A Revista Veja eletrônica publicou, em 13 de fevereiro, a notícia abaixo:
Enrolada na Lava Jato, Engevix vende empresa para levantar capital. Empreiteira fechou a venda da Desenvix, de
energias renováveis, para a sócia norueguesa Statkraft.
Foi fechada nesta sexta-feira a venda do primeiro ativo da
empreiteira Engevix, envolvida na Operação Lava Jato, com o objetivo de
capitalizar a companhia depois da paralisação de diversos empreendimentos
ligados à Petrobras. A operação foi antecipada pelo site de VEJA na
terça-feira. O grupo, cujo vice-presidente, Gerson Almada, está preso na
sede da Polícia Federal de Curitiba, fechou a venda da Desenvix, empresa de
energias renováveis, para a gigante norueguesa Statkraft, segundo fato
relevante protocolado na Comissão de Valores Mobiliário (CVM).
A Statkraft já
era dona de 44% da Desenvix e, agora, deterá o controle da empresa, ao adquirir
os 36,85% de participação da Engevix, o que totaliza o controle de 81,3% do
capital da empresa. Os 18,7% restantes serão mantidos com a Funcef, o
fundo de pensão dos funcionários da Caixa. O valor da operação é de 500 milhões
de reais, segundo a Engevix.
A Desenvix é o
braço de energias renováveis da empreiteira, que possui geradoras
e transmissoras de energias elétrica, eólica e de biomassa. A capacidade
de geração total da subsidiária é de 349 magawatts. A venda ajudará a
Engevix a levantar capital enquanto muitas de suas obras estão paradas devido
aos desdobramentos da Operação Lava Jato. Um de seus principais
empreendimentos é a refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Em novembro, o
site de VEJA revelou que um dos consórcios liderados pela empreiteira havia
conseguido liminar na Justiça para paralisar a obra da refinaria devido ao não
recebimento de pagamentos da Petrobras. A empresa também tenta negociar um
acordo de leniência junto à Controladoria Gerald a União (CGU).
Outros ativos que
estão sendo negociados pelos executivos da Engevix são os aeroportos de
Brasília e São Gonçalo do Amarante (Rio Grande do Norte). No primeiro, a
empreiteira detém 50% do consórcio que opera o empreendimento, por meio de sua
subsidiária Infravix. Está também na mesa de negociações o estaleiro Ecovix, um
dos maiores do Brasil, que foi criado em 2010 para construir cascos de
plataformas de exploração de petróleo para a Petrobras.
A operação ainda
está sujeita à aprovação de órgãos reguladores e da Funcef. Se concluída, a
Statkraft controlará todos os ativos da Desenvix, que consistem em
seis usinas hidrelétricas, um complexo eólico na Bahia formado por
três usinas, participações minoritárias em dois ativos de transmissão
de energia e quatro usinas hidrelétricas.