sexta-feira, 22 de abril de 2016
Tiradentes
A Conjuração Mineira é comemorada em todo dia 21 de abril. Alguns, de maneira equivocada, chamam a rebelião comandada por Tiradentes de "Inconfidência Mineira". É um erro. Inconfidência é coisa de traidores, aqueles que conspiravam contra os portugueses, na visão destes. Chamar o alferes de inconfidente é chancelar a versão oficial, de que os conjurados eram pessoas não confiáveis, da mesma forma que o eram os "subversivos" durante o regime militar. Assim, a denominação correta é a de CONJURADOS, não de inconfidentes
Em Ouro Preto realizavam-se, todos os anos, manifestações contrárias às festividades oficiais, tudo sob o comando do PT e seus mirmídones, notadamente dirigentes sindicais da CUT. Um desses dirigentes, ao que parece, marceneiro, alguns anos depois foi envolvido em caso sórdido e mal explicado em que o mesmo acabou sodomizado (por não se sabe por quem); o valente gostava de comandar a baderna fazendo bunda-lelê para gozo próprio e gáudio dos presentes. Abaixava as calças e mostrava o traseiro nu, todo sacolejante, para a população à sua frente. Era o momento alto dos protestos do PT.
Os petistas continuam, ainda, se valendo das metáforas anais. Cantaram loas e homenagens várias a um bando de bundões que compareceu à outrora cívica e recatada festa de Ouro Preto. A praça Tiradentes foi ocupada por centenas de alguns ditos camponeses. Estranho. Quem vive de trabalhar a terra não pode ficar muito tempo longe de suas lavouras e criações. Só no Brasil isso é possível. Suspeita-se que, de fato, havia ali apenas uma inocente massa de manobra, tangida a mortadela e tubaína, remunerada na base de alguns caraminguás provindos dos cofres públicos, para procederem a marchas e encenações coreografadas pelos Stédiles da vida.
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Jaques Wagner e o voto pela cassação de Collor
A título de registro histórico, vale revisitar o voto do
ministro petista Jaques Wagner, do ministério do gabinete (sic) de Dilma, na votação do
impeachment de Fernando Collor, em 1992, na mesma Câmara Federal. Qual a diferença entre o voto dedicado de Wagner e os votos dos parlamentares de hoje contra Dilma? Os atuais deputados também não possuem pais, mães e filhos?
“Sr. Presidente, quero dedicar estas palavras e o meu “SIM”
na tarde de hoje aos meus pais e aos meus filhos.
Aos meus pais como
integrantes de uma geração que, na esperança, sempre plantou neste país a
expectativa de sermos uma Nação correta, uma Nação altiva; aos meus
filhos, que, junto com outros jovens, tomaram as ruas desta País,
para dizer: ‘Vocês estão certos’. Esta Casa não lhes negará
a esperança de que amanhã o Brasil será outro. Saí de minha casa hoje
pela manhã, muito cedo, e tive o prazer de, às 7h30min, já encontrar
brasileiros na Esplanada dos Ministérios, como aconteceu na disputa da
final da Copa do Mundo de 1970. É este o espírito da Nação hoje.
Estamos vivendo a final de um campeonato neste País, e é por isso que
neste plenário não estaremos divididos na tarde de hoje entre
oposicionistas e governistas, mas entre brasileiros que querem desfraldar
a nossa bandeira verde e amarela e aqueles que, sorrateiramente, pretendem
manter este país eternamente na impunidade, no jogo da corrupção, no jogo
da conivência”.
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terça-feira, 19 de abril de 2016
Como morrem as instituições (Bolivar Lamounier)
Instituições não morrem de morte morrida, morrem de morte matada – e
raramente de forma abrupta. Fenecem (ou se atrofiam) gradativamente, ao longo
de um processo pontilhado pelo desprezo de alguns e pela prepotência de outros.
E, sobretudo, por agressões e traições ao seu espírito. Por ações e omissões da
parte dos dirigentes e representantes aos quais incumbe zelar pelos papéis que
as distinguem, mas que em vez disso acabam contribuindo para a
descaracterização deles.
