terça-feira, 2 de setembro de 2014

Dona Dilma, a nona passageira

Fernando Pimentel não é o verdadeiro candidato da oposição ao governo de Minas Gerais, tal qual muitos podem imaginar. A suposta novidade, apresentada em melífluas propagandas televisivas, é só uma ilusão, que cabe desvendar, pois pode levar os eleitores mineiros a se comportar como estão fazendo, segundo indicam pesquisas de opinião que apontam Pimentel à frente da disputa estadual. Pimentel é, na realidade o candidato da pior forma de continuidade; a continuidade da corrupção, da incompetência e da mistificação que tão bem caracterizam os governos petistas. 

Pimentel saiu direto dos porões onde foram gestadas as pretensões dele, de Marcelo Crivela, de Alexandre Padilha e de Gleisi Hoffman aos governos estaduais de Minas, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, respectivamente. O palácio do Planalto operou, assim, tal como se conta naquele filme de ficção - Alien, o oitavo passageiro - onde um monstro pavoroso expele seus ovos que, após chocados, geram outros Aliens que vão se alimentar de outros seres vivos, em perpétua multiplicação. 

Dona Dilma - a nona passageira - encastelada na chocadeira palaciana, tenta reproduzir, em alguns dos principais estados da federação, as mesmas estruturas nefastas que caracterizam o lulo-petismo nacional. Não são ovos de uma simples serpente, mas de uma criatura teratológica com assombrosa capacidade para o mal.

Enviou, pois, suas crias para locais onde o petismo nunca houvera antes obtido qualquer vitória. No caso do Rio de Janeiro, fez uma inovação: terceirizou a monstruosidade através de um notório personagem - ex-ministro da Pesca - bispo de conhecida igreja neo-pentecostal, famosa pela devoção, menos ao Divino Mestre que a Anás e Caifás (oh! Senhor, onde estás com Seu chicote purificador?). 

Já em relação a Minas Gerais, Paraná e São Paulo, os escolhidos para comandar a pérfida operação foram os também ex-ministros da Indústria e Desenvolvimento (Fernando Pimentel), da Casa Civil (Gleisi Hofman) e da Saúde (Alexandre Padilha), todos eles filiados ao PT e todos, também, bem alimentados por repulsiva gosma, pois que, afinal, são os favoritos da mamãe Alien. 

Até agora, felizmente, o tenebroso projeto de dona Dilma (em estreita parceria com Lula), deu com os burros n'água no Rio, no Paraná e em São Paulo. Apenas em Minas Gerais, talvez pela soberba dos tucanos mineiros, um dos filhotes da horrenda ET trabalha com alguma perspectiva de vitória.

Caso Fernando Pimentel efetivamente ganhe as eleições para governador, este resultado será muito mais grave para o PSDB local que a derrota de Aécio no plano nacional. Aécio simplesmente não ganharia a presidência, enquanto Pimenta da Veiga perderia o governo que os tucanos controlam há mais de uma década. Não ganhar o que não se tem é uma coisa; perder aquilo que se possui é outra completamente diferente.

Os marqueteiros tucanos, ao que parece, ainda não conseguiram desenhar um novo mapa para responder à mudança do cenário eleitoral, conjuntura que se constituiu com a candidatura Marina Silva, alçada à condição de favorita, quase que incontinenti ao seu lançamento após a morte de Eduardo Campos. 

Se é difícil desconstruir Marina Silva para, então, ocupar o seu lugar (ou o lugar de dona Dilma), não seria difícil fazê-lo com Fernando Pimentel. Para o Brasil, paradoxalmente, seria um desastre se dona Dilma fosse alijada da disputa no segundo turno. Uma aliança dos petistas com Marina daria a ela uma vitória quase que certa. Produziria, no entanto, e esse é o aspecto terrível de não impossível circunstância, uma sobrevida ao PT, frustrando assim, logo no início da nova gestão, o desejo majoritário da nação de se ver livre dessa gente perniciosa que controla o Brasil há doze anos.

Para o bem do povo brasileiro, o ideal seria uma vitória de Marina no primeiro turno. Vitória indiscutível, acachapante, que afastasse possíveis veleidades dos derrotados, em especial da turma de dona Dilma, sempre ávida por uma boquinha.

A tragédia maior ficaria para os mineiros, caso tenham que suportar Fernando Pimentel e a famélica companheirada que, derrotada nos estados mais importantes, mudar-se-ia de mala e cuia para Minas Gerais atrás de alguma sinecura na CEMIG, COPASA e outras empresas controladas pelo governo mineiro. É de interesse público, portanto, que Fernando Pimentel seja derrotado mais uma vez em eleição majoritária.

