segunda-feira, 19 de julho de 2010

O espírito do SNI e a burocracia federal

A burocracia pública federal se esmera em dar exemplos de violação dos mais comezinhos direitos da cidadania. A truculência observada em casos como o do caseiro Francenildo (cujo sigilo foi escancarado para atender às conveniências do então ministro Palocci, ocultando suas sórdidas aventuras), envergonham qualquer pessoa considerada normal. Lançada a canalhice ministerial na vala comum do esquecimento - como se nada tivesse acontecido - não é que o trêfego deputado paulista posa, hoje, de principal coordenador da campanha presidencial de dona Dilma, dando conselhos e articulando a base empresarial do lulismo? De um certo ponto de vista essas coisas não espantam a quem conhece o padrão de comportamento da moçada. Afinal, quem sai aos seus não degenera, como diz velho preceito popular de profunda sabedoria.

Mais recentemente viu-se a incrível divulgação de dados pessoais - arquivados na Receita Federal - pertencentes a um alto dirigente do principal partido de oposição ao atual governo. Uma gang de fazer inveja a Al Capone, composta de filiados ao PT, não tem qualquer escrúpulo em atentar contra preceitos consagrados em nossa Carta Magna. O sigilo bancário propriamente dito, aliás, é considerado letra morta desde que os petistas, através do seu braço sindical, se especializaram há muitos anos em bisbilhotar contas de terceiros, principalmente daqueles que eles consideram desafetos. Quem conhece a trajetória política de Berzoini, e outros dirigentes sindicais bancários ligados á CUT, sabe o que este tipo de gente é capaz de fazer.

Recuperando o espírito do antigo SNI de triste memória, militantes e simpatizantes do PT não se fartam em mostrar, sempre que surge a oportunidade, sua capacidade de cometer crimes civilizatórios. Qualquer um que não reze pela cartilha totalitária da turma pode ser vítima de dossiês, de acusações levianas, de imputações desqualificantes, de danos à honra pessoal, de assédio moral ou coisas ainda piores (Celso Daniel é um exemplo extremo que não pode ser subestimado). Verdade seja dita que tais patifarias não são monopólio do petismo; seus cúmplices mais próximos, originários dos dejetos do stalinismo albanês, cumprem também com eficiência as missões que recebem. Não está longe o dia em que casos exemplares ilustrarão o modo de pensar e de operar da escória alojada na burocracia, notadamente a acadêmica.

domingo, 18 de julho de 2010

Rapinantes e carniceiros

Por ocasião da primeira eleição dos novos tempos dois hebreus disputavam a preferência popular: o Divino Mestre e um bandido “endurecido no mal”. Eça de Queiroz, em A Relíquia, assim descreve o clamor popular dirigido a Pôncio Pilatos: “Bar-Abbás! Ouve bem! Bar-Abbás! O povo só quer Bar-Abbás!” Insuflados pelos intelectuais da época (reunidos no Sinédrio), os eleitores de então votaram no criminoso em detrimento do Justo. No Novo testamento Marcos descreve a cena: “Então, Pilatos, querendo contentar a multidão, soltou-lhe Barrabás; e, após mandar açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado”. O resto da história todos nós conhecemos.

Esses velhos acontecimentos parecem se reproduzir no Brasil de hoje. Nossas próximas eleições presidenciais serão coordenadas por um dirigente do Tribunal Eleitoral que imita o Procurador da Judéia: lava as mãos, como se nada de grave estivesse acontecendo “neste país”, sob o comando direto do presidente da república e seus aloprados (segundo ele próprio classificou a companheirada bandida). Em defesa de seus múltiplos negócios, os vendilhões do templo de hoje partem a insuflar multidão de fariseus a optar pelo clone degenerado do atual presidente, numa repetição grotesca daquela perversa aliança entre o poder temporal e o poder secular. Espantosamente, pipocam na imprensa solenes manifestos de letrados (descendentes espirituais de Caifás), fazendo apologia das virtudes cívicas de dona Dilma - a terrorista assassina, herdeira legítima de Barrabás.

Esqueceram-se, certamente, do que diz o profeta: “ao louco nunca mais se chamará nobre, e do fraudulento jamais se dirá que é magnânimo”! (Isaías, 32:5) Sim, pois “o louco fala loucamente, e o seu coração obra o que é iníquo”. Apesar de suas delinqüências, o Sr. Lula da Silva, e seu golem, podem caminhar para um destino exitoso em suas pretensões eleitorais, mesmo que de suas bocas brotem mentiras e impiedades próprias de um louco (até se comparar a Jesus, em blasfema impiedade, Lula já o fez). Os acólitos de Anás, todavia, negligenciam tais fatos, como se isso não tivesse a menor importância.

