sábado, 11 de julho de 2015

Os perigos do politicamente correto (Slavoj Zizek)

A estupidez do chamado politicamente correto incomoda até os teóricos da esquerda mais radical. Vale a pena assistir o vídeo com Zizek, no endereço:  

https://youtu.be/Iujskgj3iKc

A Faculdade de Direito da UFMG resolveu dar sua contribuição ao já alentado acervo institucional de tolices politicamente corretas.
Contratar exclusivamente uma pessoa trans - conforme se pode ver no anúncio abaixo - é digno de uma medalha de lata, sem falar no aspecto legal. A direção da escola, a velha Casa de Afonso Pena, certamente vai lançar mão da tática petista: "não sei de nada, ninguém me contou, cheguei agora, a bicicleta nem é minha etc." 

Curiosos já especulam: haverá exame físico dos interessados? Pode apalpar? Quais traços trans terão maior valor? Haverá quota para trans-afro-velho-bolsista-família, por exemplo? E outras perguntas que a criatividade permitir.

Deveriam filmar e, depois, colocar no youtube. Vai bombar.  



Do golpe e do papel da oposição (Juan Arias, do jornal El País)


"O Brasil não é a Venezuela nem tampouco a Grécia, embora haja analistas políticos que alertem para a fragilização da democracia do país. Não existem, de fato, democracias para sempre. Elas são conquistadas a cada dia.

Um dos pilares que ajudou o Brasil a crescer e que lhe outorgou respeito internacional foi a consolidação, passo a passo, de suas liberdades democráticas, depois da ditadura militar. Diante da imagem de muitas democracias frágeis dentro do continente e de tentações autoritárias na velha Europa, o Brasil sempre foi visto, apesar de seus desequilíbrios sociais e de seus altos índices de violência, como uma sociedade na qual os poderes do Estado têm funcionado sem sobressaltos e com liberdade.

Hoje é assim? Não é segredo que o país atravessa uma de suas mais graves crises, como destacam editoriais de importantes meios de comunicação nacionais e estrangeiros. Uma crise que não é só econômica, mas também e, talvez, sobretudo, política e ética.

O Brasil tem recursos naturais e humanos para poder sair da crise econômica que o atormenta e que parece agravar-se a cada semana com a multiplicação dos índices negativos de crescimento do PIB, inflação, juros, redução da atividade industrial e desemprego.

Da crise econômica é possível sair com um novo modelo de crescimento capaz de reparar os danos sofridos por políticas erradas e pecados de desperdício de recursos públicos ou de um excesso de nacionalismo. Basta querer.

Mais difícil parece ser superar o momento político que se apresenta cada dia mais emaranhado, azedado, imprevisível e até perigoso.

Um país com um governo tão frágil que nem sequer é apoiado por seu partido, o PT, nem pelo maior aliado, o PMDB. Um governo criticado duramente até pelo ex-presidente Lula, com uma presidenta como Dilma, com 9% de apoio popular — de quem se pede a saída todos os dias na rua, nos palácios do poder econômico e nas redes sociais–, corre o perigo de ver sua democracia minada.

Há quem se pergunte como um país da envergadura do Brasil pode continuar a legislatura inteira (iniciada há apenas seis meses) com essa espada de Dâmocles por cima exigindo uma mudança que não pode ocorrer a não ser pelas vias democráticas.

Jornais sérios, como o Valor Econômico, explicam as supostas manobras do PMDB, o partido mais importante da coalizão de Governo, para apear Dilma do poder. Personagens como Lula tacham o Governo de mudo, incapaz de reagir e afirmam que Dilma está politicamente morta.

Por sua vez, a presidenta afirma que não deixará a cadeira e desafia os que pretendem isso com um “venha tentar”.

Enquanto isso, a explosão do vulcão da corrupção na Petrobras ameaça chegar à praia do Palácio Presidencial com a possibilidade de que a mandatária, com seu padrinho Lula, possa ser denunciada por ilegalidades que a obrigariam juridicamente a perder o cargo. E é certo que em 16 de agosto os muitos e poucos cidadãos que sairão à rua convocados pelos movimentos de descontentes com o governo voltarão a gritar “Fora, Dilma!”.

