das possibilidades depois da construção dos primeiros aviões. As estradas de ferro trouxeram consigo o germe dos acidentes ferroviários. 

Até as inovações políticas, como a democracia de massa, podem acarretar eventos catastróficos. Está aí a experiência trágica para o povo brasileiro decorrente da presença do PT no governo da república. A eleição para presidente de um analfabeto autoritário e, logo em seguida, de uma dama nefelibata com inequívoco pendor totalitário, já trazia em si o prenúncio do que o país está vivendo agora: o somatório de incompetência, irresponsabilidade e truculência similar ao ocorrido no século passado à Alemanha nazista e à Rússia comunista: um desastre de proporções babilônicas. Por mais que se cuide, sempre haverá o risco do imprevisto, ou até mesmo do previsível, que deveria estar sob tutela e controle.

O acidente com as barragens de rejeitos no município de Mariana é daqueles que um dia iriam acontecer, mantidos os procedimentos que o antecederam, verdadeira crônica de uma morte anunciada. Fatal, ainda mais com governantes relapsos cuja maior preocupação é de natureza fiscal. Contentam-se com relatórios (o papel aceita tudo) e com a apropriação das suculentas e devidas taxas e emolumentos. Os burocratas de plantão dos órgãos ambientais brasileiros apreciam, também, receber notebooks, carros, GPS’s e outros brindes que lhes facilitem a vida nas supostas atividades fiscalizatórias. Fazem lembrar os sobas das cortes africanas que obrigavam os traficantes europeus a lhes dar presentes, caso quisessem fazer algum tipo de negócio. Eis um costume secular, derivado do tráfico negreiro, jamais desentranhado das nossas tradições.

As empresas mineradoras multinacionais que operavam a mineração são as responsáveis objetivas pelo acidente. Isso não tem qualquer dúvida. A Constituição e o Código Civil brasileiro são claros a respeito. Basta conferir, por exemplo, os artigos que versam sobre responsabilidade do Estado daqueles diplomas legais. O IBAMA e o DNPM (governo federal) e a Feam (governo estadual) também fazem parte da cadeia de responsabilidades. A tal conjunto é necessário, porém, agregar o próprio executivo - federal e estadual – por sua responsabilidade política frente aos cidadãos. 

Governador e Presidente deveriam, no mínimo, cortar a cabeça dos dirigentes de órgãos, autarquias e fundações vinculados ao controle ambiental e minerário. Por muito menos o governo da Romênia foi deposto ainda recentemente. Aqui entre nós, infelizmente, não foi incorporada a salutar instituição japonesa do haraquiri. O Brasil melhoraria e muito se os governantes fossem obrigados a se auto -imolar pelas trapalhadas e equívocos que cometessem em prejuízo do povo.

Pimentel, Dilma e o apocalipse

Pimentel e Dilma acabaram juntos no mesmo mar de lama. Maktub. Destino mais que previsível, em vista da trajetória comum desde os anos 60 do século passado. Do terrorismo armado até a ocupação política do governo de Minas Gerais e do Brasil, ambos manifestaram sempre uma estranha sintonia. Unha e carne, macho e fêmea, frente e verso, qualquer que seja a imagem, os dois ali, juntinhos no mesmo nicho ideológico e operacional. 

É incrível a adoção comum por eles até de igual estratégia marqueteira. A imagem que venderam aos eleitores era a de pessoas competentes e sérias no trato da administração pública. Doce ilusão de quem acreditou. Pimentel - o "bom de serviço" - e Dilma - a gerentona implacável - quando postos à frente da realidade dissolveram-se como um torrão de açúcar em xícara de café amargo. 

Nunca é demais relembrar que a desindustrialização, pela qual passa o país, é fruto inquestionável da obra de Pimentel, ex-ministro que foi do Desenvolvimento e da Indústria, no primeiro governo Dilma. As consequências estão aí à vista de todos. Não dá para colocar a culpa nos neo-liberais, na direita, nos tucanos ou em quem mais seja. 

As digitais são todas de Pimentel. A companhia patética de dona Dilma só serve para configurar de maneira mais vívida o quadro de horrores que o casal criou para os mineiros e para os brasileiros. Pior para os mineiros, que têm que enfrentar as implicações duplas do esforço de ambos. O Brasil, de fato é menos infeliz. Só tem que aturar dona Dilma, ao contrário de Minas Gerais, que ao peso morto da madame precisa adicionar a canga de Pimentel. 

Talvez a eleição de Pimentel tenha sido um castigo, que os fados impuseram ao eleitorado mineiro, por ter votado de forma tão irresponsável em Dona Dilma. A lama que escorre pelo rio Doce é a imagem mais contundente que o destino impôs a Minas Gerais, e ao país, nessa triste quadra da vida nacional. 

Seria educativo um levantamento sobre a votação de Pimentel e Dilma nos municípios mineiros e capixabas que hoje sofrem os efeitos da desídia e da incompetência dos governantes em quem votaram nas últimas eleições. Os dois cavaleiros do apocalipse já bastam para torturar o povo. Não carece dos dois outros restantes.

O massacre em Paris

Se a França não sofresse tanto de um velado anti-semitismo, deveria pedir a cooperação de Israel. Os israelenses, sim, entendem como poucos sobre como tratar homicidas fanáticos.

Quem sabe, a partir de agora, o resto do mundo passe a olhar Israel com um tom mais compreensivo e benevolente. A verdade é que Israel é um bastião civilizatório, um exemplo de democracia que merece ser seguido. 

Herança petista: o país dos microcéfalos


Reportagem do G1 publica entrevista com dona Dilma. Por incrível que pareça, a madame microcéfala deu uma de mané.

Ela negou, peremptoriamente, que o governo dela tenha qualquer vínculo com o rompimento da barragem de detritos e a destruição do Rio Doce. 


"Nossa responsabilidade nós cumprimos toda. O governo federal cumpriu todas as fiscalizações que nos cabem" (Sic). 


A obtusa criatura poderia, ao menos, nos poupar o desgosto de vê-la. Deveria usar uma burka quando saísse pelo mundo.





terça-feira, 17 de novembro de 2015

Dilma e o terrorismo (Augusto Nunes)




Em 24 de setembro de 2014, depois de uma reunião na ONU, Dilma Rousseff resolveu explicar aos jornalistas brasileiros por que os companheiros do Estado Islâmico (que a presidente chama carinhosamente de ISIS, informa o palavrório em dilmês) devem ser tratados com muita paciência e mais respeito pelos bárbaros ocidentais. Confira o comício inverossímil em 

https://youtu.be/fiMTfPxPPtE

"Ô, gente, vocês acreditam que bombardeá o ISIS resolve o problema? Porque se resolvesse eu acho que estaria resolvido no Iraque. E o que se tem visto no Iraque é a paralisia. Isso não sô eu que tô dizeno, é só ocês lerem o New York Times de ontem. Que qui o New York Times diz? Que houve uma estagnação. Porque o ISIS tem apoio de comunidades sunitas. Então, o que se tem de olhá é, de fato, a raiz desse problema. Ceis sabem aquele negócio, quando ocê destampa a caixa e sai todos os demônios? Os demônios estão soltos. Todos. Não vamos esquecer o que ocorreu no Iraque: houve uma dissolução do Estado iraquiano, uma dissolução. Então, hoje, a gente querê simplesmente… é… bombardeá o ISIS, dizê que você resolve porque o diálogo não dá, eu acho que não dá, também, só o bombardeio, porque o bombardeio não leva a consequências de paz. Porque você qué bombardeá por quê? Porque alguém internamente qué qui você bombardeie? Você vai bombardeá para quê? Para garantir a paz?"

Depois dos atentados em Paris, Dilma anda fazendo de conta que esqueceu o que disse. Mas até os bebês de colo sabem que gente assim não muda de ideia.

Na juventude, ela aprendeu com professores como Carlos Marighella a apreciar a beleza que existe no ato de matar por uma causa. Esse tipo de distúrbio não tem cura.

Eles têm as armas. Que se fodam. Nós temos o champagne.



Mulheres evitam criticar Pedro Paulo (Ricardo Noblat)


Espanta e envergonha que mulheres, no exercício de cargos políticos e em posições de destaque, hesitem em condenar a atitude do secretário-executivo da prefeitura do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Carvalho, de espancar duas vezes sua ex-mulher Alexandra quando era casado com ela; de mentir ao ver as agressões serem descobertas; e de forçar Alexandra a defendê-lo em humilhante entrevista coletiva.

Fátima Pelaes, por exemplo, a presidente nacional do PMDB Mulher, saiu-se de banda ao ser abordada, ontem, por um repórter de O Globo. Ditou:
- O núcleo estadual, que conhece mais a situação, entende que ele pode ser reabilitado. Nada justifica a violência, é inaceitável a agressão em qualquer tempo, mas há uma segunda chance.
Presidente da seção carioca do PMDB mulher, Kátia Lôbo recusou-se a conversar.
- Não tenho nada para falar sobre isso — disse e desligou o telefone.
Como não tem? Quem teria?
A presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, a senadora Rose de Freitas (ES), reagiu irritada com a demora do prefeito Eduardo Paes em desistir da candidatura de Pedro Paulo à sua sucessão:
- Recuso-me a tratar isso como uma questão partidária. É uma questão de Direitos Humanos, inaceitável. O Eduardo Paes não tem que esperar a sociedade reagir, é um contencioso que fica para sempre. O próprio Pedro Paulo deveria se considerar sem condições de ser candidato. Quebra o pau na mulher e não quer que a gente fale?
Recém-filiada ao PMDB de Paes e de Pedro Paulo, a antiga líder feminista e atual senadora Marta Suplicy (SP), candidata a prefeita de São Paulo, registrou em e-mail:
- Fui e sou sempre solidária à luta e ao direito das mulheres, principalmente contra essa chaga que é a violência.
Para a deputada Laura Carneiro (RJ) o assunto está superado:
- O trabalho dele [Pedro Paulo] como Executivo, 20 anos de atuação, não pode estar atrelado a uma questão pessoal. Na política, há coisas boas e coisas ruins, ou se está no barco, ou não. E eu estou.
Ninguém parece estar mais no barco do que a vereadora Verônica Costa:
- É difícil acreditar (nas agressões). É melhor esperar a Justiça se posicionar. Não é o perfil do Pedro, não o vejo assim.
Como não acreditar se o próprio Pedro Paulo confessou as agressões e pediu desculpas por elas?
Pragmática, a vereadora Leila do Flamengo quase não falou:
- Por lealdade, preferia não me pronunciar. Preocupo-me em não machucar quem me deu apoio.

PS:O ilustre jornalista Ricardo Noblat só se esqueceu de citar o resto da reportagem do jornal O Globo. Nela consta que “abordada em evento em Brasília, a titular da pasta que abarcou a antiga Secretaria de Políticas para Mulheres, Nilma Lino, recusou-se a tratar do assunto”. 
Faz sentido. Como a ministra também responde pelos assuntos afrodescendentes, e a espancada é uma gata loura, melhor não falar nada. Mulher branca precisa provar do próprio veneno. Pelo papel humilhante que aceitou desempenhar, loura que é, deve ser meio burrinha mesmo. Talvez até goste de apanhar. Nelson Rodrigues garantia que sim.  

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Dilma propôs diálogo com os bárbaros

O povo brasileiro não pode se esquecer - nunca - da sugestão de dona Dilma em discurso na ONU. Segundo ela, deveríamos estabelecer um diálogo com os terroristas do Estado Islâmico. As imagens abaixo são explicativas sobre quem são os bravos companheiros.


https://youtu.be/0rGTyY-uV0U


domingo, 15 de novembro de 2015

Reflexões de um professor (Celso Lafer)


Estudei e me formei na Faculdade de Direito da USP (1960-1964) e passei a lecionar nas suas Arcadas em 1971, na sequência da pós-graduação e do doutorado em Ciência Política na Universidade Cornell, nos EUA. A minha atividade de professor da faculdade estendeu-se até 2011, quando fui alcançado pela compulsória.

Foram 40 anos que fizeram do ensino e da pesquisa eixos centrais da minha vida, generosamente reconhecidos quando recebi o Prêmio Professor Emérito Guerreiro da Educação Ruy Mesquita de 2015, concedido pelo CIEE e pelo jornal O Estado de S. Paulo. Passei, assim, a integrar um honroso rol de eminentes educadores, muitos dos quais tiveram papel importante na minha própria formação, como Ruth Cardoso, Miguel Reale e Antonio Candido.

Para esse reconhecimento seguramente contribuiu o fecho privilegiado da minha trajetória de professor que foram os oito anos de presidência da Fapesp, encerrados em setembro. A Fapesp deu-me a oportunidade de cumprir outra relevante missão da vida universitária: a prestação de serviços à comunidade, no caso, respaldando em nosso Estado a formação de quadros e apoiando a pesquisa de qualidade em todos os campos do conhecimento.

Na faculdade dediquei-me ao ensino e à pesquisa do Direito Internacional e da Filosofia do Direito, duas disciplinas afins na minha visão e experiência. Ao fazer um balanço da minha produção acadêmica no âmbito do Direito, verifico que parte significativa é constituída por estudos, permeados por temas recorrentes e transversais, que são por sua vez a expressão de um contínuo work in progress. Este resulta de um esforço de ir esclarecendo por meio de aproximações sucessivas as inquietações de um intelectual preocupado com os grandes problemas do Direito e do seu papel na sociedade.

Por essa razão, e com a aspiração de apresentar uma atualizada prestação de contas do work in progress, reuni sob o título geral Um Percurso no Direito no Século XXI meus trabalhos mais recentes, organizados tematicamente em três volumes, Direitos Humanos, Direito Internacional, Filosofia e Teoria Geral do Direito, que acabam de ser publicados pela Atlas/GEN.

Verifico que as linhas da minha reflexão acabaram antecipando tendências e estão em sintonia com a importância que vem sendo atribuída à tutela dos direitos humanos, tanto no plano interno, à luz da Constituição de 1988, quanto no plano externo, por obra da política do Direito traçada pela Declaração Universal de 1948. Também estão em sintonia com a crescente relevância da agenda do Direito Internacional Econômico, que, por obra da interdependência, vem ampliando o repertório e o escopo de normas de mútua colaboração, reguladoras da transferência internacional de recursos. Daí a importância tanto do regionalismo de múltiplos processos do Direito de Integração quanto do alcance de multilateralismo comercial, de que a OMC e o seu Sistema de Solução de Controvérsias são uma expressão e em conjunto são parte do fenômeno mais amplo da globalização do Direito.

As janelas do espírito se abrem por dentro, como dizia o professor Miguel Reale, e foram suas aulas e as do professor Goffredo Telles Jr. que abriram as janelas do meu interesse pela Filosofia do Direito. A Filosofia do Direito coloca o problema epistemológico de um apropriado equilíbrio na determinação do alcance e extensão dos seus campos de investigação. Enquanto filosofia, não pode deixar de lado preocupações teóricas, mas enquanto Direito diz respeito à práxis. É por essa razão que a Filosofia do Direito, no meu entender, é um campo do conhecimento construído e elaborado por juristas com interesses filosóficos voltado para um parar para pensar problemas que não encontram adequado encaminhamento no âmbito estrito do Direito Positivo. Os estudos de Filosofia e Teoria Geral do Direito reunidos na trilogia são, no seu pluralismo, representativos de um work in progress que parte desta perspectiva organizadora.

