Cintilantes mandarins universitários estão sendo
questionados por suas condutas em diferentes universidades brasileiras. No caso
mais recente vindo à tona - o da UFMG - não se sabe, ainda, qual a natureza dos
crimes pelos quais são investigados o próprio reitor e outros servidores. Eles
foram omissivos ou comissivos? Talvez ambos. A Polícia Federal, escolada em
investigações sobre práticas corruptas, conforme já se viu nos fatos referentes
ao mensalão e ao petrolão, estica agora seus longos braços para atingir outros
ramos da frondosa herança do regime lulopetista. Verdade que tudo do que são
eventualmente acusados pode não passar de infundadas suspeitas. Talvez.
Talvez tudo não
passe de pérfida manobra de inimigos políticos visando privatizar o ensino
superior brasileiro, conforme alguns mestres o declararam à imprensa. Se assim
for, entender-se-iam as prisões, as conduções coercitivas e a apreensão de
documentos reclamados pela autoridade policial. Dificilmente, no entanto, tais
procedimentos seriam autorizados por um juiz competente, caso não possuíssem
fundamentos fáticos e jurídicos. Vai longe o tempo em que tudo que contrariasse
interesses de corporações, tachado de perfídia neoliberal, seria aceitável. Nem
as franjas mais primitivas do PCdoB, aquelas que idolatram Kim Jong-un, falam
mais de neoliberalismo.
Para aqueles que observam os acontecimentos de longe,
aliás, seria inusitado que mesmo respeitáveis instituições acadêmicas ficassem
livres da contaminação pela gosma petista, numa tessitura que abarcasse, ao fim
e ao cabo, todas as dimensões da vida social. Qual uma negra e venenosa aranha,
que vai secretando seus fios e aprisionando os que dela se aproximam, o
lulopetismo foi se infiltrando em todos os níveis das instituições públicas
transformando-as em zumbis a serviço de sua causa, para vergonha e decepção do
povo brasileiro, que esperava uma universidade comprometida com as grandes
causas que a tantos afligem. A sociedade nunca esperou, jamais, condutas
ilegais e reprováveis vindas de quem quer que seja, ainda mais de qualificados
professores, pesquisadores e outros técnicos.
É uma questão de compostura. Reitores precisam dar o exemplo.
O beija-mão coletivo de dona Dilma por parte de uma centena deles (às vésperas
das últimas eleições presidenciais, quando a caravana da subserviência aportou
em Brasília), é exemplo de outras tantas magníficas genuflexões. No conceito de
corrupção dever-se-ia incluir a utilização de recursos públicos em campanhas
eleitorais, notoriamente praticada entre petistas e puxadinhos, e sob vistas
grossas e ouvidos moucos por quem deveria coibi-lo. Circulares anódinas com
orientações de conduta em período eleitoral, repetem a velhacaria bragantina:
fazer leis para inglês ver. Da mesma forma com que se agiu com relação ao
tráfico negreiro, a mobilização petista continuou debaixo dos panos. E ainda
continua.