sábado, 13 de junho de 2015

Coisas e pessoas, segundo Lula


Lula da Silva é pródigo em declarações que ficarão na história brasileira. Mais incrível que seus diagnósticos, no entanto, é a receptividade deles. Como o, ainda, poderoso chefão é uma máquina de produzir discursos os mais mirabolantes, os registros precisam estar bem datados. Analfabeto funcional, o ex-presidente tece considerações, com a maior facilidade, resultantes da mistura de alhos com bugalhos, apreendidos de oitiva, pois que não lê e nunca leu nada que não tivesse a única finalidade de lhe curar da insônia. Onde estará frei Betto para lhe fazer as devidas corrigendas? Ou, então, aquele outro frade famoso, o frei Boff, que se arvoram em consciência viva do mundo?

"Ficam levantando coisas contra as pessoas", eis o cerne do discurso lulista no último dia 12 de junho de 2015, não dentro da convencional caverna de Ali-Babá, mas em luxuoso hotel de Salvador, onde se reuniu a quadrilha que o ex-presidente comanda com mão de ferro. 

"Coisas contra pessoas" deve sr entendido da seguinte maneira: a imprensa divulga "coisas", ou fatos inquestionáveis sobre os malfeitores (vale dizer, as "pessoas"), que, no limite, quer significar ele próprio - Lula da Silva - atraindo a censura pública e, pior, a atenção da polícia e das autoridades judiciárias. As "coisas", ou a roubalheira, o tráfico de influência, a corrupção ativa e passiva, a improbidade administrativa e mais um rol de condutas capitaneadas no Código Penal, atingem Lula e outros cúmplices ("as pessoas") de maneira inequívoca. 

O mais espantoso, contudo, é a conclusão que a abominável criatura retira de suas considerações. Segundo ele, as informações que a imprensa divulga caracterizariam um projeto fascista ou nazista em curso contra o povo brasileiro. Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler não teria melhor discípulo. Aliás, a bem da verdade, o famigerado führer alemão, ele sim, é quem parece ter se reencarnado no bufão que é dono do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Brasileiros, o PT.

Lula apenas sangrou na veia da verdade. O petismo é que representa uma visão de natureza totalitária da política, assim como o é o comunismo e seu meio irmão, o fascismo. Os petistas, conforme já foi visto em inúmeras oportunidades, adoram imputar aos outros aquilo que eles mesmos fazem, ou pretendem fazer. É uma clássica lição leninista, quase sempre repetida com muito sucesso. Dona Dilma, na última campanha eleitoral, mostrou que aprendeu bem a lição. 

Uma conclusão provisória pode ser tirada: o país se encontra sob a ameaça totalitária. Seria bom que os interessados nos destinos do Brasil relessem, para começar, o clássico de Hannah Arendt - As Origens do Totalitarismo.   Seria um erro gravíssimo supor que o PT se subordinará às regras - e a seus efeitos - de um processo político democrático constitucional. Os efeitos perversamente pedagógicos do que fazem os petistas - mostrar de maneira escancarada que as leis podem ser violadas sem conseqüências negativas para os violadores - fortalecem na sociedade uma descrença e uma apatia generalizadas. Os crimes dessa gente ainda pedirão que se implante, aqui, um tribunal ao estilo de Nuremberg.     

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