Para bem fixar o
sentido da afirmação acima peço licença para fazer dois esclarecimentos
preliminares. O primeiro é que esta reflexão carece de sentido para extremistas
de direita ou de esquerda. Para os adeptos do fascismo (e do populismo, seu
primo pobre latino-americano), o que importa é a vontade do líder, do Führer,
nunca os “formalismos vazios” que os liberais chamam de “instituições”. Numa
linha muito própria, o conceito de política empregado pelos comunistas e seus
companheiros de viagem tem pouco ou nada que ver com instituições; mal se
distingue da tática, domínio regido muito mais pela malícia do que por valores.
Os leitores a que me dirijo são, portanto, preferencialmente, os que prezam o
liberalismo político e a democracia.
Em segundo lugar,
há uma interrogação prévia a ser respondida. O que distingue uma instituição de
uma organização qualquer? Minha resposta, já em parte indicada, é que uma
instituição só existe em função do fiel cumprimento, por seus dirigentes e
representantes, dos papéis que conferem sentido prático aos valores que ela
professa. Uma igreja cujos dirigentes não se comportam como religiosos pode ser
qualquer coisa, mas igreja certamente não é. O comandante militar que propende
a agir como braço armado de um líder ou de uma facção política pode ser um
caudilho, mas não a autoridade que jurou defender a sociedade e a Constituição.
A distinção que estou tentando delinear vale em todos os níveis e âmbitos da
sociedade. Por ação ou omissão, o professor que não vê diferença entre ensino e
proselitismo e a maioria estudantil que se acomoda ou se deixa intimidar pelos
profissionais do grevismo também contribuem para a descaracterização da
instituição universitária.
Infelizmente, a
crise política e econômica em que o Brasil se encontra é propícia à
multiplicação de comportamentos anti-institucionais. Três casos recentes
parecem-me requerer um comentário crítico.
Primeiro, o
posicionamento assaz polêmico de dois ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF), Luís Roberto Barroso e Marco Aurélio Mello.
Barroso,
antecipando o possível afastamento de Dilma Rousseff e a consequente ascensão
de Michel Temer, exclamou diante de uma plateia algo como “um governo do PMDB?
Meu Deus, é isso o que temos?” – enunciando uma posição manifestamente
facciosa. Não menos chocante, Marco Aurélio Mello, dono de uma formidável
bagagem de conhecimentos jurídicos e de uma não menos formidável experiência
judicante, assumiu uma posição frontalmente contrária ao impeachment, chegando
mesmo a vaticinar dias sombrios para o país no caso de a proposição a ser
brevemente votada na Câmara dos Deputados sair vitoriosa. Um juízo de valor,
sem nenhuma dúvida, com a agravante de haver sido formulado como uma previsão
ou antecipação hipotética de um estado de coisas futuro.
Proposições desse
tipo são adequadas quando enunciadas pelos profissionais da futurologia – a
chamada “construção de cenários” –, mas descabem por completo na boca de um
magistrado.
O segundo caso, que
comento por dever de oficio, é a compra de votos para tentar deter o
impeachment que Lula organizou nas dependências do hotel Golden Tulip, em
Brasília. Há coisa de 20 anos, e com objetivo patentemente eleitoral, Lula
ofereceu aos brasileiros uma avant-première do gênero populista pelo
qual haveria de se nortear, afirmando que mais de metade da Câmara dos
Deputados era integrada por “picaretas”. Em outros tempos – lembro-me dos anos
50 –, teria recebido uma resposta à altura. Se se atreveu a fazer tal
afirmação, foi certamente por perceber a vertiginosa perda de altitude do Poder
Legislativo no período pós-transição e pós-Constituinte.
Mas, ainda assim,
quem ali vemos, no Golden Tulip, dando expediente full-time, é um
ex-presidente da República. Um ex-presidente investigado pela Justiça, isso é
certo, mas que ao menos por três razões deveria dar-se ao respeito: o cargo que
ocupou durante oito anos, a estima que parcela expressiva da sociedade ainda
lhe devota e um elementar respeito às instituições democráticas.
