Viajando pelo Brasil em aviões de carreira (ao
contrário de outros que só se deslocam em jatinhos de empresários amigos, ou
mesmo nas suas próprias aeronaves), o deputado Jair Bolsonaro transforma os
saguões dos aeroportos em palco para o recebimento de apoio, além de olhares
admirados e curiosos por parte do público que lá se encontra.
A grande maioria,
ao vê-lo, apenas pede para tirar uma selfie.
O capitão Bolsonaro atende a todos com cortesia e paciência. Em vez da esperada
fera, o que se nota é a mais cândida das belas. Os presentes engrossam, então,
o coro dos que, à falta de palavra de ordem mais elaborada, apelam para o singelo
e laudatório grito de Mito, Mito!
Portador de um discurso fluido, em tudo contrário ao
discurso viscoso de outros prováveis pretendentes, Bolsonaro nada de braçada no
mar de lodo da política nacional. E o faz sem se deixar contaminar pelos
resultados da obra perversa erigida pela gente imunda do lulo-petismo e
associados, operantes há mais de três décadas em diferentes instâncias da
sociedade e do Estado, conforme qualquer um pode constatar pelos fatos
históricos que resultaram nos icônicos mensalão e petrolão.
Ao longo de sua vida política Bolsonaro continuou
praticamente o mesmo. Proclama e proclamava referenciais caros e necessários a
uma vida digna e, no entanto, tão negligenciados pelas elites pensantes
nacionais. Aponta, sem pestanejar, para o papel crucial da segurança pública,
dos valores da família, do papel reitor da escola e da honestidade como substrato
imperativo das ações humanas.
Efetivamente, Bolsonaro é o mesmo desde o
princípio, pois traz consigo, incrustada, a herança cívica da vida militar.
Quem mudou, de fato, foi a sociedade
brasileira, ao convergir para a mesma direção pregada pelo capitão deputado. As
pautas se interpenetram como macho e fêmea, como goiabada com queijo, como
Romeu e Julieta.
A sociedade brasileira parece pronta, agora, para
ser dirigida pelo antigo oficial paraquedista. Daí decorre o desespero de
outros líderes políticos (Lula, Marina, Alckmin, Ciro, Dória etc.), que não
encontram um gancho por onde neutralizar Bolsonaro e seu incansável exército
brancaleone. A única esperança dessa gente é liquidar o audacioso pretendente.
Sim, delenda Bolsonaro. Sim, Bolsonaro deve ser destruído. Há mais de vinte
séculos os romanos deram a senha, ao se referir a Cartago. Melhor faria o
candidato se cuidasse de sua segurança. Para o seu próprio bem e o nosso.