sábado, 25 de julho de 2015

Leo Pinheiro, o alcoviteiro

"Leo Pinheiro, que segundo a Veja está negociando um acordo de delação com a Lava Jato, pagava as despesas da família de Lula.
Claudio Dantas, da IstoÉ, explica que família, nesse caso, é um termo muito abrangente:

"Leo era quem cuidava das despesas pessoais do presidente, de familiares, amigos e amigas. Leo teria pago despesas de Rosemary Noronha," segundo informam os antagonistas (Sabino e Mainardi). Curiosa vocação desse moço, a de servir de alcoviteiro e cafetão.
Renan Calheiros - para não ficar diminuído frente a outros marajás nordestinos - também tinha concubina custeada pela empreiteira Mendes Jr.
Em seu fascinante livro "Nas terras do rio sem dono", Carlos Olavo da Cunha Pereira romanceia a ocupação do vale do rio Doce. Em um de seus episódios consta que um mesquinho coronel  da época, dono de vastos latifúndios, pagava suas aventuras amorosas com os queijos que ele mesmo fabricava em suas fazendas.

Lula e a frase do ano

Luiz Inácio falou, ontem, 24 de julho, no sindicato dos bancários do ABC:

"Eu quero dizer para vocês que estou cansado de mentiras e de safadezas".
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Doações e obrigações - o caso petrolão

Notícia divulgada pela VEJA.com informa que presentes de luxo eram dados às figuras mais proeminentes do esquema do petrolão. Tais dádivas configuram uma forma clássica de se prestar homenagem, ou vassalagem, criando assim uma espécie de vínculo obrigacional entre doador e receptor. Doutrinas jurídicas e estudos antropológicos discutem, há muito, a natureza de tais obrigações. Instigante exemplo, válido por todos, está na obra de Marcel Mauss sobre a dádiva (Essai sur le don).

Cabe, então, a pergunta: os diretores da Petrobrás também davam presentes valiosos aos seus superiores? Se a resposta for positiva, qual foi o mimo que Paulo Roberto Costa deu à filha de Dilma, no seu casamento, solenidade em que o ex-diretor foi dos raros brasileiros a receber convite? Quem meus filhos agrada, minha boca adoça, reza velho adágio popular. Não se está imiscuindo, portanto, na esfera privada da venturosa noiva. A dádiva era endereçada, de fato, a sua majestade, a rainha-mãe. Se o brinde teve origem nos frutos desviados do petrolão, é legítimo tal questionamento e, mais legítimo ainda, pedir que aquele seja devolvido ao patrimônio público. Veja-se que num caso similar - o do famigerado Silvinho - este estornou imediatamente o Land Rover que lhe foi doado por uma das corruptoras (GDK) ligadas à Petrobrás, assim que começaram a vir a público os rolos do mensalão. Se Paulo Roberto Costa fez mesura com o chapéu alheio, para não se utilizar menção mais próxima da verdade sobre seu instrumento de gozo, o presente dado por ele precisa ser, antes de mais nada, de conhecimento público.

A notícia segue abaixo:

"Os ex-presidentes da Petrobras José Sergio Gabrielli e Graça Foster não são formalmente investigados na Operação Lava Jato, mas os nomes dos dois aparecem em uma seleta lista de destinatários de presentes de luxo ofertados pela construtora Odebrecht. 

Um documento apreendido pela Polícia Federal na sede da empreiteira com os dizeres "Relação de Brindes Especiais - 2010" indica que a empresa presenteava os diretores com pinturas e obras de arte de artistas consagrados como Alfredo Volpi, Gildo Meirelles, Romanelli e Oscar Niemeyer.

O remetente das cobiçadas obras era o diretor da Odebrecht Rogério Araújo, o mesmo que aparece em mensagens cifradas de celular redigidas pelo patrão, Marcelo Odebrecht. Ambos estão presos desde o dia 19 de junho e foram denunciados formalmente pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Além dos dois ex-presidentes da Petrobras, foram destinatários dos "brindes" da construtora os ex-diretores Paulo Roberto Costa, Renato Duque, Jorge Zelada e Nestor Cerveró, além do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco. Todos eles respondem a processos decorrentes da Lava Jato".


sexta-feira, 24 de julho de 2015

Debilidade mental

Aviso aos navegantes: a declaração abaixo, sem nenhuma correção, é de autoria de obtusa dama que nos governa. É inacreditável, mas não duvidem! Foi publicada no blog do jornalista Augusto Nunes.