Tudo isso poderia entrar no jogo democrático e em muitas ocasiões essas crises servem até para fortalecer a democracia, como ocorreu com o caso Collor, em que triunfou o desejo democrático da sociedade.

O perigo de hoje no Brasil é que está sendo posto em discussão, talvez pela primeira vez, um papel indispensável para a solidez de uma democracia, que é o da oposição.

O Brasil tem, com efeito, pouca consciência de que, em uma democracia, tão importante ou mais que o papel do Governo é o da oposição, à qual se tenta, às vezes, ver como inimiga da democracia.

Até a mais sólida das democracias acaba degenerando em tirania quando a oposição é despojada do papel fundamental de vigiar, controlar e denunciar o governo quando considera que se desviou do mandato recebido nas urnas, ao mesmo tempo que o de organizar-se para chegar ao poder com programas alternativos que deverão ser julgados pela sociedade.

O fato, por exemplo, de que seja tachado de “golpe” a ação da oposição, que exige prestação de contas ao Legislativo, não é mais do que o desejo de deixá-la de mãos atadas e demonizá-la.

Até agora ninguém foi capaz de demonstrar, por exemplo, que o maior partido de oposição, o PSDB, que hoje venceria amplamente nas urnas até mesmo um candidato invencível como Lula, tenha planejado algum tipo de golpe inconstitucional. Quando muito se poderia dizer que, dada a grave crise global que vive a sociedade brasileira, a oposição está mais para tímida e até excessivamente respeitosa.

Sem dúvida, algo que o PT não deveria esquecer, já que ele e seu líder maior, Lula, com os sindicados e os movimentos sociais, exerceram uma oposição sem trégua ao governo democrático do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e pedia nas ruas, dia sim, dia não, sua saída do Governo. E ninguém então o tachou de golpista, e ele conseguiu chegar ao poder.

O Brasil tem hoje a sorte de que a sociedade não exige nas ruas soluções extremistas ou revolucionárias para a crise. Não surgiram nem sequer partidos novos antipoder nem de extrema esquerda nem de extrema direita ou inimigos da democracia. Nem tampouco candidatos aventureiros.

Todas as soluções que se apresentam a partir da oposição não podem ser mais conservadoras, todas elas dentro do quadro das democracias tradicionais que preveem alternativas de poder como antídoto contra a corrupção de governos eternizados no poder.

Às vezes até parece que a crise de que o Brasil padece é culpa da oposição, como se tenta demonstrar a um eleitorado menos informado. Mas é culpa do PSDB que o Brasil acabe o ano em recessão e com uma inflação de 9% ou com as maiores taxas de juros do planeta ou com o fantasma do desemprego assombrando os trabalhadores?

É culpa da oposição a corrupção que tem sangrado a Petrobras, o enfraquecimento da indústria, a perda de confiança dos empresários no Governo ou a falta de investimentos? Ou que acabem não decolando os projetos de criação de infraestrutura, que morrem velhos sem ser concluídos?

Uma democracia de verdade tem suas regras fundamentais. O Governo tem que governar, e à luz do sol. Quando fracassa, a culpa é só sua, não da oposição, cuja função é desmascarar as artimanhas do poder quando beira a ilegalidade.

Não é golpe exercer até com dureza o papel de oposição. Golpe é, quando muito, o que fazem às vezes nas sombras os que têm a responsabilidade de prestar contas à sociedade sobre como se empregam seus impostos e que levam a cabo manobras pouco ortodoxas para se manter a qualquer custo no poder.


Quanto mais a crise se alongar e gangrenar, mais a democracia estará em perigo. É dever da oposição não deixar que a situação chegue a degringolar, seja por medo de exercer seu papel ou por não saber encontrar soluções alternativas que convençam uma sociedade desmoralizada e desiludida".

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Renuncie, Mulher sapiens sapiens! (Reinaldo Azevedo, em 10/07/2015)


"No dia 23 de janeiro de 2013, a presidente Dilma Rousseff anunciou, em rede nacional de rádio e televisão: "Acabo de assinar o ato que coloca em vigor, a partir de amanhã, uma forte redução na conta de luz de todos os brasileiros. (...) A partir de agora, a conta de luz das famílias brasileiras vai ficar 18% mais barata".

