segunda-feira, 16 de março de 2009

AS PROMESSAS DE LULA

Luiz Inácio – o rei da preguiça – perdeu completamente o controle. Acostumado durante décadas e décadas a prometer mundos e fundos para conseguir o apoio popular, amplia agora o blefe com ofertas cada vez mais mirabolantes. Acena para o eleitorado com promessa de casa, comida, roupa lavada, passada e, para alguns mais necessitados, também engomada. Qual Moisés nas profundezas do deserto do Sinai, Luiz Inácio oferece, assim, um verdadeiro maná – grátis, por suposto - temperado, como nos tempos bíblicos, com alguma codorniz para evitar que o povo pense em voltar para o neoliberal Egito, com saudades das paneladas de carne com cebolas (e que cebolas, que cebolas...).

Depois de perder a colaboração direta da impenitente dupla BoBe, não aquela do inocente desenho animado (todos se lembram com afeto do Bob pai e do Bibo filho), mas, sim, os santarrões Boff pai e Beto filho, guardou na memória algumas vagas referências ministradas pelos iluminados teólogos sobre como tanger para o bom caminho os incautos fiéis na direção da terra do leite e do mel. E desandou a acenar com as miragens do futuro, com a garantia de que a bezerra de ouro, devidamente plastificada e entupida de botox, estará à frente da comitiva puxando a troupe.

A dupla Bo-Be atualmente parece arrependida pelos tantos conselhos dados a Luiz Inácio durante tantos anos, em vista das cafagestadas do seu orientando (como se eles não tivessem imaginado por um momento sequer os rumos que seriam tomados pelo lulismo). Não perdem por esperar, no entanto, se estiverem corretas as antecipações feitas por Dante quanto ao lugar dos maus conselheiros: vão todos eles para o inferno para se juntarem àquele que recomendou ao papa Bonifácio VIII uma pérfida sugestão. Para derrotar os adversários de Sua Santidade de então disse o mau conselheiro: “Muita promessa e pouco atendimento!” O papa foi vitorioso, porém, o assessor foi para o inferno. Vê-se, pois, que esta questão das promessas abundantes não é privativa de nossos tempos. Remonta a muito, muito tempo atrás.