  
“A Itália faz parte do Brasil contribuindo para a sua cultura, para a política, para a sua ciência, para com seus empresários, enfim, com as pessoas e nós temos até uma palavra para designar os 30 milhões de descendentes de italianos que estão no Brasil, chama-se Oriundi. O que, para nós, significa ‘que vem da Itália’”.

Dilma Rousseff, ensinando que o Brasil usa uma palavra chamada oriundi para identificar tudo o que vem da Itália, como a família Matarazzo, a pizza napolitana, o spaghetti western e a tarantella.



As empreiteiras, os sapos e o governo

Sapos suíços namorando














Quando a Suíça comemorou 700 anos de existência algumas personalidades mundiais foram convidadas para as festividades. Entre elas estava Darcy Ribeiro, ilustre professor precocemente falecido em 1997. Em discurso feito à época, o arguto antropólogo chamou a atenção para um fato insólito, notadamente se o caso brasileiro fosse tomado como contraponto. A Suíça estava pronta. Nada havia a fazer naquele país. A última realização da qual se teve notícia, foram pequenos túneis (construídos sob as formidáveis autoestradas do país), destinados a facilitar a migração de sapos à procura de amor. 

Em sua sofreguidão erótica, os sapos e sapas estavam sendo atropelados nas pistas de alta velocidade. Com a proverbial eficiência local, entretanto, no verão seguinte os batráquios já puderam, organizadamente, transitar, incólumes, de um lado para outro por baixo das estradas, tudo na mais perfeita ordem. Sucesso total.

Darcy Ribeiro lamentava - eis a grande verdade - a pasmaceira da vida suíça, em tudo antagônica aos enormes desafios postos aos brasileiros. Aqui entre nós, tudo, ou quase tudo, estava por se fazer, o que daria encantamento e sentido à nossa vida nestes trópicos. Talvez por tais condições objetivas, o Brasil seja considerado um paraíso das empreiteiras. Não seria por acaso que algumas das maiores empresas do mundo neste ramo tão estratégico sejam de capital nacional. Obras públicas, é claro, requisitam dinheiro dos impostos. Sem governo, portanto, não haveria negócios, bons negócios. 

Então, entra governo, sai governo, seja ele federal, estadual ou municipal, as empreiteiras continuam como se fossem parte da estrutura do Estado. Seriam elas uma espécie de pinico de palácio. Os príncipes morrem ou se mudam, mas o pinico continua lá, impávido, sob a cama, a desafiar qualquer esforço de mudança, em vista de sua função indelegável. Não seria absurdo compreendê-las, também, como uma espécie de autarquias com fins lucrativos, dada a criatividade política e legiferante da burocracia nacional, vocacionalmente corrupta e venal desde sua origem.

Engana-se, porém, quem imaginar as empreiteiras submetidas apenas às contingências governamentais de fazer obras. Amancebadas com a classe política (onde não é pequena a parcela de ladrões dispostos a qualquer trapaça), aplicam também seus cabedais em atividades destinadas à prestação de outros serviços públicos, de varrição de ruas e telefonia celular até geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Em suma, se há governo e povo para pagar a conta, elas estão na bocada! Propina não é problema para elas, propina é custo. Se vendessem sementes de capim, bastaria dosar a quantidade de areia para definir o preço final. 

As empreiteiras só se arreganham quando se deparam com raros governantes honestos não susceptíveis a peita. A favor das empreiteiras, no entanto, cumpre registrar as chantagens que burocratas desavergonhados fazem para lhes pagar o eventualmente devido. Operacionalizam a manobra postergando ao máximo a quitação de faturas, somente liberadas se houver algum unto que as facilite. Há que se lembrar, sempre, que a chave do cofre está com o poder executivo. Quem quer que preste algum serviço ao Estado deverá pagar o devido tributo, não aquele regular, formal e legítimo, mas o tributo oculto, porém real, na forma de doações, presentes, comissões e outras formas que podem incluir, até, festas de bunga-bunga, com travecos e prostitutas profissionais, para adocicar a vida das autoridades. 

