sábado, 14 de novembro de 2015
Terroristas de todo o mundo, uni-vos!
Terroristas atacaram novamente em Paris. O mundo inteiro já sabe tudo, ou quase tudo, a respeito. Dona Dilma disse imediatamente "estar consternada". Deveria estar consternada com as vítimas das mineradoras em Mariana-MG. Tal sentimento é resposta normal quando se tem fatos que esperava-se não acontecer. Algo como decepção com a conduta de gente que nos é simpática.
Dona Dilma propôs na ONU, para espanto e escândalo do mundo inteiro, que o Ocidente batesse um papinho com a turma do Estado Islâmico para resolver eventuais divergências. Quase que garantia do alto de sua estúpida soberba: eles são gente boa. Dona Dilma não consegue esconder a íntima identificação com os terroristas islâmicos. Afinal, sabe de onde ela própria veio. Os atentados dos quais participou, direta ou indiretamente em outros tempos, diferem dos atentados feitos na França apenas na sua magnitude. A vontade de fazer o que fez, e fizeram os terroristas, é a mesma.
Um partido de natureza totalitária como o PT, secundado pelo seu braço armado - MST e congêneres, qual as SA nazistas - que leva nos campos e nas cidades a guerra de posições, tem tudo para apoiar o terror muçulmano. Aliás, já apoiam, conforme manifestações públicas e notórias se seus membros ou simpatizantes. Os terroristas de todo o mundo parecem obedecer ao velho repto comunista adaptado aos tempos que correm: terroristas de todo o mundo, uni-vos.
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Lula, aspirante a ditador (Ricardo Noblat)
Chales Chaplin e o Grande Ditador |
Só sei
que Lula, padrinho da eventual mudança, insistirá na troca. Bem como insistirá
em que Dilma troque José Eduardo Cardozo por qualquer outro nome no Ministério
da Justiça.
Por
quê?
Ora. No
caso de Levy, Lula ainda tem a desculpa de que ele só fala em arrocho da
economia. Que não representa uma esperança. E que está errado ao não estimular
a volta do consumo.
Enfim:
que toda a política econômica de Levy é um equívoco. E que a persistir assim, o
PT perderá as eleições do próximo ano. E, seguramente, a eleição presidencial
de 2018.
No caso
de Cardozo, por mais que tente, Lula não tem como esconder seus interesses
pessoais em jogo.
Cardozo
tem que sair do governo porque ele não manda ou não quer mandar na Polícia
Federal e no Ministério Público. E os dois ameaçam Lula com suas investigações,
e também a família dele.
Lula
ficou riquinho da silva. E seus talentosos filhos igualmente.
A
substituição de Levy também deixaria Lula mais tranquilo se o sucessor dele
passasse a mandar na Receita Federal.
Pois é:
assim como a Polícia Federal e o Ministério Público, a Receita Federal está
indo para cima dos ganhos de Lula e de sua família em negócios com
empreiteiras.
Somente
entre 2011 e 2014, Lula declarou ganhos de 27 milhões de reais como palestrante
de empreiteiras beneficiadas pelos seus dois governos. Sabe como é: uma mão
lava a outra.
A mão
que Lula ofereceu está sendo lavada pelas empreiteiras envolvidas na
roubalheira na Petrobras.
Acuada
pela oposição, tratada com má vontade pelo PT, só restou a Dilma, com medo do
impeachment, entregar-se a Lula. Ou melhor: entregar o governo.
A
recente reforma ministerial não foi obra de Dilma, mas de Lula. Só que ela está
inacabada.
Lula
pouco se lixa para o que é melhor ou pior para o país. O que ele mais quer é
escapar da Lava-Jato e ser candidato a presidente em 2018.
A
presidente, não. A ditador.
Porque
se ele chama Dilma de fraca por não interferir nas ações da Polícia Federal, do
Ministério Público e da Receita Federal é porque ele, presidente, interferiria,
sim.
A
polícia, o ministério e a receita não são órgãos de governo sujeitos às
vontades do presidente ocasional. São órgãos do Estado.
