sexta-feira, 17 de abril de 2015

Como sair vivo de um escândalo (Cesar Maia)




















1. The New Prince: Machiavelli Updated for the Twenty-First Century (El Nuevo Príncipe, editora El Ateneo), de Dick Morris (coordenador de Clinton em 2006), é leitura básica para entender a complexidade da comunicação política dos governos, muito maior que a do marketing eleitoral, pois ocorre dia a dia. E se insere num universo diversificado, de imprensa, comunicação direta, boatos, opinião pública segmentada, contracomunicação da oposição e dos insatisfeitos e da internet. Morris fala disso em Governar, na parte 2 de seu livro. Nele, trata de temas como popularidade cotidiana, exercício da liderança, agressividade ou conciliação, inércia burocrática, cuidar das costas (controlar seu partido), cortejar a oposição, grupos de pressão, buscar recursos e continuar sendo virtuoso, o mito da manipulação da mídia e como sobreviver a um escândalo.
           
2. A este último ponto Morris dedica atenção. "Não há como ganhar na cobertura de um escândalo. A única maneira de sair vivo é falar a verdade, aguentar o tranco e avançar". Com vasta experiência junto à imprensa dos EUA, lembra que, quando ela abre um escândalo, tem munição guardada para os próximos dias. Os editores fatiam a matéria, pedaço a pedaço, para a cada dia ter uma nova revelação. De nada adianta querer suturar o escândalo com uma negação reativa, pois virão outras logo depois, desmoralizando a defesa. E outros veículos entram com fatos novos para desmentir. Para Morris, a chave é não mentir. O dano de mentir é mortal. "Uma mentira leva à outra e o que era uma incomodidade, passa a ser obstrução criminal à Justiça".
         
3. A força de um escândalo é a sua importância política. As pessoas perdoam muito mais aqueles fatos sem relação com o ato de governar. E ir acompanhando a reação do público. "Se os eleitores se mostram verdadeiramente escandalizados com o que se diz que ele fez, é melhor que não tenha feito. Roubar dinheiro quase sempre não se perdoa". Em outros tipos de escândalo, como os de comportamento, os eleitores se mostram mais suaves e compreensíveis. Os mais velhos são sempre menos tolerantes. Os de idade intermediária tendem a ser mais flexíveis, especialmente com escândalos de comportamento. Os eleitores jovens se fixam mais no caráter do governante. Assim, além da complexidade de enfrentar um escândalo, a comunicação de governo deve ser, pelo menos, etariamente segmentada. Na medida em que o governante nada tenha a ver diretamente com o fato, que os responsáveis sejam de fato afastados por traição de confiança. Caso contrário, o próprio governo será contaminado e terá perdido precocemente a batalha de opinião pública e, assim, a batalha política.

Fachin, o novo Rolando Lero

Para aqueles que acreditam em transmigração de carma, ou em reencarnação da alma, eis aí um bom exemplo para reforçar suas crenças metafísicas. O provável futuro ministro do STF, doutor Fachin, ao que parece, incorporou a persona do finado humorista Rogério Cardoso, da Escolinha do Professor Raimundo. Esperemos que a Suprema Corte não nos prive de ouvir os delírios que, certamente, nos chegarão a partir das intervenções e votos do delirante professor, o Fachin, não o Raimundo.

























“Partindo-se de uma análise crítica que arrosta a primeira modernidade – entendida como o legado eurocêntrico de um sistema patriarcal, codificado e arrimado em um Estado-Nação – a segunda modernidade – identificada em uma sociedade econômica regulada por leis próprias, na qual os direitos fundamentais deixaram o campo do debate da efetividade para consubstanciar um hiperconsumo das ideias destacadas da cidadania e da democracia –, buscar-se-á investigar como a complexidade do real e a mácula do aparente convivem sob uma Constituição dirigente, que proclama a emancipação do indivíduo e funda uma ordem pautada em princípios democraticamente erigidos. Com isso, pretende-se demonstrar que entre os significados da equidade, democracia e direitos humanos entroniza-se a compra e venda que tudo transforma em mercadoria, fazendo-se premente a construção de um novo direito,pautado em novos códigos e novos discursos,estruturados em uma principiologia axiológica de índole constitucional.” (FACHIN, Luiz Edson. Entre duas modernidades: a constituição da persona e o mercado. Revista de Direito Brasileira, v. 1, p. 101-110, 2011).