É um processo onde quase todos ganham, um jogo de soma diferente de zero, onde o único que perde, achacado, é o cidadão brasileiro. 

O único pacto possível é com a Lei (Reinaldo Azevedo,em 24/07/2015)


"Leio na Folha que também o Palácio do Planalto — deve ser a presidente Dilma Rousseff — estimula, a exemplo de Lula, a aproximação com a oposição. Deixem-me ver se entendi direito o modelo: o PT vence a eleição afirmando que o adversário pretende elevar juros, aumentar tarifas e provocar recessão. Uma vez vitorioso, eleva juros, aumenta tarifas e produz recessão. Certo. O PT vence a eleição transformando a oposição no Belzebu do atraso social e dizendo-se, ele próprio, a voz do povo. Uma vez vitorioso, vê-se obrigado a cortar benefícios com os quais comprou uma parte do eleitorado. Entendo. O PT vence a eleição sustentando que qualquer outro resultado que não o triunfo do partido implicaria uma marcha à ré na história. Uma vez vitorioso, acuado por suas próprias contradições, demonizado nas ruas, cobrado por suas promessas não cumpridas, eis que o partido descobre as virtudes de um “entendimento” com a.. oposição.

O ministro Edinho Silva, da Comunicação Social, diz que, “em todos os países democráticos, é natural que ex-presidentes conversem e, muitas vezes, que sejam chamados pelos presidentes em exercício”. E acrescenta: “Essa é uma prática comum nos Estados Unidos, por exemplo”. É verdade… No primeiro programa do segundo turno da campanha do ano passado, Dilma se referiu assim ao tucano Aécio Neves: “Ele representa um modelo que quebrou o país três vezes, que abafou todos os escândalos de corrupção, que provocou desemprego altíssimo, recessão, que esqueceu os mais pobres.”

É mesmo, Dilma? E está querendo conversar com “eles” por quê? Mais interessante ainda: os petistas decidiram agora distinguir os “bons tucanos” dos “maus tucanos” — e os “maus”, claro!, são aqueles que não querem bater um papinho em nome do entendimento. Na lista dos tucanos mauzinhos do PT está o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, o que é, claro!, uma distinção e tanto. Espero que o presidente do maior partido de oposição continue persona non grata aos petistas.

O Instituto Lula, que, num primeiro momento, negou que estivesse em curso uma tentativa de diálogo, resolveu mudar de posição por intermédio de seu presidente, Paulo Okamoto, que afirmou à Folha: “Minha opinião é que tanto o presidente Lula como o presidente Fernando Henrique são políticos importantes, com responsabilidades e capacidade de analisar o que o Brasil está enfrentando. Sempre fui a favor de que a gente converse com quem faz política.”

Ah, que bom que Okamoto pensa isso, não é? Na campanha eleitoral, a candidata à reeleição Dilma Rousseff afirmou o seguinte: “Está em jogo o salário mínimo. O candidato dele — ela se referia a Aécio — a ministro da Fazenda (estava falando de Armínio Fraga) acha alto demais e tem que reduzir. Nós não vamos permitir que o Brasil volte para trás”.

Por que Dilma iria querer um entendimento com gente tão má?

Jaques Wagner, ministro da Defesa e candidato de sempre à Casa Civil, reconhece que isso pode não ter sido muito elegante e diz: “Apesar da última campanha dura, não podemos deixar consolidar na alma brasileira, e na política brasileira, uma dicotomia que não se conversa. Essas posições, governo e oposição, a gente troca. O que não pode perder é o norte do país”.

Que bom! Segundo a candidata Dilma, como se evidencia acima, não tem essa de alterar oposição e governo. Ou o PT vence, ou se trata de retrocesso.

Acho que chega, não é mesmo? Essa conversa já foi longe demais. Se há tucanos querendo bater um papinho, o PT sempre será um lugar quentinho para abrigar o diálogo. Basta se bandear. Eu estou enganado ou a população elegeu o PSDB para liderar a oposição? Não! Eu não estou enganado. Sendo assim, que cada um honre o voto que recebeu.

Querer um diálogo com a oposição, como agora quer Dilma, com 7,7% de ótimo e bom, segundo a mais recente pesquisa, é um coisa. Os petistas deveriam ter se lembrado de dialogar quando a presidente tinha quase 70% de aprovação. Ah, a minha memória não falha: eles não queriam conversa. A ordem, então, era destruir até o PMDB, já que davam o PSDB por liquidado.

