O Brasil virou uma piada
internacional. Outro dia, vi um programa na CNN sobre nós.
Tive vontade de chorar. Segundo a imprensa estrangeira, nós somos incompetentes
até para sediar a Olimpíada, a economia está quebrada e o impeachment pode
impedir os jogos, pois somos desorganizados, caem pontes e pistas, os mosquitos
estariam esperando os atletas, a baía de Guanabara é um lixo só, bosta boiando,
o crime campeia na cidade, onde conquistamos brilhantemente o recorde de
estupros.
Até um programa humorístico famoso, o
Saturday Night Live, fez uma sátira – Dilma fumando charuto e tomando
caipirinha, numa galhofa insultuosa que sobrou para o país todo.
Mas, Dilma sabe defender o país. Seus
discursos revelam isso. Senão, vejamos, suas ideias:
“Antes de Lula, o Brasil estava
afunfunhado. Mas, o presidente Lula me deixou um legado, que é cuidar do povo
brasileiro. Eu vou ser a mãe do povo brasileiro. O Brasil é um dos países mais
sólidos do mundo, que, em meio à crise econômica mundial, das mais graves
talvez desde 1929, é o país que tem a menor taxa de desemprego do mundo.
Nós não quebramos, esse é um país que
tem… tem aquilo que vocês sabem o que é. Por isso, não vamos colocar uma meta.
Vamos deixar a meta aberta, mas, quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta.
Ajuste fiscal? Coisa rudimentar. Gasto público é vida.
Eu posso não ter
experiência de governar como eles governaram; agora, governar gerando emprego,
distribuição de renda, tirando 24 milhões da pobreza elevando a classe média,
eu sei muito bem fazer.
Entre nossos projetos, nós vamos dar
prioridade a segregar a via de transporte. Segregar via de transportes
significa o seguinte: não pode ninguém cruzar rua, ninguém pode cruzar a rua,
não pode ter sinal de trânsito, é essa a ideia do metrô. Ele vai por baixo, ou
ele vai pela superfície, que é o VLT.
A mesma coisa nós vamos fazer com o
Seguro Defeso, por exemplo. Nós somos a favor de ter Seguro Defeso para o
pescador, sim. Agora, não é possível o pescador morar no semiárido nordestino e
receber Seguro Defeso, por um motivo muito simples: lá não tem água, não tendo
água não tem peixe. Também não seremos vencidos pela zika e dengue; quem
transmite a doença não é o mosquito, é a mosquita.
Antes, também os índios morriam por
falta de assistência técnica. Hoje não, pois temos muitas riquezas.
E aqui nós temos uma, como também os
índios daqui e os indígenas americanos têm a dele. Nós temos a mandioca. E aqui
nós estamos comungando a mandioca com o milho. E, certamente, nós teremos uma
série de outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a
civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu estou saudando a
mandioca. Acho uma das maiores conquistas do Brasil.
Vocês, dos jogos indígenas, estão
jogando com uma bola feita de folhas e por isso eu acho que a importância da
bola é justamente essa, o símbolo da capacidade que nos distingue como… Nós
somos do gênero humano, da espécie Sapiens. Então, para mim essa bola é um
símbolo da nossa evolução. Quando nós criamos uma bola dessas, nós nos
transformamos em Homo sapiens ou ‘mulheres sapiens’.
Eu ouço muito os prefeitos – teve um
que me disse assim: ‘Eu sou o prefeito da região produtora da terra do bode’.
Então, é para que o bode sobreviva que nós vamos ter de fazer também um Plano
Safra que atenda os bodes que são importantíssimos e fazem parte de toda
tradição produtiva de muitas das regiões dos pequenos municípios aqui do
estado.
Aqui tem 37 municípios. Eu vou ler os
nomes dos municípios… Eu ia ler os nomes, não vou mais. Por que não vou mais?
Eu não estou achando os nomes. Logo, não posso lê-los.
A única área que eu acho que vai
exigir muita atenção nossa, e aí eu já aventei a hipótese de até criar um
ministério, é na área de… Na área… Eu diria assim, como uma espécie de analogia
com o que acontece na área agrícola.
A Zona Franca de Manaus, ela está
numa região. Ela é o centro dela porque ela é a capital da Amazônia. Aliás, a
Zona Franca evita o desmatamento, que é altamente lucrativo – derrubar árvores
plantadas pela natureza é altamente lucrativo.
Eu quero adentrar agora pela questão
da inflação, e dizer a vocês que a inflação foi uma conquista desses 10 últimos
anos do governo do presidente Lula e do meu governo. Não acho que quem ganhar
ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo
mundo perder. A autossuficiência do Brasil sempre foi insuficiente.
Os homens não são virtuosos, ou seja,
nós não podemos exigir da humanidade a virtude, porque ela não é virtuosa. Se
os homens e as mulheres são falhos, as instituições, nós temos que construí-las
da melhor maneira possível, transformando… aliás, isso é de um outro europeu,
Montesquieu. É de um outro europeu muito importante, junto com o Monet.
Até agora, a energia hidrelétrica é a
mais barata, em termos do que ela dura com a manutenção e também pelo fato da
água ser gratuita e da gente poder estocar. O vento podia ser isso também, mas
você não conseguiu ainda tecnologia para estocar vento. Então, se a
contribuição dos outros países, vamos supor que seja desenvolver uma tecnologia
que seja capaz de na eólica estocar, ter uma forma de você estocar, porque o
vento ele é diferente em horas do dia.
Então, vamos supor que vente mais à
noite, como eu faria para estocar isso? O meio ambiente é sem dúvida nenhuma
uma ameaça ao desenvolvimento sustentável.
Alias, hoje é o Dia das Crianças.
Ontem, eu disse que criança… o dia da criança é dia da mãe, do pai e das
professoras, mas também é o dia dos animais. Sempre que você olha uma criança,
há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás, o que é algo muito
importante.
Por isso, afirmo que não há a menor
hipótese do Brasil, este ano, não crescer. Eu estou otimista quanto ao Brasil.
Eu sou algo que a humanidade desenvolveu quando se tornou humana.”