quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Mandarins sob suspeita




Cintilantes mandarins universitários estão sendo questionados por suas condutas em diferentes universidades brasileiras. No caso mais recente vindo à tona - o da UFMG - não se sabe, ainda, qual a natureza dos crimes pelos quais são investigados o próprio reitor e outros servidores. Eles foram omissivos ou comissivos? Talvez ambos. A Polícia Federal, escolada em investigações sobre práticas corruptas, conforme já se viu nos fatos referentes ao mensalão e ao petrolão, estica agora seus longos braços para atingir outros ramos da frondosa herança do regime lulopetista. Verdade que tudo do que são eventualmente acusados pode não passar de infundadas suspeitas. Talvez. 

Talvez tudo  não passe de pérfida manobra de inimigos políticos visando privatizar o ensino superior brasileiro, conforme alguns mestres o declararam à imprensa. Se assim for, entender-se-iam as prisões, as conduções coercitivas e a apreensão de documentos reclamados pela autoridade policial. Dificilmente, no entanto, tais procedimentos seriam autorizados por um juiz competente, caso não possuíssem fundamentos fáticos e jurídicos. Vai longe o tempo em que tudo que contrariasse interesses de corporações, tachado de perfídia neoliberal, seria aceitável. Nem as franjas mais primitivas do PCdoB, aquelas que idolatram Kim Jong-un, falam mais de neoliberalismo.   

Para aqueles que observam os acontecimentos de longe, aliás, seria inusitado que mesmo respeitáveis instituições acadêmicas ficassem livres da contaminação pela gosma petista, numa tessitura que abarcasse, ao fim e ao cabo, todas as dimensões da vida social. Qual uma negra e venenosa aranha, que vai secretando seus fios e aprisionando os que dela se aproximam, o lulopetismo foi se infiltrando em todos os níveis das instituições públicas transformando-as em zumbis a serviço de sua causa, para vergonha e decepção do povo brasileiro, que esperava uma universidade comprometida com as grandes causas que a tantos afligem. A sociedade nunca esperou, jamais, condutas ilegais e reprováveis vindas de quem quer que seja, ainda mais de qualificados professores, pesquisadores e outros técnicos.

É uma questão de compostura. Reitores precisam dar o exemplo. O beija-mão coletivo de dona Dilma por parte de uma centena deles (às vésperas das últimas eleições presidenciais, quando a caravana da subserviência aportou em Brasília), é exemplo de outras tantas magníficas genuflexões. No conceito de corrupção dever-se-ia incluir a  utilização de recursos públicos em campanhas eleitorais, notoriamente praticada entre petistas e puxadinhos, e sob vistas grossas e ouvidos moucos por quem deveria coibi-lo. Circulares anódinas com orientações de conduta em período eleitoral, repetem a velhacaria bragantina: fazer leis para inglês ver. Da mesma forma com que se agiu com relação ao tráfico negreiro, a mobilização petista continuou debaixo dos panos. E ainda continua.

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