Vamos fazer um pacto, gente, em favor da governabilidade? Todos seguiremos as leis e a Constituição que contemplam, até, o impeachment. Que tal?"

quinta-feira, 23 de julho de 2015

A Lava Jato e o dinheiro dos trabalhadores

Um dos relatórios da Polícia Federal a respeito da Lava Jato descreve parte do processo de construção de sondas para exploração de petróleo em alto mar:

"Os contratos foram fechados pela Sete Brasil – empresa criada pela Petrobrás, com fundos e bancos – para 29 equipamentos, pelo valor total de US$ 25,5 bilhões, a partir de 2011. 
A Sete foi constituída pelas empresas FI-FGTS, Petrus, Previ, Funcef, Valia, Santander, Bradesco, BTG Pactual, EIG Global Energy Partners, Lakeshore e Luce Venture Capital".

Pois bem. Quem responderá pelas perdas do dinheiro dos trabalhadores em geral (retirado do FGTS), dos petroleiros (Petrus), bancários do Banco do Brasil (Previ), dos bancários da Caixa Econômica Federal (Funcef), e dos trabalhadores da Vale do Rio Doce (VALIA)? A aposentadoria de milhares dos participantes destes fundos de pensão estará ameaçada como, aliás, já se concretizou com o fundo de pensão do pessoal dos Correios - o POSTALIS. 

A verdadeira sopa de letrinhas - conforme se vê acima - dos "parceiros" nas negociatas pode esconder o fundamental: a perversa aliança - ou bloco de poder - entre sindicalistas, fundos de pensão, banqueiros nacionais e internacionais, além dos notórios empreiteiros, para submeter o Brasil a uma nova ordem política. Importante destacar a participação da CUT nesse processo de saqueio que não tem paralelo no mundo civilizado.

A teia de cumplicidades é absurdamente diversificada. Ela se manifesta também nas denominadas Sociedades de Propósito Específico (SPE), formalizadas através da constituição de blocos de controle de empreendimentos, bem como pelo cruzamento de participação acionária entre as variadas famiglias mafiosas.    


A operação Lava Jato, ao que parece, está apenas tornando visível o que muitos já desconfiavam. As multinacionais brasileiras - a Petrobrás e a Odebrecht, por exemplo - atuam predatoriamente, sem fé, sem lei e sem rei, tal como as antigas Sete Irmãs (Shell, Esso etc.). Suas parcerias com os saqueadores do PT tem algo de natural. No fundo, no fundo, o DNA é o mesmo.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

A crasse não tem classe


É o que dá a supressão da luta de classes. Por exemplo: desconhecer as cultura e moral próprias das diferentes classes. Digamos, oferecer acepipes papa fina para gente grossa - que arrota e peida durante a refeição - vai deixar, sempre, as piores impressões para todos.

Em e-mail datado de 2012, Marcelo Odebrecht confirma à mulher (Isabela) a presença de uma sindicalista (daquelas de calcanhar rachado, típicas do PT e do PC do B), num jantar em sua casa com a turma do petrolão. Inadvertidamente, Marcelo zombou da patroa enviando-lhe "saudações sindicais". O troco da dona encrenca foi na bucha:

- “Se sujar minha toalha de linho ou pedir marmitex… vou pirar. E ainda tenho que ouvir saudações sindicais?". 

- "Sim, amorzinho, tenha paciência", só estou brincando, disse Marcelo.

- "Não mereço”, suspirou Isabela, tendo engulho antecipado.


O patético episódio (um pouco floreado, mas a partir de fatos reais), faz lembrar outro em que Lula foi o principal protagonista. Há alguns anos, numa recepção patrocinada por Elizabeth II ao governante brasileiro, no castelo de Windsor, a única lembrança que o ex-presidente guardou do evento foi a possibilidade que ele teve de cagar no palácio da rainha. Uma glória suprema! Depois dizem que fazer reparos a essa gente é preconceito.

