segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Quem com porcos se mistura, farelos come

O cinismo de dona Dilma parece ser parte indissociável de seu caráter. Imputando intenções malévolas a Marina Silva, sua adversária mais competitiva, faz-lhe então denúncias e acusações completa e deliberadamente falsas, mentirosas mesmo. 

A diatribe mais ridícula é a de dizer que Marina é mulher dos banqueiros. Afirmar que Marina teria uma "banqueira" particular - a conhecida educadora Neca Setúbal - soa como uma piada de mau gosto. Se for possível afirmar que alguém tem uma "banqueira" para chamar de sua, essa pessoa é dona Dilma. Sua e do PT, é bom esclarecer. Ou será que ela se esqueceu da ex-presidente do Banco Rural - a bailarina Kátia Rabelo - que nos dias que correm anda a dançar na penitenciária de mulheres de Belo Horizonte, como decorrência de sua participação nas roubalheiras do mensalão? Pelo que consta, Neca Setúbal devota sua vida ao trabalho honesto, e não possui qualquer posição de poder no Banco Itaú, do qual detém por herança 0,5% do capital votante.

O amor dos petistas pelos banqueiros é antigo. Suas relações espúrias remontam à Emenda Constitucional 40, de maio de 2003, ainda no início da era Lula, quando foi expurgado da Constituição de 1988 o artigo 198, aquele que tabelava os juros máximos passíveis de serem cobrados no Brasil. Os banqueiros de dona Dilma exultaram. Agora estariam livres para escorchar os incautos. Para enricar mais ainda os banqueiros, os petistas internalizaram a dívida externa, de custo relativamente baixo, e aumentaram prodigiosamente a dívida interna. Esta é financiada pelos títulos públicos emitidos pelo governo, cujas taxas de juros anuais são as maiores do mundo civilizado. É algo tão assombroso que o próprio Lula reconheceu que nunca os banqueiros ganharam tanto como no seu governo. Segundo ele, R$200 bilhões de reais, uma fábula quando comparado com o que a banca ganhou no período de Fernando Henrique Cardoso (R$30 bilhões de reais). 

Frente a esses fatos e dados, somente a cara de pau de dona Dilma explicaria sua desfaçatez em acusar Marina, por algo que esta não fez e, pior, aquela não se cansou de fazer. Admitamos, só pelo prazer de polemizar que as duas candidatas tenham suas "banqueiras" de estimação. Neca Setúbal, a "banqueira" de Marina, pode andar livremente e de cabeça erguida em qualquer lugar do Brasil e do mundo. Kátia Rabelo, a "banqueira" de Dilma, está confinada entre quatro paredes, numa cela de penitenciária, após condenação a mais de 15 anos de prisão em regime fechado. 

Qual das duas - Marina ou dona Dilma - pode se vangloriar das amizades que têm? Pelos nomes que acompanham Dilma - gente como Maluf, Collor, Sarney e outros - pode-se antecipadamente dizer que Marina, sim, está em boa companhia. Quem com porcos se mistura, farelos come! 

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