quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Delenda Bolsonaro




A acreditar-se nas pesquisas de opinião que vêm sendo divulgadas nos últimos meses, um simples ex-oficial do exército brasileiro (atualmente deputado federal pelo Rio de Janeiro, cursando seu sétimo mandato consecutivo), já teria o apoio de trinta milhões de eleitores caso a próxima eleição presidencial, a se realizar em 2018, ocorresse hoje. Não é coisa de se desprezar. A magnitude dos números sugere um movimento de massa crescente.

Viajando pelo Brasil em aviões de carreira (ao contrário de outros que só se deslocam em jatinhos de empresários amigos, ou mesmo nas suas próprias aeronaves), o deputado Jair Bolsonaro transforma os saguões dos aeroportos em palco para o recebimento de apoio, além de olhares admirados e curiosos por parte do público que lá se encontra. 

A grande maioria, ao vê-lo, apenas pede para tirar uma selfie. O capitão Bolsonaro atende a todos com cortesia e paciência. Em vez da esperada fera, o que se nota é a mais cândida das belas. Os presentes engrossam, então, o coro dos que, à falta de palavra de ordem mais elaborada, apelam para o singelo e laudatório grito de Mito, Mito!  

Portador de um discurso fluido, em tudo contrário ao discurso viscoso de outros prováveis pretendentes, Bolsonaro nada de braçada no mar de lodo da política nacional. E o faz sem se deixar contaminar pelos resultados da obra perversa erigida pela gente imunda do lulo-petismo e associados, operantes há mais de três décadas em diferentes instâncias da sociedade e do Estado, conforme qualquer um pode constatar pelos fatos históricos que resultaram nos icônicos mensalão e petrolão.

Ao longo de sua vida política Bolsonaro continuou praticamente o mesmo. Proclama e proclamava referenciais caros e necessários a uma vida digna e, no entanto, tão negligenciados pelas elites pensantes nacionais. Aponta, sem pestanejar, para o papel crucial da segurança pública, dos valores da família, do papel reitor da escola e da honestidade como substrato imperativo das ações humanas. 

Efetivamente, Bolsonaro é o mesmo desde o princípio, pois traz consigo, incrustada, a herança cívica da vida militar. Quem mudou, de fato, foi a  sociedade brasileira, ao convergir para a mesma direção pregada pelo capitão deputado. As pautas se interpenetram como macho e fêmea, como goiabada com queijo, como Romeu e Julieta.

A sociedade brasileira parece pronta, agora, para ser dirigida pelo antigo oficial paraquedista. Daí decorre o desespero de outros líderes políticos (Lula, Marina, Alckmin, Ciro, Dória etc.), que não encontram um gancho por onde neutralizar Bolsonaro e seu incansável exército brancaleone. A única esperança dessa gente é liquidar o audacioso pretendente. 

Sim, delenda Bolsonaro. Sim, Bolsonaro deve ser destruído. Há mais de vinte séculos os romanos deram a senha, ao se referir a Cartago. Melhor faria o candidato se cuidasse de sua segurança. Para o seu próprio bem e o nosso.