Por último, devo
também me referir a certo tipo de parlamentar, aquele ao qual Lula parece estar
se dedicando com maior afinco. Falo dos “picaretas”, do “baixo clero”, dos que
devem seus mandatos aos “grotões” – ou seja, daqueles que jamais ergueram a voz
para contestar esses termos pejorativos, como também não contestaram o insulto
que Lula lhes fez em 1993.
Quer nas
referências verbais que fazia em relação a eles, quer nas atividades “práticas”
mediante as quais procura aliciá-los, Lula sempre os aviltou na física e na
jurídica – ou seja, como indivíduos e como integrantes da instituição legislativa.
Se esse é um retrato fiel dos “picaretas”, se eles de fato carecem, como Lula
insinuou, da altivez e da independência que o exercício de um mandato eletivo
pressupõe, se entre eles a regra é a falta de brios e de hombridade, então,
convenhamos, o Congresso Nacional está de fato prestes a perder
o status de uma verdadeira instituição. Está se transformando numa
organização qualquer, fadada a perder o respeito dos cidadãos.
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Ameaça petista (Editorial do Estadão)l
O Partido dos Trabalhadores (PT) nasceu no início dos anos 80
pretendendo ser o abrigo do pensamento dito progressista, o santuário da ética
na política, o modelo de participação democrática de todos os setores da
sociedade na política e na administração pública. Era essa a sua promessa,
traduzida pela liderança carismática do ex-metalúrgico e líder sindical Luiz
Inácio Lula da Silva. Três décadas depois, o partido portador da grande nova
revela por inteiro sua verdadeira natureza – autoritária e venal –, tornando-se
um dos maiores obstáculos para o pleno funcionamento da democracia, justamente
no momento em que as instituições nacionais passam por um grande teste de
resistência em meio ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A ameaça petista de incendiar o País – e de transformar o Palácio da
Alvorada em uma cidadela para defender Dilma de um “golpe”, que nada mais é do
que a decisão soberana de um Congresso legitimamente eleito – é expressão clara
do espírito golpista de seus líderes.
Nenhum observador mais atento da vida nacional pode se dizer surpreso. O
PT sempre demonstrou muita dificuldade em aceitar as regras do jogo democrático
quando esteve na oposição. Recusou-se a dialogar com todos os governos, sabotou
todos os esforços para estabilizar a economia e dificultou ao máximo a
aprovação das necessárias reformas constitucionais para modernizar o Estado,
tudo com o objetivo de criar uma atmosfera de confronto – sob a qual, calculou,
teria mais chances eleitorais. É na confusão moral que costuma vicejar o tipo
de política praticado pelo PT.
Uma vez no governo, o partido da ética, herói da democracia, não se
constrangeu em incentivar a promiscuidade e a corrupção para facilitar seu
trabalho de controlar o Congresso. Afinal, o PT nunca demonstrou legítima
disposição para dividir o poder e fazer concessões em relação a propostas de
governo, algo que está na base de qualquer democracia saudável, pela simples
razão de que jamais pretendeu fazer concessões. Certo de ser o portador da
verdade histórica, que, por definição, inviabiliza qualquer negociação, o PT
tratou a democracia como um obstáculo, a ser superado na base do simples toma
lá dá cá, encabrestando as instituições. O partido de Lula, José Dirceu et caterva jamais teve aliados; sempre teve cúmplices.
Praticamente devolvido agora à condição de opositor, o PT demonstra mais
uma vez que não aprendeu nada – ao contrário, trata de reafirmar de forma clara
a sua natureza autoritária. Justamente no momento em que o País clama por
serenidade, para que a transição que se completará nas próximas semanas se dê
da maneira mais civilizada possível, eis que os petistas ameaçam o País com a
violência que resume sua índole.
Infelizmente, podemos esperar muita intranquilidade nos próximos tempos,
estimulada pela tigrada. Há ameaças de greves e manifestações diárias, cujo
potencial disruptivo não é desprezível. Vários dos irresponsáveis chefes de
grupelhos disfarçados de “movimentos sociais”, que ganharam poder sob o
lulopetismo, já expressaram sua disposição de fazer “guerra” – essa é a palavra
que usaram, e não se deve ter esperança de que se trate de mera força de
expressão, pois essa turma já provou muitas vezes do que é capaz.
