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Palácio do Planalto |
Pedro
Collor não apresentou uma só prova para detonar o irmão, o então presidente
Fernando Collor. A entrevista que concedeu à VEJA desencadeou a tempestade
quase perfeita encerrada com a deposição do primeiro presidente da República
eleito pelo voto popular depois de 21 anos de ditadura.
Roberto
Jefferson muito menos provou o que disse à Folha de S. Paulo sobre o mensalão.
Acusou o governo de subornar deputados para que votassem na Câmara como ele
queria. Jefferson poupou Lula. Disse apenas que ele chorou quando ouviu falar
do mensalão. Mais tarde, tudo o que Jefferson disse acabou provado.
Tudo
indica que Delcídio Amaral, ex-líder do governo Dilma no Senado, pretende
seguir os exemplos de Pedro e de Jefferson. Algumas provas ele diz que tem. Mas
aposta que sua copiosa delação feita ao Procurador Geral da República se
provará assim que começar a ser investigada.
A revista IstoÉ divulgou na semana passada o primeiro capítulo da delação. E ontem, quando começou a circular outra vez, o segundo capítulo. Esse explodiu como uma bomba no colo
de Dilma. E explica por que ela convocou jornalistas para dizer que não
renunciará ao cargo. Ninguém havia lhe perguntado isso.
A certa
altura da entrevista, Dilma se disse vítima de denúncias seletivas. E mencionou
a de Delcídio sem citar o nome dele. Os jornalistas pensaram que ela se referia
ao capítulo 1. Não sabiam da existência do capítulo 2. Dilma sabia. Fora
procurada pela revista. Correu a defender-se antes da IstoÉ cair nas redes
sociais.
Dilma jamais conseguirá se sustentar no cargo
caso se confirme o que Delcídio revelou. O mais provável, contudo, é que caia
antes, vítima do pedido de impeachment PMDB, PSDB, DEM, PPS, PRB, PSB e
partidos menores estão de acordo em despachar Dilma, substituindo-a por seu
vice Michel Temer.