Brasileiro quer ver Dilma pelas costas (Noblat)

Cartão vermelho para Dilma

















Os dados mais estarrecedores da nova pesquisa Confederação Nacional do Transporte/ Instituto MDA divulgada ontem:

• Sete em cada dez brasileiros desaprovam o governo Dilma e quase 8 em cada dez desaprovam a performance de Dilma como governante;

• Quase 7 em cada 10 brasileiros que acompanham o noticiário sobre a Operação Lava Jato consideram Dilma culpada pela corrupção. E Lula também;

• Seis em cada 10 brasileiros acham que o ajuste fiscal não fará bem à economia;

• Pouco mais de 8 em cada 10 brasileiros pensam que Dilma não está sabendo lidar com a crise econômica;

• Para 7 brasileiros em cada 10, o custo de vida vai aumentar ou vai aumentar muito;

• Para quase 6 brasileiros em cada 10, a situação do emprego vai piorar nos próximos seis meses,

• Metade dos brasileiros está com medo de ficar desempregada;

• Pouco mais de 6 em cada 10 querem o impeachment de Dilma;

• Se as eleições em segundo turno fossem hoje, Lula perderia para qualquer um dos atuais aspirantes à candidato pelo PSDB – Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra;

Chega ou querem mais? Especificamente sobre a Lava Jato:

• 40% dos entrevistados apontam o governo como culpado pelo que aconteceu na Petrobras contra apenas 3,5% que culpam as construtoras;

• 90% não veem exagero nas prisões;

• 67% não acreditam que os culpados serão punidos;

• 87% entendem que as denúncias sobre a roubalheira na Petrobras prejudicam a economia;

• A corrupção é um dos principais problemas do país, segundo 53% dos entrevistados. Para 37% deles, é o principal problema;

• Para 45% dos entrevistados, a presidente pode perder seu cargo por três motivos: irregularidades nas prestações de contas do Governo, corrupção na Petrobras e irregularidades nas contas da campanha presidencial;

Sobre outros assuntos:

• Quase 8 em cada 10 brasileiros são contra as doações de dinheiro feitas por empresas para campanhas políticas;

• Quase sete em cada 10 são a favor do fim da reeleição para cargos majoritários (presidente, governador e prefeito);

• Sete em cada 10 não confiam nunca nos partidos políticos; quase 6 em cada 10 não confiam nunca no governo; cinco em cada 10 não confiam nunca no Congresso;

• Dilma é o presidente brasileiro mais impopular da História. É a presidente mais impopular do mundo levando em conta apenas os países com tradição em pesquisas de opinião pública.

• Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 137 municípios de 25 estados nas cinco regiões do país. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com 95% de nível de confiança.

terça-feira, 21 de julho de 2015

As meninas entram em cena (Fernando Gabeira)

Bunga-bunga em Brasília





















Você poderia chamá-las de petroputas ou prostipetro, mas não seria preciso. As meninas aparecem em quase todo grande escândalo em Brasília. Não são especializadas. Finalmente, deram as caras no escândalo do Petrolão. Documentos da PF indicam que houve gastos com garotas de programa, mencionadas em rubricas como Jô 132 e 3 Monik nas planilhas de Alberto Youssef, um dos grandes nomes do caso.

Lembro-me de que uma das grandes cafetinas de Brasília uma vez me perguntou no aeroporto o que pensava das garotas de programa nesses escândalos. Disse que não as incriminava. Os políticos e empresários gostam de Rolex, compram sapatos Labutin para suas mulheres. Não se podem culpar as marcas, muito menos os vendedores que não costumam perguntar sobre a origem do dinheiro.

Mas a presença das meninas dá um tom global ao escândalo. O ex-dirigente do FMI Dominique Strauss-Kahn foi preso em Nova York por assédio. Mas na França, onde a prostituição é criminalizada, teve de responder a processo. O mesmo se passa com Silvio Berlusconi, com suas famosas bunga-bungas. Também foi processado.

Num contexto de prostituição legalizada, as coisas seriam mais fáceis. Aos documentos da Lava-Jato seriam incorporados recibos de prestação de serviços. Papai e mamãe, blow jobs e o caríssimo beijo na boca seriam especificados.

A Lava-Jato já tem inúmeros componentes cinematográficos. Mas a entrada das meninas nas festas dos poderosos assaltantes da Petrobras era uma espécie de elo que faltava. Gurus, políticos e empresários costumam revelar nesses episódios o desejo de uma satisfação sexual ilimitada. É uma espécie de calcanhar de Aquiles.