Mas
isso nada vale para Lula. Deveriam se comportar como quer o presidente. E assim
será se ele suceder Dilma.
FHC só teria inveja de Lula se sonhasse desde menino com a falência do Brasil (Augusto Nunes)
O invejado e o invejoso |
O ex-presidente Lula confirmou nesta quarta-feira que jamais se livrará da assombração que lhe confisca o sono desde o século passado. “Fernando Henrique Cardoso tem inveja do meu sucesso”, repetiu o palanque ambulante castigado por rachaduras que anunciam o desabamento inevitável. O embusteiro em seu ocaso não consegue esquecer o homem que o surrou nas urnas. Duas vezes, ambas no primeiro turno.
“É só comparar meu
governo com o dele para saber por que o FHC não se conforma com um operário que
deu certo na Presidência”, delirou o parteiro da conjunção de crises que ameaça
o país com a falência política, econômica e moral. “Vejam o que eles fizeram e
o que nós fizemos”. Se a oposição fosse menos inepta e mais altiva, teria
aceitado há muito tempo o confronto proposto pelo recordista mundial de bravata
& bazófia.
A mirada no
retrovisor refletiria as incontáveis abjeções que escurecem a trajetória
do PT, conduzido desde sempre pelo sinuelo desprovido do sentimento da
vergonha. Em novembro de 1984, por não enxergar diferenças entre Paulo Maluf e
Tancredo Neves, o partido optou pela abstenção no Colégio Eleitoral que
escolheria o primeiro presidente civil depois do ciclo dos generais. Em janeiro
de 1985, os deputados federais Airton Soares, José Eudes e Bete Mendes votaram
em Tancredo. Foram expulsos do PT por ordem do comandante.
Em 1988, a bancada
do PT na Constituinte recusou-se a assinar o texto da nova Constituição. No
mesmo ano, num discurso em Aracaju, o deputado federal Luiz Inácio Lula da
Silva informou que o presidente José Sarney era “o grande ladrão da Nova
República”. Lula e Sarney não demoraram a descobrir que haviam nascido um para
o outro, Hoje são amigos de infância.
Na campanha
presidencial de 1989, o candidato do PT acusou Fernando Collor de “filhote da
ditadura”. Depois do impeachment, “corrupto” foi a palavra mais branda que usou
para qualificar o inimigo. Collor revidou com dois adjetivos no fígado
(“ignorante” e “cambalacheiro”) e uma frase no queixo: “Lula é incapaz de
distinguir uma fatura de uma duplicata”.
As duas almas
gêmeas saberiam que também dividiam a paixão pela fortuna súbita que precede a
vida perigosamente mansa. No momento, o senador do PTB de Alagoas e o chefão do
partido que virou bando são colegas de Petrolão. Fora o resto, estiveram juntos
no esquema que esvaziou os cofres da estatal. Poderão juntar-se de novo na
traseira do mesmo camburão.
Em 1993, a
ex-prefeita Luiza Erundina, uma das fundadoras do partido, aceitou o convite do
presidente Itamar Franco para participar do ministério. Foi empurrada para fora
do PT. Em 1994, ainda no governo Itamar Franco, os parlamentares petistas
lutaram com ferocidade para impedir a aprovação do Plano Real. No mesmo ano,
transformaram a revogação da mudança que erradicara a praga da inflação na
bandeira principal da campanha presidencial.
Entre o começo de
janeiro de 1995 e o fim de dezembro de 2002, a bancada do PT votou contra todos
os projetos, medidas, sugestões ou ideias encaminhados ao Legislativo pelo
governo Fernando Henrique Cardoso. Todos, sem exceção. Uma das propostas mais
intensamente combatidas foi a que instituiu a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Desde a ressurreição da democracia, a ação do PT oposicionista foi
permanentemente subordinada a sentimentos menores, interesses mesquinhos,
objetivos sórdidos e sonhos liberticidas.