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Magna Carta (do blog do Setti, em Veja)




"Escrita em latim em um pergaminho de couro nos arredores de Londres há 800 anos, a Magna Carta é mais avançada em termos de direitos humanos e progresso social do que essas toscas experiências políticas em voga atualmente no mundo. Se aplicada na Venezuela de Nicolás Maduro, na Argentina de Cristina Kirchner ou na Rússia de Vladimir Putin, a Magna Carta de 1215 seria um choque de democracia.

“Nenhum homem será aprisionado ou privado de sua propriedade, ou tornado fora da lei, ou exilado, ou de maneira alguma destruído, nem agiremos contra ele ou mandaremos alguém contra ele, a não ser por julgamento legal dos seus pares, ou pela lei da terra. A ninguém recusaremos ou postergaremos direito ou justiça”, lê-se no trecho de influência mais perene.

A essência do documento, que em 15 de junho completará oito séculos, foi, pela primeira vez na história, impor limites a um monarca, no caso o rei João. O acerto inicial beneficiou apenas os barões do reino. Mas seu escopo foi ampliado com o tempo para todos os habitantes da Inglaterra. A Magna Carta serviu de base para as democracias modernas ao dar vida ao que hoje se conhece por “estado de direito”. Nenhum monarca, czar ou caudilho pode colocar-se acima das leis dos homens.

O rei que se viu obrigado a deixar esse legado democrático foi um símbolo máximo do autoritarismo. Em 1199, com a morte de seu irmão Ricardo Coração de Leão, João herdou o trono. Como Ricardo havia indicado seu sobrinho Artur para a cadeira, João o matou. Segundo um cronista daquele tempo, antes Artur foi mutilado. Outro diz que João esmagou a cabeça do sobrinho com uma pedra e jogou o corpo no rio. O ano era 1203 e Artur tinha 16 anos.

João também tomava para si as mulheres e filhas dos senhores feudais, que eram obrigados a se sujeitar à humilhação como prova de lealdade. Matilda de Briouze, a mulher de um barão que ousou dizer não, foi presa com o filho em um castelo, sem comida. Foi encontrada morta depois de cravar os dentes na bochecha do garoto, que sucumbira de fome.

Na Baixa Idade Média (séculos XI ao XV), o reconhecimento da autoridade de um rei, acima dos senhores feudais, foi um enorme avanço social e econômico. Um monarca com poder incontrastável sobre determinado território tornou o comércio mais seguro e diminuiu a violência das insurreições populares.

João, porém, abusou de sua autoridade, cobrando impostos extorsivos para financiar suas guerras e punindo cruelmente quem se recusasse a pagar. Revoltados, os barões tomaram Londres. Acuado, o rei aceitou todas as demandas. Cópias do pergaminho, com o selo do monarca, foram enviadas para ser lidas nos púlpitos das igrejas.

Entre as determinações da Magna Carta consta que os impostos não poderiam mais ser criados sem o consentimento dos pagadores de impostos. Além disso, as viúvas dos barões não poderiam mais ser obrigadas a se casar com quem o rei determinasse. Prisões arbitrárias não seriam mais toleradas, e todos teriam direito a um julgamento correto. Um conselho de 25 homens foi formado para supervisionar as atitudes do monarca.

Um mês depois de aceitar os termos da Magna Carta, o rei João voltou atrás e recorreu ao papa para que a cancelasse. João morreu de disenteria na guerra interna contra os barões do reino.
As ideias centrais do documento foram um marco na evolução das sociedades e inspiraram muitos outros eventos libertários. A Revolução Gloriosa, de 1688, foi um exemplo. Os ingleses, 473 anos depois da Magna Carta, rebelaram-se contra Jaime II, que foi afastado pacificamente, sem o banho de sangue que se viu na Revolução Francesa.

Em Paris, o objetivo era destruir o sistema para construir outro, novo e perfeito. Para os franceses, só isso caracterizaria uma revolução. O político irlandês Edmund Burke (1729-1797), o primeiro e talvez o maior crítico da Revolução Francesa, desmontou facilmente o argumento. Para Burke, que previu com anos de antecedência a degeneração para o terror do experimento parisiense, a superioridade da Revolução Gloriosa não estava em ter ocorrido mais de 100 anos antes nem em ter sido incruenta, mas em ter respeitado as “complexidades da natureza humana e da vida em sociedade”.