Além disso, a expectativa é de que haja muitos problemas no Congresso,
que já conhece bem o modo petista de fazer oposição. Votações cruciais para
arrancar o País da grave crise em que os desastrosos governos petistas o
meteram deverão ser a oportunidade que o PT espera para tentar desforrar a
derrota no impeachment. Para o lulopetismo, quanto pior, melhor.
Assim, ficará claro de uma vez por todas que o PT jamais quis ajudar a
construir um país moderno, decente e forte. Sua única preocupação sempre foi a
de polir a biografia de Lula, construindo para seu líder messiânico a imagem de
inatacável protetor dos pobres e preparando o terreno para sua perpetuação no
poder, à moda dos caudilhos que marcaram tristemente a história
latino-americana.
Já virtualmente fora do poder e diante da perspectiva real de ver seu
grande timoneiro atrás das grades, os petistas escolheram ser oposição
destrutiva – o que só vai confirmar que o PT é e será o que sempre foi: um
parasita incrustado no País para exaurir suas forças com práticas facinorosas.
segunda-feira, 18 de abril de 2016
Tchau, querida!
O impeachment de dona Dilma segue seu curso. A bola está, agora, com o Senado da República. A consciência política coletiva levou a Câmara dos Deputados a tomar a decisão mais importante para o Brasil nas últimas décadas: fazer o PT retornar para o esgoto ideológico e político de onde nunca deveria ter saído, porém, saiu, em grande parte por cumplicidades inacreditáveis. A Lava Jato está aí para demonstrar tais fatos. A verdade, percebida em toda sua inteireza pelo Ministro Celso de Mello, é insofismável: o país foi ocupado por uma organização criminosa como nunca se viu antes na história brasileira, nem na história de outros povos. Possivelmente, a única semelhança com algo parecido está com aquelas ilhas caribenhas infestadas de piratas tão bem retratadas pelos filmes de Hollywood.
Papel relevante em todo o processo desempenhou o deputado Eduardo Cunha. Para aqueles que o criticam, basta pensar na hipótese da Câmara dos Deputados ser presidida por parlamentares iguais ao Arlindo Chinaglia (que disputou em 2015, e perdeu para Cunha, a presidência da Câmara dos Deputados). Este petista jamais teria recebido a petição assinada por Miguel Reale, Janaína Paschoal ou Hélio Bicudo. Teria ido imediatamente para a gaveta. Os gangsteres estariam então confortavelmente postos em seus lupanares habituais no gozo de seus maus haveres.
O impeachment seria apenas mais um sonho de uma noite de verão das oposições. Eduardo Cunha, no entanto, usando nada além das prerrogativas do cargo de presidente da Câmara, não fez mais que dar andamento ao pedido de cassação, conforme previsto na Constituição e nas leis.
O ódio dos petistas ao deputado Eduardo Cunha é sintoma de seu valor e de sua relevância para a política nacional. Os exemplos dos últimos acontecimentos estão disponíveis para devida confirmação. De maneira geral, pode-se seguir a regra: se é bom para o PT, não é bom para o Brasil. E se é ruim para o PT, com toda probabilidade, é excelente para os brasileiros. Se gratidão fosse variável política, mas não é, o deputado Eduardo Cunha deveria receber homenagens de todas as Casas Legislativas existentes no país, do Senado até a mais modesta e distante Câmara de Vereadores por acaso existente.
Deus costuma escrever certo por linhas erradas. Um parlamentar recoberto de bom mocismo não teria coragem para arrostar os meliantes do PT. Somente uma espécie de Siegfried para superar o círculo de fogo e impor uma derrota ao terrível dragão. Vamos lá, senhores vereadores e senhores deputados. Ousem. Proponham o título de cidadão honorário em suas casas legislativas para o ilustre deputado Eduardo Cunha. Não se deixem levar pelas hostilidades das milícias petistas. A história lhes fará justiça.
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