Em janeiro de 1999, mal iniciado o segundo mandato, o deputado Tarso
Genro propôs a deposição do presidente reeleito e a convocação de uma
Assembleia Nacional Constituinte. O lançamento da campanha com o mote “Fora
FHC!” evocou acusações que Tarso enfeixou num artigo publicado pela Folha. Trecho:
“O presidente Fernando Henrique está pessoalmente responsabilizado
por amparar um grupo fora da lei, que controla as finanças do Estado e
subordina o trabalho e o capital do país ao enriquecimento ilegítimo de uns
poucos. Alguns bancos lucraram em janeiro (evidentemente, por ter informações
privilegiadas) US$ 1,3 bilhão, valor que não lucraram em todo o ano passado!
Depois da eleição
de 2002, FHC impediu que a inflação fosse ressuscitada pelo medo decorrente da
ascensão do PT. Entre o começo de novembro e o fim de dezembro, FHC
comandou a primeira transição civilizada da história republicana e entregou a
casa em ordem. Um surto de juízo aconselhou o sucessor a entregar a direção do
Banco Central a Henrique Meirelles, eleito deputado federal pelo PSDB de Goiás.
Três meses depois da posse, o oportunista de nascença começou a costurar a
fantasia repulsiva da “herança maldita”.
O reizinho malandro
finalmente está nu. O vigarista que prometia moralizar o país é o padroeiro de
quadrilhas insaciáveis. O oposicionista que ignorou a mão estendida por
Tancredo Neves passou a confraternizar com qualquer caso de polícia. A
vestal de bordel institucionalizou a roubalheira impune. Meteu-se até o
pescoço nos maiores escândalos registrados desde a chegada das caravelas. E
ensinou os filhos a fazer o que fazem.
A nação enfim
acordou, e entendeu que o inventor do Brasil Maravilha era o disfarce do
farsante boquirroto. O milagreiro de araque recebeu de FHC um país pronto para
o ingresso no mundo civilizado. Com a ajuda do poste que instalou no Planalto,
reaproximou o Brasil do tempo das cavernas. É ele o pai da verdadeira herança
maldita. Mas nem fica ruborizado ao recitar que FHC sempre quis ser Lula quando
crescesse.
“É inveja”,
esbraveja o marechal do que o ministro Celso de Mello qualificou de esquema
criminoso de poder. O espelho berra o contrário. Nenhum homem culto prefere ser
ignorante. Gente civilizada despreza a tribo dos primitivos. Um estadista
honrado quer distância de um politiqueiro fora da lei.
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quarta-feira, 11 de novembro de 2015
CARTA ABERTA (Ferreira Gullar) *
Desculpe se em vez de uma carta pessoal escrevo-lhe na página de um
jornal, tornando público o que tenho a lhe dizer. A razão disso é que o assunto
que pretendo abordar nada tem de íntimo. Pelo contrário, diz respeito a todos
nós. Trata-se de sua posição em face de tudo o que está acontecendo neste nosso
país governado, há quase treze anos, pelo seu partido, o PT.
Entendo que você, a certa altura da vida, tenha acreditado que Lula era
um verdadeiro líder operário e que, como tal, conduziria os trabalhadores e o
povo pobre na luta pela transformação da sociedade brasileira, a fim de
torná-la menos injusta.
Era natural que fizesse essa opção, uma vez que lutar contra a
desigualdade sempre fez parte de seus princípios. E muita gente boa, antes de
você, também pusera sua esperança neste novo partido que nascia para mudar o
Brasil. Alguns dos mais notáveis intelectuais brasileiros fizeram a mesma
escolha que você.
É verdade também que, com o passar dos anos, essa convicção se desfez:
Lula não era o que eles pensavam que fosse, e o seu partido não se manteve fiel
ao que prometera. Mas você, não, você continua confiando em Lula e votando em
todos aqueles que Lula indica, ainda que não os conheça ou, o que é pior, mesmo
sabendo que não são nenhuma flor que se cheire.
Sei que há petistas mais cegos que você, como aqueles que foram às ruas
para tentar impedir a privatização da Telefônica, alegando que se tratava de
uma traição ao povo brasileiro. Lembra-se? Pois bem, a privatização foi feita
e, graças a ela, o faxineiro aqui do prédio tem telefone celular. Mas, quando
alguém fala disso, você muda de assunto.