No século seguinte, a independência americana foi herdeira da Magna Carta, ecoada na Quinta Emenda da Constituição: “Ninguém pode ser privado de sua vida, liberdade ou propriedade sem o devido processo legal”. Em 2008, um juiz americano citou o texto medieval em sua defesa de que os detidos em Guantánamo tivessem direito a julgamento em tribunal, e não pela Justiça Militar.
Uma cópia da Magna Carta vai ser exposta em Brasília em julho. Findas as celebrações, ela volta a Londres. Perfeito seria se seus princípios ficassem".

terça-feira, 14 de abril de 2015

A inocência dos roedores (Guilherme Fiuza)









"Se Dilma fosse uma ópera, ela se chamaria “Erenice”. Uma ópera em dois atos: 2010, a ascensão; 2015, a queda. A presidente ainda não caiu, mas o Brasil já está caindo. Ainda não se sabe se no abismo ou na real.
Dilma Rousseff declarou que sua campanha não recebeu “dinheiro de suborno”. Já o Lobo Mau declarou que não comeu a vovozinha. Cada um com a sua tática. Se os caçadores da floresta não tivessem aberto a barriga do Lobo, ele teria devorado também a Chapeuzinho. Os caçadores da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça estão abrindo a barriga do PT e tirando um mundo lá de dentro. Mas a cabeça falante do partido continua jurando inocência pela boca da presidente da República. E a Chapeuzinho verde-amarela, coitada, continua na dúvida se acredita.
Antes de voltarmos à ópera, uma última contribuição à fábula. Querida Chapeuzinho: se o seu plano é ser devorada, fique à vontade. Continue acreditando em Dilma quando ela diz, por exemplo, que vai salvar a Petrobras. O humorista inglês John Oliver já caiu na gargalhada diante da presunção de inocência da presidente brasileira — e riu não por ser humorista, mas por ser inglês. Se bem que já há estrangeiros em vários países não achando a menor graça nessa novela. São investidores lesados pelo petrolão e, ao contrário da cordial Chapeuzinho, resolveram chamar a polícia. E lá a chantagem emocional dos guerreiros do povo não protege ninguém. Bandido é bandido.
As delações premiadas de ex-diretores da Petrobras e de empreiteiras convergiram com a do doleiro Alberto Youssef e cravaram: o PT transformou propinas do petrolão em doação legal ao partido. Em mais uma contribuição progressista para a História, os companheiros inventaram a propina oficial. Nada dos arcaicos recursos não contabilizados do mensalão: tudo certinho, tudo declarado, enfim, um roubo absolutamente dentro da legalidade. E as delações indicaram que algumas centenas de milhões de reais escoaram do esquema para a campanha presidencial de Dilma — aquela que não recebeu “dinheiro de suborno”. O acusado de operar esse milagre é o tesoureiro do PT, João Vaccari, que por essas e outras acaba de virar réu no processo da Operação Lava-Jato.
Vejam como Dilma Rousseff realmente é uma ópera. Toda essa engenhosa sucção nacionalista foi montada sob a presidência dela no Conselho de Administração da Petrobras. Está gravado e filmado para quem quiser ver: o ex-diretor da estatal e protagonista do escândalo, Paulo Roberto Costa, acha “estranho” que Dilma não soubesse do esquema. Mais estranho ainda sabendo-se que a montagem do esquema é atribuída a figuras-chave do partido dela, às quais a presidente jamais negou solidariedade — inclusive àquelas condenadas pelo mensalão. O que a inocência de Dilma foi fazer no meio dessa podridão?
Melhor reler o libreto. Está lá, no primeiro ato. Ano de 2010, eleição presidencial (na qual, maldita coincidência, outro delator aponta “dinheiro de suborno” na campanha de Dilma). Ali, nasce uma estrela: Erenice Guerra, braço-direito da candidata à Presidência, entra para a História ao levar a Casa Civil para as páginas policiais, demitida e investigada por tráfico de influência. Erenice era a mulher de confiança de Dilma, preparada por ela para ser sua superministra. Claro que os métodos de Erenice Guerra e a inocência de Dilma Rousseff jamais se cruzaram nos corredores do palácio. É estranho à beça, como diria Paulo Roberto Costa, mas a vida é assim mesmo. Estranha.
Saltando para 2015, o libreto da ópera faz ressurgir a grande personagem. Na Operação Zelotes da Polícia Federal, quem surge no seio de um escândalo bilionário envolvendo a Receita Federal? Erenice Guerra, agindo como principal assessora da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Mas Chapeuzinho verde-amarela continua chupando o dedo e ouvindo Dilma dizer que vai limpar tudo e nunca viu dinheiro de suborno. Adivinhem o que vai acontecer com essa menina distraída em mais quatro anos de ópera?
Quando Vaccari entrou na CPI da Petrobras, ratos foram soltos no recinto. Mas logo se deixaram capturar. Amadores. Vaccari admitiu que esteve no escritório do doleiro Alberto Youssef, mas disse que não sabia por que foi parar lá. Questão de ginga.
Ficar assistindo a esse show de inocência não é para qualquer estômago. O Brasil já desceu da arquibancada uma vez, e vai descer de novo. Os roedores não estão nem aí — continuarão ostensivamente oprimidos, anunciando que o petróleo salvará a educação, e roendo em nome da lei. Até que os brasileiros se cansem dessa cândida obscenidade e os enxote da sala".

