quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Pesquisas eleitorais

Os grandes institutos de pesquisa (Datafolha e Ibope) fazem, quase que diariamente, levantamentos sobre o estado da opinião pública brasileira quanto às eleições presidenciais. Os comentaristas políticos têm, assim, material para as mais diversificadas análises a respeito. Curiosamente, há uma convergência de perspectiva entre eles: focam sempre a curva de queda de Marina Silva na preferência popular, pelas razões que imaginam ser as corretas e não cabe aqui repetir. Todos que se dão ao trabalho de ler os analistas e editoriais da imprensa independente já conhecem suas opiniões. 

Há, entretanto, um dado recorrente nas sucessivas pesquisas. Se apontam uma base quase que irremovível do eleitorado governista (algo em torno de um terço das amostras utilizadas), mais interessante é a incapacidade da candidata oficial de ultrapassar, em todos os levantamentos, a marca dos 40% - no primeiro turno - na chamada menção estimulada de preferência. Este, sim, é o dado revelador e, não, as variações sofridas por quaisquer outros pretendentes. 

Nem ao custo de inumeráveis recursos - financeiros, materiais e humanos - com a ação concertada de uma máquina de guerra solidamente instalada em todos os níveis de governo, com propaganda maciça e continuada há anos, dona Dilma consegue ir a valores acima dos 40%. Os 60% restantes que se recusam a sufragar a maléfica madame se distribuem entre diferentes candidatos com perfis e forças variáveis. 

É uma fratura exposta que assombra e sinaliza para um clima futuro de verdadeira guerra civil. Os jihadistas do PT (veja-se o caso do MST), já se antecipam em apresentar suas ameaças, seu plano de trabalho e seus objetivos. Não é por acaso, aliás, que a atual presidente manifestou, na mais recente Assembléia da ONU, suas simpatias pelos assassinos do Estado Islâmico (aquele composto por decapitadores e crucificadores de inocentes). É a natureza profunda de amantes da destruição e da selvageria que aproxima o regime petista do regime daqueles fanáticos homicidas. O DNA totalitário da turma remete, sem dúvida, a seu ascendente comum e hegemônico: o homem de Neanderthal. O componente sapiens de sua cadeia genética é parcela francamente minoritária.  

Alguns daqueles analistas referidos quase que festejam a curva decrescente de Marina Silva, esquecendo-se das condições em que as campanhas são tocadas. Nunca se viu uma campanha tão cara, em flagrante descompasso com a queda da atividade econômica brasileira e tão elevados níveis de inflação. 

Um passeio despreocupado pelas ruas dá a impressão de que o Brasil é uma poderosa sociedade afluente, próspera e luxuosa como igual não existe no mundo. Pelo volume de faixas, cartazes e desocupados agitando bandeiras e faixas pelas esquinas e praças - ao custo de bilhões de reais - fica difícil argumentar que se está a navegar num mar recessivo, com sombras negras se avizinhando no horizonte. Tal fartura em meio à escassez não passaria de reedição de novo baile da ilha fiscal. O povo sofre enquanto a nobreza dança e come à farta. 

O governismo atual age, com incrível similitude, como os nazistas na segunda grande guerra. Ao mesmo tempo que utiliza a guerra relâmpago - verdadeira blitz - com ataques maciços e ilimitados contra Marina, sem qualquer escrúpulo ou compromisso com a verdade, o petismo atua concomitantemente como o articulador de bandos de quadrilheiros e terroristas no seu esforço de produzir terra arrasada. 

Repetem o modelo aplicado na Polônia, Ucrânia e Rússia, onde os alemães possuíam unidades militares que se devotavam ao massacre de populações que haviam restado na retaguarda da linha de frente. Os blogs sujos do PT e suas entidades orgânicas (como os sindicatos e associações de diferentes perfis), se dedicam, assim, a fazer terrorismo em larga escala, e a operar mecanismos de destruição de reputações, todos financiados por empresas públicas ou, então, com recursos provindos de fontes ilícitas, sucedâneas do mensalão. Alguém denominou tal mecanismo de mensalete, dada sua similaridade com o mensalão e o petrolão. 

Apesar dos percalços na organização e condução de sua campanha, Marina Silva mostra uma incrível capacidade de sustentar seu capital de votos. Aproximadamente uma quarta parte dos eleitores não se deixou seduzir, ou ameaçar, pela truculência petista, nem pela ilusão que se quer criar quanto às maravilhas alardeadas pela propaganda oficial. 

Marina só precisaria fazer um pequena concessão publicitária em suas aparições nas TV's: permitir um choque de imagem a partir, por exemplo, do uso de algum exótico modelo de penteado afro; do descarte de adereços indígenas em prol de pedrarias nacionais, além de indumentária mais principesca e coerente com o imaginário popular. Quem sabe, uma túnica de exuberante inspiração árabe ou, então, vistosos panos de origem africana. No último debate a ser realizado pela rede Globo, Marina deveria aparecer nele como se fora a última descendente viva da rainha de Sabá, guardando vínculo da sua inefável beleza do espírito com a sedução mundana exterior. Tudo é puro, enfim, para os puros.

Engana-se quem desqualifica a importância da imagem numa campanha eleitoral e, também, na vida. Em fabulação contida em seu magnífico livro - José e seus irmãos - Thomas Mann reporta o fato que explicitou a velada hostilidade dos irmãos de José para com ele. Favorito de Jacob, José recebeu de presente do pai o rico vestido que pertencera a Raquel, sua mãe já falecida. A partir daí, os demais filhos de Jacob passaram a tramar contra José, chegando às raias da ignomínia com sua venda como escravo, para comerciantes que marchavam para o Egito. Não sem antes destruir e reduzir a farrapos a preciosa vestimenta. À imagem, todavia, deve-se acompanhar uma postura mais afirmativa que indique capacidade de liderança e de competência para dirigir o país.    

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