Sei muito bem que política é coisa complicada. A pessoa defende
determinada posição do seu partido, discute com os amigos, briga e, depois,
aconteça o que acontecer, não dá o braço a torcer.
E, às vezes, chega ao ponto de defender atitudes indefensáveis, mas que,
por terem sido tomadas por Lula, você se sente na obrigação de justificar. Por
exemplo, quando Lula abraçou Paulo Maluf, quando se aliou ao bispo Edir Macedo,
fazendo do bispo Crivela ministro do seu governo e quando viaja à custas da
Odebrecht.
Não sei o que você diz a si mesmo quando, à noite, deita a cabeça no
travesseiro. Como justificar o mensalão? Você poderia acreditar que Delúbio,
tesoureiro do PT, tenha armado toda aquela patranha, sem nada dizer ao Lula,
durante os churrascos que preparava para ele, todo domingo, na Granja do Torto.
Tinha de acreditar, pois, do contrário, teria de admitir que Lula foi o
verdadeiro mentor do mensalão.
Custa crer como você consegue dormir em meio a tanta mentira. E pior é
agora, no chamado petrolão, que é o mensalão multiplicado por dez, já que,
enquanto naquele a falcatrua era de algumas dezenas de milhões de reais, neste
chega a bilhões. E, mesmo assim, consegue dormir? Não é para sacanear, mas você
ainda repete aquele lema em que o PT dizia ser "o partido que não rouba
nem deixa roubar"?
Quero crer que, pelo menos nisso, você se manca, porque as delações
premiadas deixaram claro que ele não apenas deixa, como rouba também.
E a Dilma, que Lula tirou do bolso do colete e fez presidente da
República, sem que antes tivesse sido sequer vereadora? Não chego a
considerá-la paspalhona, como a chamou Delfim Neto, embora, com sua arrogância,
tenha arrastado o país à bancarrota em que se encontra agora. Essa situação
crítica a obrigou a adotar um programa econômico que sempre rejeitou e
combateu.
Mas, ainda assim, tem o desplante de dizer que esta crise é apenas uma
transição para a segunda etapa de seu plano de governo. Noutras palavras: a
primeira etapa foi para levar o país à bancarrota e a segunda, agora, é para
tentar salvá-lo. Ou seja, estava tudo planejado!
Não me diga que acredita nisso, camarada.
*Ferreira Gullar é cronista, velho comunista, crítico de arte e poeta.
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segunda-feira, 9 de novembro de 2015
Cedo demais para esquecer (Fernando Gabeira)
Circulou nas redes
sociais um texto atribuído ao milionário Beto Sicupira no qual ele pedia aos
empresários que não se discutisse mais a crise, nem se falasse de Dilma e
Cunha. É preciso tocar os negócios, Dilma e Cunha não trabalham na empresa.
Ouvido pela imprensa, Sucupira não confirmou nem desmentiu seu texto. Escrito
por um milionário ou alguém mais pobre, o conselho para ignorar esta camada da
realidade lembrou-me o caso dos nativos da Tasmânia, contado por John Gray em
seu livro “Cachorros de palha”.
Os nativos da Tasmânia viviam mais simplesmente que os aborígenes da
Austrália, dos quais se isolaram com a elevação do nível do mar cerca de 10 mil
anos atrás.
Perderam a habilidade
de tecer, pescar e fazer fogo. E quando os navios de colonos europeus chegaram,
em 1772, incapazes de processar uma imagem para a qual nada os havia preparado,
voltaram às suas vidas, como se nada tivesse acontecido.
Eles foram dizimados.
Sua pele era vendida, e as mulheres eram obrigadas a carregar a cabeça cortada
de seus maridos amarradas em seu pescoço.
“Quando morreu o
último macho tasmaniano, a sepultura foi aberta pelo Dr. George Stockell, um
membro da Sociedade Real da Tasmânia, que fez uma bolsa para fumo com sua
pele”, conta John Gray.