Leio que as garotas de programa já apareceram em revistas e talvez por isso cobrem mais caro. São contratadas como os ricos compram quadros, não pelas formas, mas pela fama do pintor.

Outro dia, um grupo de São Paulo me convidou para contribuir com o roteiro de um filme sobre Brasília. Respondi com uma ideia tão maluca que nunca mais voltaram ao assunto.

Era uma nave de outra galáxia que se aproximava de Brasília com a missão de ocupar alguns prédios habitados por duas tribos de cabelos pintados: os Acaju e os Graúna. Na medida em que eles se aproximavam, acompanhavam pela tela da nave o comportamento da sociedade que ainda não conheciam em detalhes.

Agora vejo que caberia nesse argumento cinematográfico uma garota de programa infiltrada que mandaria mensagens constantes para o big data; crescimento dos implantes de pênis, baixa da tesão nos dias em que o Banco Central anuncia a taxa de juros.

Sempre me interessei pela economia libidinal de Brasília. No passado, escrevi sobre as prostitutas que faziam um cordão em torno do setor de hotéis. Cheguei a propor uma cartilha para os prefeitos do interior distinguirem uma travesti de uma garota de programa.

Um equívoco. Creio hoje que para todos é melhor uma dose de ambiguidade. Uma travesti que conheço, talentosa técnica administrativa, me contou que ao descobrirem o que se trata, alguns políticos fingem que não viram.

Talvez no futuro vejamos um livro do tipo “Memórias de uma cafetina em Brasília”. Espero também que não tenha nomes. Apenas elementos que nos ajudem a descortinar o universo libidinal do poder. Se não servir para a história, no sentido mais amplo, servirá para os roteiristas que buscam histórias de gente de carne e osso.

As meninas custaram a aparecer no Petrolão. Parecia um escândalo baseado em fortunas, compra de apartamentos, obras de arte. Elas apelam não só para um sentido universal, o sexo, mas também para o fugaz reencontro com o doce pássaro da juventude.

Com a entrada da Polícia Federal na casa de Fernando Collor, constatei que, além de seu carro oficial, ele tem três carros de luxo na garagem que devem valer juntos R$ 6 milhões. São apenas três de sua coleção de 14. Qual o sentido disso, exceto garantir a Collor que ele tem carros de luxo na garagem, que é o bambambã?

Com a grana da corrupção, compram um sopro de juventude, transando com as meninas: com a coleção carros compra-se uma infância de brinquedos de luxo.


A nave se aproxima horrorizada.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

O que é uma ponte? (Dilma Rousseff)

Em sua habitual coluna no portal da Veja, Augusto Nunes publicou o delirante discurso de dona Dilma sobre a ponte Anita Garibaldi, em Santa Catarina, que estava a inaugurar:


“Essa ponte, essa ponte, ela é um exemplo disso. Porque o que é que é uma ponte? Uma ponte é, geralmente, e é algo que nós devemos nos inspirar, porque uma ponte é um símbolo muito forte. Pensem comigo, uma ponte, ela une, uma ponte fortalece, uma ponte junta energia, uma ponte permite que você supere obstáculos. O que nós queremos no Brasil, é que, entre nós, se construam pontes”.

A tortuosa elaboração de dona Dilma faz lembrar uma das pontes construídas pela Gautama (aquela empreiteira famosa dos primeiros escândalos do regime petista). A referida obra ligava o nada a lugar algum, tal como as pontes imaginárias da tresloucada dama.


Ponte Dilma: ligando o nada a lugar algum



domingo, 19 de julho de 2015

PMDB, partido da malemolência (Leandro Narloch)


O anúncio de que o PMDB vai lançar candidato próprio em 2018 teve, digamos, com alguma generosidade, uma recepção modesta. Ninguém, talvez só com uma refinada ironia, apareceu pela internet dizendo “cara, agora sim o Brasil vai pra frente, #énóisPMDB!”.

Eu devo ter sido o único a me entusiasmar com a notícia. No momento em que li a respeito levantei e gritei pela janela: “Em 2018 eu sou 15!”. Vocês têm o meu voto, caros seguidores de Sarney. Já vou botar um adesivo no carro e mandar fazer uma camiseta.

