quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Anões canibais

As facções internas do PT estão se entredevorando. Agem como se fossem um bando de anões canibais, para pedir emprestada uma imagem cunhada pelo marketeiro oficial de dona Dilma. A espinhenta senhora achou agora de levar, para o coração de sua campanha, um tal de Miguel Rosseto, antigo militante trotskista da facção Democracia Socialista, ou DS, articulador e fiador da entrada de dona Dilma no PT, negociada com sua concomitante saída do PDT. A troca valeu à madame a permanência no secretariado de Olívio Dutra, então governador do Rio Grande do Sul. Brizola, sempre cáustico e perito em imagens bíblicas, acusou-a de se comportar como Esaú, vendendo-se por um mero prato de lentilhas. 

A oportunista dama, pelo menos neste caso, conseguiria fazer Brizola morder a língua, caso ele ainda estivesse entre nós. O prato de lentilhas transformou-se em algo muito mais suculento e valioso - a presidência da república - bem como seu desdobramento objetivo: o controle de todo o vasto sistema energético brasileiro, com especial predileção pela lama, embebida em petróleo, produzida pela Petrobrás, a mãe de todas as corrupções.

A ala lulista, de sindicalistas e pelegos profissionais, perde espaço nos porões palacianos para a parte do aparelho partidário mais à esquerda, com pendor revolucionário. Dona Dilma, forjada nos manuais leninistas, compartilha com os trotskistas o ideário da revolução permanente. Aos trancos e barrancos, vai a obesa criatura rompendo e atropelando quem se atrever a lhe passar à frente. Operando com um nível de escrúpulos próximo do zero, fará o diabo, como já prometeu, para vencer essa eleição, que para ela é uma guerra. 

A suprema ironia é que sua derrota nas próximas eleições se dará para antiga militante do PRC - Partido Revolucionário Comunista - composto por dissidentes do PC do B (considerado muito à direita), cujos nomes mais destacados eram os de José Genoíno e Tarso Genro, que se agruparam no PT, posteriormente, sob o codinome original de Nova Esquerda. 

A sopa de letrinhas das facções, grupos, tendências e similares caminha para uma desintegração irreversível. O Brasil, com efeito, vai se tornar um lugar melhor para se viver. 

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