Para o Brasil ficar livre da metástase emanada do Planalto (com a introdução, em Minas Gerais, dos costumes muito pouco republicanos dos petistas), algumas decisões devem ser tomadas. A primeira é mostrar, sem enrolação, os vínculos de Pimentel com as estripulias típicas de Brasília, demonstrando que Pimentel não representa nenhuma novidade, antes pelo contrário. Sua presença na disputa pelo governo mineiro significa, aí sim, a ameaçadora transfusão, para o corpo político das Alterosas, das mais antigas e detestáveis práticas em que se especializou o petismo. 

Pimentel, como se disso precisasse para ser o craque que é, saiu de Minas Gerais para se aperfeiçoar nas artes em que o lulismo é profissional. Como exemplos, basta conferir os escândalos nas empresas públicas e de economia mista controladas pelo governo federal. 

Pimentel foi o responsável, enquanto ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, por situações cuja divulgação irão deixá-lo na defensiva. A progressiva desativação da indústria brasileira é denunciada pelos próprios órgãos oficiais, sem falar na perda de parques produtivos (a Fiat, levada a se instalar em Pernambuco, e o polo de acrilatos, antes prometido para Minas e depois transferido para a Bahia), caracterizando uma inequívoca postura anti-Minas Gerais da parte do governo federal. Como ele justificaria, então, para os mineiros, sua candidatura ao governo do estado?  

Acordos e negócios do governo petista com ditaduras africanas - envolvendo recursos do povo brasileiro (BNDES) - estão gravados com o selo de confidencialidade (suas cláusulas secretas só serão conhecidas daqui a décadas, quando todos nós provavelmente já estaremos mortos); tal deliberado ocultamento viola, de cara, preceito constitucional que exige da Administração Pública a obediência a princípios como o da publicidade. 

Qual a razão de esconder do público os termos de negócios financiados com dinheiro da sociedade? Quem ficaria comprometido se o que é secreto for levado à luz? Francamente, segredo em acordos com ditaduras só podem estar a esconder situações suspeitas e, certamente, tisnadas pela corrupção.

As ditaduras africanas não esgotam o festival de explicações que caberia a Fernando Pimentel dar ao povo mineiro. As negociatas com Fidel Castro, o mais longevo ditador da face da Terra, sem falar das tratativas com o chavismo, deveriam também ser postas em debate. 

Enquanto o Brasil sofre com a falta de investimentos em infraestrutura, Cuba mereceu de Pimentel e sua turma os mais generosos recursos para a construção de moderno porto (em Mariel). Não se sabe, aliás, para que serviria tal obra, pois que Cuba nada tem para exportar, a não ser cubanos reduzidos a situação similar à de escravos. 

Ao magnífico porto segue a construção de moderníssimo aeroporto, como igual não há no Brasil. Ora, não haveria em Minas Gerais ninguém capaz de questionar, e indagar, sobre os feitos pouco heroicos do antigo guerrilheiro de festim, companheiro de armas de dona Dilma e Zé Dirceu, que preferiu beneficiar Cuba em vez de favorecer o Brasil? 

Pimentel, caso eleito governador, trará para Minas Gerais o DNA aperfeiçoado do mensalão. O candidato petista é legítimo herdeiro das práticas políticas que estão sendo renegadas em todo o país. De todos os emissários enviados por dona Dilma, para tomar de assalto os governos estaduais mais importantes, Pimentel é o único que representa uma ameaça real aos desejos, compartilhados por todos os brasileiros, de bloquear o acesso aos cofres públicos dos egressos do lulo-petismo. Padilha patina na faixa de 5% de preferência, em São Paulo; Hofman fica nos 12% a 15%, no Paraná; Crivela oscila nos mesmos patamares de Gleisi, no Rio de Janeiro, e Pimentel tem um pouco mais que um terço das intenções de voto, conforme as últimas pesquisas.

A rejeição a dona Dilma e seus cúmplices cresce a cada dia por todos os rincões do Brasil. Seria inconcebível que os mineiros, na contra-mão do sentimento nacional, passassem as mãos na cabeça dessa gente de má fama, quase que lhes dando uma absolvição pelos desatinos políticos que cometeram. A justa e generalizada repulsa provocada pela degradação dos costumes políticos brasileiros (que já não são lá essas coisas), mostram que aqueles que têm o mínimo senso de cidadania devem reagir às pretensões de Dilma e Pimentel. Para o bem do povo, ambos precisam ser derrotados. Minas não pode responder ao repto de Tancredo -  o primeiro dever de Minas é com a liberdade - elegendo um personagem de perfil tão nefasto, em nítida contraposição às gloriosas tradições da mineiridade. A eleição de Newton Cardoso para governador, tempos atrás, já bastou como ilustração, mais que suficiente, das consequências de uma escolha irrefletida.         
      

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