Não corremos riscos
tão dramáticos, se optarmos pelo distanciamento. No entanto, corremos risco.
Nesse início de crise, o desemprego cresceu, três milhões de famílias foram
ejetadas da classe média, e cresce a violência nas cidades.
Numa única semana
ficamos sabendo que quatro estrelas do PT movimentaram R$ 300 milhões em suas
contas, que o líder proletário sozinho recebeu uma fortuna em suas viagens, nas
quais exigia um menu de travesseiros.
Estamos sendo
investigados em, pelo menos três países. No Peru, José Dirceu teria comprado
autoridades; em Portugal o PT teria levado € 50 milhões em propinas, e no
Paraguai realizamos uma obra superfaturada ligada à Usina de Itaipu.
Entregue à máfia
político-burocrática, o Brasil não vai apenas ser sugado até o último vintém. O
país pode se tornar uma imensa plataforma para assaltos no exterior.
Sobreviveremos como
as favelas dominadas pelo tráfico ou pela milícia. Deixaremos de ser conhecidos
pelo futebol e o carnaval. A picaretagem será nossa modalidade, na olimpíada
universal do crime.
Quem trabalha muito
tem pouco tempo para se informar ou protestar. Nesse aspecto, o texto atribuído
ao milionário até que faz sentido: é preciso continuar trabalhando, apesar de
Dilma e Cunha.
No entanto, vivemos
uma situação de emergência. Saquearam o país, arruinaram a Petrobras, vendem
medidas provisórias no Planalto, vendem-se jabutis para medidas provisórias na
Câmara, venderão, se puderem, a última árvore de nossa floresta, a última gota
de nossas nascentes.
Não importa para eles
que o país entre em parafuso. Muitos têm contas na Suíça, outros, como um
deputado do PT, ganham apartamentos em Miami.
Para as grandes
fortunas, esse vendaval é apenas uma brisa. No entanto, é devastador para os
todos que vivem, modestamente, de seu trabalho.
Como deixar Dilma de
lado, depois de utilizar o dinheiro público como quis, pedalando em nome dos
pobres e canalizando o dinheiro para as grandes empresas? Como esquecer o maior
escândalo da História e não relacioná-lo à milionária campanha do PT? Como
acordar todas as manhãs sabendo que a Câmara é uma piscina cheia de ratos, cujo
presidente é um gângster com contas na Suíça?
Assim como as
pessoas, os países precisam de vez em quando se olhar no espelho. No momento, o
Brasil não consegue fazer esse gesto. Quando há perigo de vida, como nas
favelas dominadas por tráfico ou milícia, é prudente seguir trabalhando,
conversar o mínimo possível, esperar que a mudança venha de cima.
Francamente, não há
grande perigo em resistir à quadrilha política que domina o Brasil. Uma
burocrata saiu espetando manifestantes com uma agulha, um professor ameaça
levar os reacionários ao paredão e fuzilá-los com uma espingarda. Claro, sempre
podem nos chamar de reacionários, vendidos, elite branca, fascistas. Quando
criança, a gente simplesmente cruzava os dedos e isolava: tudo o que você falar
está me ajudando. Uma agulha pelas costas, uma espingarda velha não são forte
elementos de dissuasão. O obstáculo real está nas dúvidas sobre o futuro? O que
virá depois? Se aparecer uma simples fresta no horizonte, a multidão passará
por ela.
Os nativos da
Tasmânia não tinham informações, sequer conseguiam processá-las. Nós sabemos de
tudo, consumimos notícias instantâneas. De uma certa maneira, nossa pele está
em jogo.
Seria um prazer
deixar de pensar em Dilma e Cunha, concentrar no árduo trabalho cotidiano. Não
enquanto estiverem lá, dando as cartas. Ainda que falsas, são as cartas do
poder.
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domingo, 8 de novembro de 2015
QUADRILHA (Carlos Drummond de Andrade)
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o
convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
Fernandes
que não tinha entrado na história.
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o
convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
Fernandes
que não tinha entrado na história.
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