terça-feira, 9 de setembro de 2014

CUT, a amiga dos banqueiros

A imprensa noticia que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) vai tentar espalhar que Marina vai governar a favor dos bancos. A pelegada acha que o país se esqueceu da primeira emenda constitucional patrocinada por Lula da Silva, no início de 2003, logo após sua posse (a famosa EC-40). A memória deles é fraca, porém há gente que se lembra muito bem. Para atender aos companheiros banqueiros, Lula mandou o PT suprimir o parágrafo 3º do inciso VIII, constante do artigo 192 da Constituição Federal (a bem da precisão, ficou apenas o caput, ligeiramente alterado). Aliás, nunca é demais lembrar que o PT (capitaneado por Lula) votou contra o projeto final e recusou-se a assinar a Constituição, tal como aprovada em outubro de 1988. 

Para evitar qualquer dúvida, segue abaixo o importante trecho do artigo supra referido, no seu inciso VIII, afastado da ordem constitucional brasileira em maio de 2003:

"Parágrafo 3º - As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a doze por cento ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar." 

Os banqueiros se regozijaram. Estava livre o caminho para a cobrança de juros estratosféricos, como os cobrados em operações de crédito direto ao consumidor, cartões de crédito e cheque especial, que chegam a alcançar 150% ao ano. À época da alteração, houve a ruptura de Brizola com Lula, motivada por essa emenda. Brizola viu na medida tomada uma rendição à banca internacional. Não por acaso, os lucros do sistema financeiro alcançaram, durante o governo Lula e Dilma, níveis estelares. O PDT foi, então, para a oposição; só voltou ao colo de Lula depois que o velho caudilho faleceu. Mas aí não era mais o PDT. Era tão somente um amontoado de picaretas sob a chefia de um aventureiro inescrupuloso. 

A canalha cutista e petista, no entanto, se arvora em defensora do povo contra a volúpia dos bancos. E nem pedem desculpas por terem - no início de 2003 - nomeado Henrique Meireles, ex-presidente do BankBoston, para dirigir o Banco Central brasileiro. Meireles, além de banqueiro internacional, tinha sido eleito deputado federal pelo PSDB de Goiás. Nem tomou posse do mandato. Renunciou e foi cumprir as ordens que o grande capital estabelecera para enquadrar Lula e seu séquito de vigaristas. 

Em vista de tais fatos cabe indagar: quem é mesmo a amiga dos banqueiros? Quem subordinou a política brasileira aos ditames dos grandes financistas internacionais? Dona Dilma e sua turma deveriam ter um pouquinho mais de vergonha na cara.     

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