A redução da tarifa vinha casada com uma lambança no setor elétrico que custou, até agora, mais de R$ 100 bilhões ao Tesouro. É crime de responsabilidade. A intervenção feita na área pela governanta, em setembro de 2012, incide nos artigos 4º e 11 da lei 1.079. As pedaladas fiscais e o assalto à Petrobras são pinto perto disso. É uma pena que não se possa impichá-la três vezes só para ser didático.

No anúncio, ela não se esqueceu de seus críticos. Disse: "Neste novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás [...]. Estamos vendo como erraram os que diziam que não iríamos conseguir baixar os juros nem o custo da energia e que tentavam amedrontar nosso povo com a queda do emprego e a perda do poder de compra do salário. Os juros caíram como nunca, o emprego aumentou".

Nunca bastou ao PT fazer bobagem. Sempre foi preciso humilhar e tratar como lixo os que divergiam. Segundo o Datafolha, naquele tempo, 62% consideravam o governo ótimo ou bom; 30%, regular, e apenas 7%, ruim ou péssimo. Quem precisava de críticos?

O "malaise" de agora com o petismo não tem origem apenas nos maus resultados e no estelionato eleitoral. Há também um sentimento que Tarantino transformaria, assim, num "Django" ou num "Bastardos Inglórios" tropicais —trocando o sangue pela chanchada, claro!

Como os petistas abusaram da nossa paciência, não é!? Naquele janeiro, eles ainda contavam vencer a eleição de 2014 no primeiro turno; fazer a maior bancada da história; impor a reforma política que bem entendessem; quebrar as pernas do PMDB —já que davam o PSDB por liquidado— e impor o controle social da mídia".

..................................................................................

OBS: O jornalista Reinaldo Azevedo desconheceu a possibilidade teórica de suicídio. Como farsa não haveria melhor escolha, após a tragédia de Getúlio Vargas.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Presente para o grego

Os gregos herdaram a fama de grandes trapaceiros devido ao "presente" que deixaram para os troianos naquela famosa guerra clássica. Agora, eles é que foram enganados. Os autores da façanha - nada mais nada menos que Lula e Dilma - jogaram a Grécia aos leões. Assim, está explicada a confusão que o tal Tsipras vem causando na Europa. Bem fez Angela Merkel, que recusou os sábios conselhos de dona Dilma para salvar a Alemanha.



terça-feira, 7 de julho de 2015

O destino e a presidência da república

Tancredo dizia que a presidência era destino. Este, caprichosamente, não quis favorecê-lo, ao permitir que morresse à véspera de sua posse, nos estertores do regime militar. O destino, ao que parece, também foi cruel com seu neto, o senador Aécio Neves.

Os fados marcaram encontro, sim,  com Michel Temer, tal qual já haviam feito com Sarney e Itamar.


Dilma: a entrevista


Dona Dilma por ela mesma: arrogante, pernóstica, aloprada, grosseira e incompetente. E dizer que essa mulher de alma pequena governa um país com as dimensões do Brasil. Ao contrário da referida dama, Gandhi recebeu o apodo de Mahatma, que significa 'grande alma". Para os céticos, vale a pena ler a entrevista dada por ela ao jornal Folha de São Paulo, em 07/07/2005.
*
"Folha - O ex-presidente Lula disse que ele e a sra. estavam no volume morto. Estão?

Dilma Rousseff - Respeito muito o presidente Lula. Ele tem todo o direito de dizer onde ele está e onde acha que eu estou. Mas não me sinto no volume morto não. Estou lutando incansavelmente para superar um momento bastante difícil na vida do país.

Lula disse que ajuste fiscal é coisa de tucano, mas a sra. fez.

Querido, podem querer, mas não faço crítica ao Lula. Não preciso. Deixa ele falar. O presidente Lula tem direito de falar o que quiser.

A sra. passa uma imagem forte, mas enfrenta uma fase difícil.

Outro dia postaram que eu tinha tentado suicídio, que estava traumatizadíssima. Não aposta nisso, gente. Foi cem mil vezes pior ser presa e torturada. Vivemos numa democracia. Não dá para achar que isso aqui seja uma tortura. Não é. É uma luta para construir um país. Eu não quis me suicidar na hora em que eles estavam querendo me matar! A troco de quê vou querer me suicidar agora? É absolutamente desproporcional. Não é da minha vida.

Renúncia também?

