domingo, 23 de agosto de 2015

Lula: pai dos pobres, mãe dos ricos e amante dos banqueiros


A colunista Eliane Cantanhêde, do Estadão, escreveu hoje:
"A olho nu, não se identificaram ali (nos protestos de domingo passado) banqueiros, grandes empresários, altos burocratas, diretores de estatais, nem grandes coisa nenhuma, até porque os bancos lucraram mais de 50% em meio à crise, dirigentes partidários aliados estão numa boa e a elite incrustada nas estatais já encheu as burras, digamos, heterodoxamente. Essa é a verdadeira elite, e ela está com o PT e com Dilma, que parece estar se recuperando."
O PT não é só o partido dos trambiqueiros. É também o partido dos banqueiros, como afirmam Os Antagonistas.
Vale a pena relembrar que a primeira emenda constitucional aprovada pelo governo Lula - a EC-40, de 29 de maio de 2003 - suprimiu o conteúdo do art. 192 da Constituição Federal. Entre outras prescrições nele contidas (e que atrapalhavam os negócios dos bancos), estava a referente ao tabelamento dos juros (inciso VIII, parágrafo 3°:
"As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a doze por cento ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar"
Outro item de grande importância para as regiões mais pobres do Brasil, que vêem sua poupança drenada para o sul e sudeste, estava no inciso VII do mesmo artigo, que previa a implantação de "critérios restritivos da transferência de poupança de regiões com renda inferior à média nacional para outras de maior desenvolvimento".
Lula não foi somente pai dos pobres e mãe dos ricos: foi amante dos banqueiros. Não por acaso, a primeira ruptura política da base formada para apoiar Lula se deu após a aprovação da EC-40. Brizola, que sacou claramente quais seriam as implicações da medida, foi para a oposição ao governo petista, ao qual o PDT retornou somente após o falecimento do velho caudilho, aí já comandado o partido pela exótica figura de Carlos Lupi.  





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