(Guilherme Fiuza é jornalista)

Não é ódio ao PT...

...é nojo!


segunda-feira, 13 de abril de 2015

Deus salve a rainha, ou a guerra dos cabides (Ricardo Noblat)












"Que maneira infeliz de celebrar os primeiros 100 dias de governo! Seis em cada 10 brasileiros consideram péssima ou ruim a administração de Dilma. Quase seis em 10 acham que ela sabia da corrupção na Petrobras e nada fez. Para quase oito em 10, a inflação aumentará. Assim como o desemprego para sete em cada 10. Dois em cada três são favoráveis à abertura de um processo de impeachment contra Dilma.
As manifestações de ruas, como as de ontem, são apoiadas por sete em cada 10. E se a eleição para a escolha do sucessor de Dilma tivesse ocorrido na semana passada, Aécio Neves teria derrotado Lula por 33% dos votos contra 29%, segundo a mais recente pesquisa Datafolha. Dos seus vários bunkers em Brasília, a presidente só sai para lugares onde não corra o risco de ser vaiada. Se falar na televisão, pode deflagrar um panelaço.
O que Dilma fez para merecer isso? Mentiu. Apenas mentiu. Simples assim. O Brasil era um paraíso na propaganda dela para se reeleger. Menos de dois meses depois, o paraíso se evaporara. Dilma jurou que jamais faria certas coisas que só seriam feitas por seus adversários. Começou a fazê-las antes do fim do seu primeiro mandato. Com isso mentiu de novo? Não.  Era a mesma mentira. Tudo era uma mentira só.
Uma pessoa que não ama seus semelhantes, ou que não sabe expressar seu amor por eles, não pode ser amada. Que o diga Jane, ex-criada do Palácio da Alvorada. Um dia, Dilma não gostou da arrumação dos seus vestidos. E numa explosão de cólera, jogou cabides em Jane. Que, sem se intimidar, jogou cabides nela. O episódio conhecido dentro do governo como “a guerra dos cabides” custou o emprego de Jane.
Mas ela deu sorte. Em meio à campanha eleitoral do ano passado, Jane foi procurada pela equipe de marketing de um dos candidatos a presidente com a promessa de que seria bem paga caso gravasse um depoimento a respeito da guerra dos cabides. Dilma soube. Zelosos auxiliares dela garantiram a Jane os benefícios do programa “Minha Casa, Minha Vida”, uma soma em dinheiro e um novo emprego. Jane aceitou. Por que não?
Lula se queixa de Dilma porque ela não segue seus conselhos. Segue, sim. Só que às vezes demora. Para que abdicasse da maioria dos seus poderes, por exemplo, foi decisivo o bate-boca que teve com Lula no Palácio da Alvorada, em março último. A certa altura, Lula disse: “Eu lhe entreguei um país que estava bem…” Dilma devolveu: “Não, presidente. Não estava. E as medidas que estou tomando são para corrigir erros do seu governo”.
A réplica não demorou. “Do meu governo? Que governo? O seu já tem mais de quatro anos”, disparou Lula. Os assessores de Dilma que aguardavam os dois para jantar e escutaram o diálogo em voz alta, não sabem dizer se ela nesse instante respondeu a Lula ou se preferiu calar. Um deles guardou na memória o que Lula comentou em seguida: “Você sabe a coisa errada que eu fiz, não sabe? Foi botar você aí”.
Foi pressionada por Lula que Dilma entregou o comando da Economia ao ministro Joaquim Levy, da Fazenda, que pensa muito diferente dela. Foi também pressionada por Lula que delegou o comando da Política a Michel Temer, seu vice, a quem sempre desprezou. Levy está sujeito a levar carões públicos de Dilma, já levou. Temer, não. Levy pode ser trocado por outro banqueiro. Temer, não.

Lula inventou o parlamentarismo à brasileira para tentar impedir o naufrágio de Dilma. É sua última cartada para salvar a chance de voltar à presidência em 2018".