Neste amplo quadro os carniceiros petistas (com a ajuda de seus novos e velhos parceiros), parecem ter a pretensão de evoluir para o status de rapinantes. Insatisfeitos com o saqueio do Custeio orçamentário preparam-se para atacar o Investimento público (sob a supervisão dos sacerdotes do PMDB, coordenados pelos pontífices Sarney, Temer, Renan, Jucá e outros menos votados). Torcendo, claro, para a chegada à grei do reforço metodológico trazido por dona Marta, Pimentel e demais mensaleiros. Os olhares gulosos dessa turma lulesca dirigem-se aos cifrões das obras públicas (estradas, pontes, portos, hidrelétricas etc.).

Já os camundongos sindicais, acostumados com o lixo e as propinas de milhares de reais, verão agora o operar de profissionais. Bagatelas do tipo da bolsa esmola são coisas de pobres, principalmente os de espírito! Na nova ordem, que pode se concretizar, os negócios serão medidos, não por malas e sacolas de dinheiro, mas por caminhões e containers, mais aptos à escala dos novos valores. Que o Eterno tenha piedade de nós e proteja-nos, todos (principalmente o Erário público), de Dilma e dos seus insensatos apoiadores!

Política externa de Lula: a canalhice bem explicada

(Transcrição de texto publicado no blog de Augusto Nunes, em 17-07-2010)


"Garcia também esquarteja a vítima e atira os restos aos rotweillers do quintal

Marco Aurélio Garcia tentou camuflar o enfado quando um jornalista perguntou-lhe, em 24 de fevereiro, se tinha algo a dizer sobre a morte do preso político cubano Orlando Zapata Tamayo. “Há problemas de direitos humanos no mundo inteiro”, relativizou o conselheiro presidencial para complicações cucarachas. Mas não é toda semana, nem em qualquer lugar, que um preso de consciência morre no 65° dia de uma greve de fome, demonstrou a reação indignada de democratas de todo o mundo. O gaúcho irritadiço respirou 48 horas antes de voltar ao tema. “A morte de Zapata é uma situação que incomoda, eu preferia que não tivessem dissidentes”, disse em 26 de fevereiro. Não havia ocorrido, portanto, nenhuma tragédia. Só um fato incômodo, que seria evitado se a tribo dos dissidentes não teimasse em existir. Como existe, está exposta a situações desagradáveis. Não vale a pena fazer tanto barulho por tão pouco. “Uma declaração tonitruante é muito bom para a plateia, mas para Cuba pode piorar a situação”, explicou.

Depois de duas semanas de mudez, Garcia perdeu a paciência com os que continuam entendendo que o Brasil preferiu virar as costas aos presos sem culpa para ajoelhar-se aos pés dos Irmãos Castro. “O governo brasileiro não é uma ONG”, ensinou em 13 de março. “Nosso relacionamento é com governos e não com dissidentes”. De onde menos se espera é que não vem nada mesmo, reiterou o palavrório. Não se deve procurar vestígios de grandeza em quem comemorou com esgares e um top-top-top notícias sobre o acidente apavorante.

Mas nem os que já não se espantam com nada deixaram de achar espantosa a reentrada em cena do canastrão, ocorrida em 9 de julho. No dia 6, numa escala da viagem à África, ele fora surpreendido pela (para ele) péssima notícia: ao fim de negociações sigilosas com o governo da Espanha e o cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, a ditadura cubana aceitara libertar um lote de presos políticos. Sobressaltado, Garcia atravessou os três dias seguintes reescrevendo a segunda parte do script. E irrompeu de novo no palco.

Também desconcertado com a surpresa, o presidente Lula admitiu que o amigo Fidel e o compadre Raúl nem se lembraram de avisá-lo. Igualmente perplexo, o chanceler Celso Amorim caprichou nos murmúrios e sorrisos de quem sabe mais do que diz. Sempre mais feroz e mais trapalhão, Garcia inverteu a rota, afundou o pé no acelerador e mentiu descaradamente: “Nós ajudamos”, inventou. “Atuamos na surdina, sem alarde”.

Talvez tivesse parado por aí se os repórteres esquecessem o protocolo, caíssem na gargalhada e convidassem o declarante a tratar os fatos com menos brutalidade. O silêncio coletivo aconselhou Garcia a seguir em frente. “A Espanha pegou carona com a gente, viu a bola cair nos pés e chutou”, prosseguiu o espetáculo da desfaçatez. “Eles estavam na hora certa e no lugar certo para bater para o gol”. Até para os padrões do personagem, a coisa foi longe demais. Embora só o crime de homicídio esteja capitulado no Código Penal, há semelhanças de estilo entre os três articuladores da política externa brasileira, que vivem assassinando a verdade, e o bando que executou a jovem Eliza Samudio. A placidez com que o presidente Lula tenta safar-se das operações em que se envolve lembra o goleiro Bruno: nenhum dos dois perde a pose quando desmascarado. Como o amigo Makarrão, o chanceler Celso Amorim está aí para fazer as vontades do chefe e ídolo. E o conselheiro Garcia trucida a realidade com a ausência de culpas ou remorsos exibida pelo policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o “Bola”.

Como o algoz de Eliza, Garcia não se limita a matar a verdade. Também esquarteja a vítima e atira os restos aos rottweilers que rosnam no quintal".