quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Dilma e Marina

O poder fez bem à dona Dilma. Engordou e esticou as pelancas. O rosto, não se sabe se decorrente de toneladas de pancake, botox ou cirurgia plástica, parece bunda de bebê de tão liso. É visível que fica com um carão assim meio chapado, incapaz de expressar algum tipo de sentimento; não mostra um vinco, uma ruga sequer que remeta a sofrimento ou dissabores passados. 

A vida dela deve ter sido só alegria. Uma máscara mortuária teria mais vivacidade. O estranho penteado lembra línguas de fogo congeladas. Seu atrativo fica no jeitão de caminhar, ao estilo John Wayne, pernas arqueadas de quem vive no lombo de um cavalo, pronta para sacar a pistola poderosa e fulminar o bandido no meio da rua empoeirada. Pam, pam, pam! e vamos para outro duelo, que ainda tem muita bala no coldre.

Marina Silva, ao contrário, apresenta-se cheia das marcas e cicatrizes que testemunham - na testa, nas bochechas, no pescoço, nos cabelos e nos beiços - as dificuldades de toda uma vida, em perfeita sintonia com um corpo espigado e frágil. Marina Silva exala humanidade. A outra sugere um clone inservível, um golem, mal construído como todo golem em sua falsidade essencial. 

Quando postas lado a lado, o resultado é impactante, em especial nos momentos de debates televisivos. Marina responde firme e serenamente às indagações e críticas. Dona Dilma, desajeitada nos modos e nas ideias, fica a catar num papelório que carrega, cheio de números que nem ela entende, alguma sustentação para suas enxundiosas alegações, tartamudeante. Se der uma rajada de vento, ou se alguém ligar na hora um ventilador, os papéis da madame voarão para tudo quanto é lado. Seria impagável a cena, digna de um pastelão! Talvez ela reagisse com um piripaco, em desespero, o que seria bom para ela, pois a humanizaria. O responsável pelo ventilador deverá, contudo, amarrar Marina na cadeira; evitará que seja levada pela ventania.

Vista de longe, dona Dilma remete à imagem de uma fria boneca inflável.

Nenhum comentário: