quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Youssef em Cuba


Nos termos da delação premiada de Alberto Youssef consta que "o declarante (Youssef) foi a Cuba duas vezes realizar negócios". 

Que diabo de negócio um doleiro devotado ao tráfico de divisas, especulação financeira e outras ilicitudes foi fazer em Cuba? Ainda mais em Cuba, um dos poucos países do mundo remanescentes do socialismo stalinista. No caso, segundo ele, participando de comitiva oficial de "empresários" brasileiros, sob o patrocínio do governo Lula. 

Com sua expertise o notório doleiro (já participara do escândalo do Banestado), pode ter atuado para criar, em Cuba, uma rede de negócios que ficasse fora do escrutínio do sistema financeiro internacional. Em outras palavras, com a parceria do governo cubano transformar a ilha dos irmãos Castro num paraíso fiscal. Dinheiro da corrupção, do tráfico de drogas e de armas e outras malfeitorias (por exemplo, lavagem de ativos dos países párias, como Irã e Coréia do Norte, além dos déspotas corruptos da África e, mesmo, de terroristas do Exército Islâmico), teria uma porta de entrada e de saída livre de qualquer efetivo controle. Ligando tais interesses talvez se compreenda melhor o papel que cumpriria desempenhar a articulação Hugo Chavez, Fidel Castro e os petistas, na negociata em que se constituiu a compra da refinaria de Pasadena. Tal triangulação daria sentido às ações desenvolvidas pela Petrobrás para entrar no mercado americano.

Além disso, se roubaram tanto no petrolão, como vem mostrando a Operação Lava-Jato, onde está a grana? Alguém conhece o sistema bancário cubano? Estariam eles fazendo experiência com o suporte de gente como Youssef?

De qualquer forma, é muito estranho um doleiro, que vive no submundo do crime, participar não uma, mas duas vezes, de comitiva oficial de empresários brasileiros que foram a Cuba prospectar negócios (como gosta de dizer Zé Dirceu). Ele não foi ao Caribe em nome próprio: foi convidado. Quem é o pai da criança?   

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