Também. Eu não sou culpada. Se tivesse culpa no cartório, me sentiria muito mal. Eu não tenho nenhuma. Nem do ponto de vista moral, nem do ponto de vista político.

A sra. fala que não tem relação com o petrolão, mas está pagando a conta?

Falam coisas do arco da velha de mim. Óbvio que não tenho nada a ver com o petrolão. Mas não estou falando que paguei conta nenhuma também. O Brasil merece que a gente apure coisas irregulares. Não vejo isso como pagar conta. É outro approach. Muda o país para melhor. Ponto.
Agora excesso, não [aceito]. Comprometer o Estado democrático de direito, não. Foi muito difícil conquistar. Garantir direito de defesa para as pessoas, sim. Impedir que as pessoas sejam de alguma forma ou de outra julgadas sem nenhum processo, também não [é possível].

O que acha da prisão dos presidentes da Odebrecht e Andrade Gutierrez?

Olha, não costumo analisar ação do Judiciário. Agora, acho estranho. Eu gostaria de maior fundamento para a prisão preventiva de pessoas conhecidas. Acho estranho só.
Não gostei daquela parte [da decisão do juiz Sergio Moro] que dizia que eles deveriam ser presos porque iriam participar no futuro do programa de investimento e logística e, portanto, iriam praticar crime continuado. Ora, o programa não tinha licitação. Não tinha nada.

A oposição prevê que a sra. não termina seu mandato.

Isso do ponto de vista de uma certa oposição um tanto quanto golpista. Eu não vou terminar por quê? Para tirar um presidente da República, tem que explicar por que vai tirar. Confundiram seus desejos com a realidade, ou tem uma base real? Não acredito que tenha uma base real.
Não acho que toda a oposição que seja assim. Assim como tem diferenças na base do governo, tem dentro da oposição. Alguns podem até tentar, não tenho controle disso. Não é necessário apenas querer, é necessário provar.

Delatores dizem que doações eleitorais tiveram como origem propina na Petrobras.

Meu querido, é uma coisa estranha. Porque, para mim, no mesmo dia em que eu recebo doação, em quase igual valor o candidato adversário recebe também. O meu é propina e o dele não? Não sei o que perguntam. Eu conheço interrogatórios. Sei do que se trata. Eu acreditava no que estava fazendo e vi muita gente falar coisa que não queria nem devia. Não gosto de delatores.

Mesmo que seja para elucidar um caso de corrupção?

Não gosto desse tipo de prática. Não gosto. Acho que a pessoa, quando faz, faz fragilizadíssima. Eu vi gente muito fragilizada [falar]. Eu não sei qual é a reação de uma pessoa que fica presa, longe dos seus, e o que ela fala. E como ela fala. Todos nós temos limites. Nenhum de nós é super-homem ou supermulher. Mas acho ruim a instituição, entendeu? Transformar alguém em delator é fogo.

Tem gente no PMDB querendo tirar a sra. do cargo.

Quem quer me tirar não é o PMDB. Nã-nã-nã-não! De jeito nenhum. Eu acho que o PMDB é ótimo. As derrotas que tivemos podem ser revertidas. Aqui tudo vira crise.

Parece que está todo mundo querendo derrubar a sra.

O que você quer que eu faça? Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso é moleza, isso é luta política. As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair. E venha tentar, venha tentar. Se tem uma coisa que eu não tenho medo é disso. Não conte que eu vou ficar nervosa, com medo. Não me aterrorizam.

E se mexerem na sua biografia?

Ô, querida, e vão mexer como? Vão reescrever? Vão provar que algum dia peguei um tostão? Vão? Quero ver algum deles provar. Todo mundo neste país sabe que não. Quando eles corrompem, eles sabem quem é corrompido".

Dilma: o próximo passo

Só mais um passinho


















Vamos, Dilma. Coragem. Siga em frente. O Brasil aplaudirá. O Temer também.

Petrolão: Lula confessou

Se havia dúvidas, agora não há mais. Lula, o abominável, confessou que era ele quem comandava o petrolão. A prova está no link abaixo.

https://youtu.be/nRIbactiRPI

Numa coisa ele tem razão: a antiga caixa preta (que o presidente Itamar declarou não poder abrir, referindo-se à Petrobrás), vai ficando cada vez mais transparente.