As múmias do Caribe


O dia em que Mark Zuckerberg compartilhou o dilmês (Celso Arnaldo Araújo)


"Com um novo regime vigorando no Brasil, o vice-parlamentarismo, Dilma Rousseff pode ficar mais à vontade num papel que cai muito bem em alguém com sua cultura universal. A VII Cúpula das Américas foi sua estreia oficial como chanceler brasileira — já credenciada por notáveis desempenhos em supereventos internacionais nos quais atuara, nessa função, mais informalmente. Do meio ambiente como ameaça ao desenvolvimento sustentável (Conferência do Clima, em Copenhague, 2010), à pasta de dente que volta para dentro do dentifrício (reunião do G-20, em São Petersburgo, 2013), Dilma revolucionou consagrados conceitos geopolíticos – como a milenar dualidade entre conteúdo e continente.

No Panamá, a nova chanceler Dilma Rousseff teve uma agenda premium. Além da cúpula em si, ganhou encontros privativos com dois dos 10 homens mais influentes do mundo. O primeiro foi Mark Zuckerberg, o criador do Facebook, que juntou seu primeiro bilhão de dólares com 21 anos de idade. Mas nem os gênios resistem à rede não-social de Dilma. Como se vê neste vídeo, o ex-menino prodígio de Harvard parece ir adquirindo uma expressão que vai do fascínio ao aparvalhamento, à medida que o igualmente desnorteado intérprete tenta traduzir-lhe aquela linguagem que até criptoanalistas da CIA julgariam impenetrável.

O fato é que, diante do dilmês, Zuckerberg se depara com outro fenômeno em escala real e virtual — o inventor do FB vai se dando conta da existência de seu oposto perfeito: a menor rede social do mundo, o Dilmesbook, com uma única usuária.

O hardware também é único. As palavras saem com enorme e inútil esforço, como se fossem trazidas – para que, não se sabe – da mais primitiva região neuronal de um ser vivo. Mas sempre embaladas por uma falsa expressão – na verdade, uma impressão – de quem domina um assunto que lhe é totalmente desconhecido.

“Nós estamos aqui para anunciar parceria entre o Facebook e o governo brasileiro no sentido de assegurar que as tecnologias que garantem acesso à internet, aos serviços de internet, à educação, à saúde, enfim, a todos os produtos que hoje a internet pode tornar disponível (sic) na rede, possam ser acessadas no Brasil”.

Para isso, a chanceler, se é que ainda tem poder para isso, deve chamar Ricardo Berzoini para uma conversa companheira e nomear Mark Zuckerberg como o novo ministro das Comunicações do Brasil.

Enquanto isso, Dilma quer estimular a população a brincar de médico com o Dr. Google – só pode ser isso. Insiste que serviços de saúde estarão disponíveis na internet, com a ajuda do Facebook:
“Desenhar um projeto comum, cujo objetivo principal é a inclusão digital, mas não a inclusão digital pela inclusão digital – é inclusão digital porque ela pode garantir acesso à educação, acesso à saúde, à cultura…”.

Zuckerberg, com seu extraordinário QI – não confundir com o Quem Indica do Brasil -, talvez tenha conseguido perceber que, em dilmês, uma coisa não é uma coisa pela coisa em si, mas por outra coisa, embora seja a mesma coisa. No caso, a inclusão digital que garantirá o acesso à saúde pela internet.

Tenho alguns amigos médicos no Facebook. Terei mais, depois da parceria entre Dilma e Zuckerberg?

A seguir: após novo encontro com o presidente Obama, desta vez a pasta de dentes de Dilma não volta para dentro do dentifrício, mas fica solta no ar:

* “As pessoas não pensam igual, mas os governos também não e isso fica claro aqui”.
*Sobre a ruptura democrática na Venezuela: “Não vai beneficiar ninguém no continente. Se beneficiar alguém, não é alguém que mora aqui. Então, vai beneficiar pessoas que não têm… não beneficia ninguém”
*Exclusivo: “O Brasil e os Estados Unidos têm uma parceria bilateral”.

*Dilma e sua Pátria Educadora; “Eu tenho, assim, uma imensa capacidade de resistir a interrogatório, eu te asseguro, uma imensa… Se vocês um dia quiserem, eu até explico como é que faz”.

(Publicado no blog do Augusto Nunes)

Batatinha quando nasce...(by João Paulo Cunha, o mensaleiro)

Quando não estão desviando recursos públicos, os petistas se metem a fazer poesia. É o caso do ex-deputado mensaleiro João Paulo Cunha. Se não tivesse sido condenado pelas roubalheiras do mensalão,  mereceria a prisão perpétua pela obra poética. Apreciem o exemplo abaixo:

"Do ovo um gosta da clara
O outro gosta da gema.
No amor um se declara
o outro vai ao cinema" 

(João Paulo Cunha, Quatro & outras lembranças)