sábado, 12 de março de 2016

Delação de Delcídio explode no colo de Dilma (Noblat)


Palácio do Planalto

Pedro Collor não apresentou uma só prova para detonar o irmão, o então presidente Fernando Collor. A entrevista que concedeu à VEJA desencadeou a tempestade quase perfeita encerrada com a deposição do primeiro presidente da República eleito pelo voto popular depois de 21 anos de ditadura.
Roberto Jefferson muito menos provou o que disse à Folha de S. Paulo sobre o mensalão. Acusou o governo de subornar deputados para que votassem na Câmara como ele queria. Jefferson poupou Lula. Disse apenas que ele chorou quando ouviu falar do mensalão. Mais tarde, tudo o que Jefferson disse acabou provado.
Tudo indica que Delcídio Amaral, ex-líder do governo Dilma no Senado, pretende seguir os exemplos de Pedro e de Jefferson. Algumas provas ele diz que tem. Mas aposta que sua copiosa delação feita ao Procurador Geral da República se provará assim que começar a ser investigada.
A revista IstoÉ divulgou na semana passada o primeiro capítulo da delação. E ontem, quando começou a circular outra vez, o segundo capítulo. Esse explodiu como uma bomba no colo de Dilma. E explica por que ela convocou jornalistas para dizer que não renunciará ao cargo. Ninguém havia lhe perguntado isso.
A certa altura da entrevista, Dilma se disse vítima de denúncias seletivas. E mencionou a de Delcídio sem citar o nome dele. Os jornalistas pensaram que ela se referia ao capítulo 1. Não sabiam da existência do capítulo 2. Dilma sabia. Fora procurada pela revista. Correu a defender-se antes da IstoÉ cair nas redes sociais.
Dilma jamais conseguirá se sustentar no cargo caso se confirme o que Delcídio revelou. O mais provável, contudo, é que caia antes, vítima do pedido de impeachment PMDB, PSDB, DEM, PPS, PRB, PSB e partidos menores estão de acordo em despachar Dilma, substituindo-a por seu vice Michel Temer.

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