O debate sobre as chamadas cotas raciais, tipo específico de política social compensatória, de clara natureza neoliberal, volta à ordem do dia. Esse tipo de orientação - é bom recordar - nasceu no seio de governos "direitistas" americanos, sobressaindo-se aí o período em que os Estados Unidos foram presididos por Richard Nixon. O antigo programa televisivo chamado Vila Sésamo, por exemplo, bem como o busing (dispersão e matrícula de alunos por diferentes escolas localizadas em bairros de diversificadas bases sócioeconômicas e demográficas), configuraram uma resposta política ao retrato da educação americana delineado pelo Relatório Colleman.
Soa algo irônico que os corifeus das cotas raciais de hoje tenham como inspiração doutrinária um notório conservador como Nixon. Algo parecido com a feroz defesa do FGTS que dele fazem líderes ditos de "esquerda". O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, criação genial do ministro Roberto Campos, ainda no tempo em que dirigia o Brasil o marechal Castelo Branco, foi apropriado de tal maneira pela pelegada sindical que até assento na Constituição Federal de 1988 ele, o Fundo, ganhou.
A imitação, ou o louvor de obras alheias, nada tem de mal em si mesmo. Tem, até, algo de virtuoso e de humildade política e filosófica ao reconhecer que uma coisa é boa, independentemente de sua autoria.
É possível, no entanto, que a prática do mimetismo leve seus praticantes às tênues fronteiras que separam a flexibilidade do ridículo e da crueldade. O barroquismo mineiro apresenta curiosos exemplos. Um deles, que causa sincera admiração é a patética imitação de paredes de azulejos em igrejas barrocas. Não os havendo, pintava-se uma tábua com reproduções daqueles, e tudo ficava como se azulejos fossem.
Agora, o Brasil está a testemunhar as perniciosas invectivas de frades desocupados e de mulatos atrevidos no sentido de criar privilégios para os seus, reservando-lhes vagas nas instituições públicas de educação e, claro, polpudos cargos na frondosa burocracia governamental. E tudo chancelado e coordenado pelos que deveriam ser os primeiros a denunciar o renascimento espiritual do nazismo. Classificar alguém pela taxa de melanina da pele, ou pelo tipo de cabelo, ou pela espessura dos beiços, ou pelo nariz arreganhado só faz legitimar os caçadores de judeus, tal qual se deu no terrível período do nazifascismo alemão. Um nariz adunco era um passaporte garantido para um campo de concentração. Circuncidado, então, já ia direto para os fornos crematórios.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
terça-feira, 26 de fevereiro de 2019
Macho e fêmea humanos
A literatura médica, facilmente encontrável em páginas da
internet, é bastante popular e isenta de ambiguidade. Uma simples conversa com
ginecologistas ou urologistas pode comprovar tal fato. Fêmeas humanas não fazem
exame de próstata pela simples razão de não possuí-la. Já os machos humanos não
fazem o denominado exame de papanicolau, pela óbvia justificativa de não
possuírem colo do útero. Vejamos o significado de tais exames.
Exame
papanicolau
“Papanicolau é um exame de rotina da mulher que se baseia
em uma análise citopatológica, isto é, das células do colo do útero. Sua função
é identificar possíveis alterações para que os tratamentos sejam realizados com
antecedência, evitando complicações mais sérias”
“O exame papanicolau,
também chamado de esfregaço cervicovaginal ou colpocitologia oncótica cervical,
é um dos testes mais conhecidos pela população feminina. É ele que faz o
rastreamento do câncer de colo de útero, o terceiro tipo de câncer que mais
mata mulheres no Brasil”.
O que é a próstata
“A
próstata é uma glândula, do tamanho de uma noz, presente no corpo do
homem. Essa glândula começa a se desenvolver, aumentando de tamanho, durante a
adolescência, devido à ação da testosterona, até chegar ao seu tamanho
médio, que é de aproximadamente 3-4cm na base, 4-6 na parte céfalo-caudal, e
2-3 na parte ântero-posterior”.
Onde a próstata se localiza
“A
próstata está localizada entre a bexiga e a pélvis do homem, estando à frente
do reto, que é a porção final do intestino, e, por isso, é possível sentir a
próstata através do exame de toque retal, realizado pelo médico”.
“A função
da próstata no organismo é produzir parte do líquido que forma o esperma,
ajudando a alimentar e proteger os espermatozóides”.
O que distingue um macho de uma fêmea não são suas roupas
ou adereços nem as atividades às quais se devotam. Muito menos, e isso é
fundamental, a imagem que cada um faz de si mesmo. O critério a ser considerado
universalmente é bem mais simples. Homem, ou macho, é aquele que se submete ao
exame de próstata; mulher, ou fêmea, é aquela que se submete ao exame de
papanicolau. Cirurgias ou amputações não modificam a realidade essencial dos
dois sexos.
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