A Filosofia do Direito comporta também, como diria Bobbio, uma funzione civile voltada para a reflexão sobre os grandes problemas do Estado e do Direito. O Direito não é só experiência, mas não pode ser entendido sem ela. Foram os eventos da experiência vivida do regime autoritário de 1964 que me levaram a refletir sobre os méritos do governo das leis como superior ao dos homens e na especificidade da relação governantes/governados a indispensabilidade para a qualidade da convivência coletiva da tutela dos direitos humanos. Os direitos humanos consagram a democrática perspectiva ex parte populi representativa da passagem do dever dos súditos para os direitos dos seres humanos e são uma expressão do tema arendtiano do direito a ter direitos. Daí, na trilogia, a complementaridade entre o volume 3, com estudos da Filosofia do Direito, e o volume 1, com os de Direitos Humanos, que transita igualmente sobre os desafios do processo da sua crescente internacionalização. Daí também a complementaridade com o volume 2, com os trabalhos sobre Direito Internacional.

Meu interesse, desde moço, pelas relações internacionais e pelas modalidades da inserção do Brasil no mundo me levou naturalmente ao estudo do Direito Internacional. O Direito Internacional é um Direito em movimento. Por isso, como observa Bobbio, são relevantes as contribuições dos internacionalistas à Teoria Geral do Direito, posto que lidam com o fenômeno jurídico, não se circunscrevendo à predominante estabilidade dos direitos internos. O movimento do Direito Internacional contemporâneo que promove a interpenetração dos ordenamentos transita pela internacionalização dos direitos humanos e pela crescente incidência e amplitude espacial das normas do Direito Internacional Econômico, lastreada da reciprocidade dos interesses.

Os textos reunidos no volume 2 são igualmente a expressão de um work in progress nesse campo que foi adquirindo a densidade proveniente de um conhecimento “de dentro” da diplomacia econômica, nos períodos em que chefiei o Itamaraty e fui o embaixador do Brasil junto à OMC, em Genebra.

Dilma e os terroristas do Estado Islâmico (Augusto Nunes)


Em 24 de setembro de 2014, depois de uma reunião na ONU, Dilma Rousseff resolveu explicar aos jornalistas brasileiros por que os companheiros do Estado Islâmico (que a presidente chama carinhosamente de ISIS, informa o palavrório em dilmês), devem ser tratados com muita paciência e mais respeito pelos bárbaros ocidentais.
Confira o comício inverossímil:

“Ô, gente, vocês acreditam que bombardeá o ISIS resolve o problema? Porque se resolvesse eu acho que estaria resolvido no Iraque. E o que se tem visto no Iraque é a paralisia. Isso não sô eu que tô dizeno, é só ocês lerem o New York Times de ontem. Que qui o New York Times diz? Que houve uma estagnação. Porque o ISIS tem apoio de comunidades sunitas. Então, o que se tem de olhá é, de fato, a raiz desse problema. Ceis sabem aquele negócio, quando ocê destampa a caixa e sai todos os demônios? Os demônios estão soltos. Todos. Não vamos esquecer o que ocorreu no Iraque: houve uma dissolução do Estado iraquiano, uma dissolução. Então, hoje, a gente querê simplesmente… é… bombardeá o ISIS, dizê que você resolve porque o diálogo não dá, eu acho que não dá, também, só o bombardeio, porque o bombardeio não leva a consequências de paz. Porque você qué bombardeá por quê? Porque alguém internamente qué qui você bombardeie? Você vai bombardeá para quê? Para garantir a paz?”

Depois dos atentados em Paris, Dilma anda fazendo de conta que esqueceu o que disse. Mas até os bebês de colo sabem que gente assim não muda de ideia.
Na juventude, ela aprendeu com professores como Carlos Marighela a apreciar a beleza que existe no ato de matar por uma causa. Esse tipo de distúrbio não tem cura.