Explico minha escolha solitária em três passos:

1. O melhor político não é aquele que tem mais chance de melhorar o país, mas o que pode piorá-lo menos. É ilusão acharmos que políticos têm grande poder de melhorar o mundo; mas capacidade de prejudicar, isso eles têm de sobra. Como diz o Bastiat, “nunca desconfie da capacidade do governo de piorar o que já é ruim”.

2. Os políticos com maior poder de arruinar um país são aqueles cheios de ideologias, convicções e atitudes enérgicas. Nações levam décadas para prosperar, mas basta um governo cheio de homens convictos para esculhambar o ambiente de negócios, espantar empreendedores, levar a inflação às alturas e espalhar a miséria.

3. De toda a montoeira de partidos do Brasil, o PMDB é o mais avesso a ideologias. Ou melhor, a única ideologia do PMDB é a malemolência, o “deixa-disso”, o “não-inventa”. Nenhum partido representa tão bem o pouco apego dos brasileiros a ideologias. Se há aqueles partidos de esquerda, direita, extrema-esquerda, extrema-direita e centro, o PMDB supera todos eles: é o partido do extremo-centro. Um partido assim, radicalmente desprovido de radicalismos, é de longe a nossa melhor opção.

Entendo que o desapego ideológico dos brasileiros tem um lado ruim. Sem nenhuma grande convicção, nunca seremos a vanguarda de nada no mundo. Mas, como diz meu amigo Joel Pinheiro da Fonseca, a vantagem da malemolência ideológica é muito maior: nos previne de genocídios, revoluções sanguinárias e totalitarismos que destruíram os países que se deixaram levar por ideologias.

Não só acabo de declarar meu voto ao candidato do PMDB como já me ofereço para participar do marketing da campanha. Minha primeira proposta é manter a sigla, mas mudar o nome. “Partido da Malemolência Democrática Brasileira” seria muito mais fiel à função do PMDB na política atual. Também precisamos pensar num slogan. Uma frase que sintetizaria a tradição intelectual do partido seria esta:


Vote PMDB. Sei lá, mil coisas.

Princípios, fins e meios (Nelson Motta)

"Posso até acreditar que João Vaccari não ficou com um tostão dos pixulecos milionários que arrecadou para o PT na Petrobras. Mas isso não faz dele um guerreiro do povo brasileiro e nem é atenuante para seus crimes; é agravante.

Em países civilizados, de maior tradição jurídica do que o Brasil, como a Itália, a Alemanha e a Inglaterra, a motivação política é um agravante dos crimes, aumenta a pena. Porque o produto do roubo servirá para fraudar processos legais, para atentar contra as instituições democráticas, para prejudicar adversários políticos, e terá consequências na vida de todos os cidadãos que tiveram seus direitos lesados em favor de um plano de poder de um partido.

O ladrão em causa própria dá prejuízos pontuais a pessoas físicas ou jurídicas. O que usa o dinheiro sujo para fraudar o processo eleitoral e manipular a vontade popular, para corromper parlamentares e juízes, para impor o seu projeto político, causa irreparáveis prejuízos a todos porque desmoraliza a democracia, institucionaliza a impunidade e interfere — sejam lá quais forem as suas intenções — de forma decisiva e abusiva nos direitos e na vida dos cidadãos que sustentam o Estado.

Uma das mais nefastas heranças do PT no poder foi a institucionalização — e absolvição — do roubo com motivações políticas, com mensaleiros e tesoureiros corruptos ovacionados como guerreiros e heróis pela militância cega, surda e bem empregada. Por essa ética peculiar, em nome da “causa popular" vale tudo, extorsão, suborno, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, agir como uma máfia para destruir os adversários e se eternizar no poder. Em nome do povo, é claro...

É claro que na maioria desses “roubos políticos", chamados de “expropriação” no tempo da luta armada de Dilma e Dirceu, os guerreiros, diante de tanto dinheiro e tão fácil, não resistem a cobrar seu próprio pixuleco, como registram as históricas imagens de Waldomiro Diniz, braço direito de José Dirceu, pedindo a sua comissão de uma “doação” do bicheiro Carlinhos Cachoeira ao partido, no início da era Lula.


Esse tempo acabou, lugar de ladrão é na cadeia".