domingo, 21 de setembro de 2014

Dona Dilma e Paulo Roberto Costa: presente de casamento




O engenheiro Paulo Roberto Costa foi manda chuva na Petrobrás ao longo do governo Lula, e boa parte do período de dona Dilma. Praticamente uma década inteira. Era diretor da empresa. Resolvia todos os problemas da companheirada. Recebeu, até, o título de "resolvedor geral" da república petista. Um talentarrão, como diria Eça de Queirós. Paulinho, como era carinhosamente tratado pela cúpula governista, era a personificação daquela amizade lastreada na infância ou, no mínimo, o genro que todo sogro gostaria de ter. 

Homem de bom gosto e dado a prodigalidades (em especial,  com o dinheiro alheio), Paulinho foi um dos eminentes convidados para o casamento da filha de dona Dilma, cerimônia à qual compareceram somente os bons amigos e os figurões coroados da República (quatrocentos varões e viragos da melhor extração). Não se sabe se foi a partir deste faustoso evento que a madame embirrou com sua bizarria. Suspeita-se que o presente dado por ele aos nubentes possa não ter tido a magnificência esperada pela sempre estressada e extremosa mãe. 

Num dia qualquer, após longa noite devotada ao balanço dos custos e dos benefícios do festão matrimonial, dona Dilma acordou invocada. Alegando "falta de afinidade", qual a rainha de copas e antes de qualquer veredito prévio, mandou ver, fatal: cortem-lhe a cabeça! Expulso da Corte de Dilma, lá se foi, então, o renegado Paulinho cuidar da própria vida e, claro, da vida de alguns outros mais necessitados que ele e, principalmente, dele. Os negócios, enfim, não podiam parar.

A expulsão de Paulinho do paraíso petista causou alguma perplexidade. Poucos se aperceberam dos fundamentos da drástica decisão presidencial, tendo em vista as intimidades com que viviam os referidos personagens. Mãe da noiva, porém, é assim: avalia o prestígio e o valor dos amigos pelo preço dos presentes que a filha recebe. Esse negócio de presentear com panela de pressão, forno de micro-ondas ou liquidificador é coisa de gente periférica. Há mesmo que se torcer o nariz para tantos cacarecos. 




Bandejas, então, não se deve nem pensar. São tantas dadas aos noivos, que costumam ser amontoadas em pilhas, nos cantos, entupindo os armários; só servem para ficar guardadas e, depois, passar pra frente (após rápido polimento), no próximo casório a que se estiver obrigado a comparecer. Bandejas são uma detestável espécie de moeda a circular no mercado matrimonial. Mais depreciados que elas somente os jarros de incomparável breguice, e os indefectíveis faqueiros. Ah!, sim: quadros com pintura acrílica de paisagens rurais, cheios de vaquinhas e um riacho borbulhante a serpentear atrás da casa rústica, também engrossam as dádivas desprezíveis.

Qual terá sido o presente que Paulinho deu à dona Dilma? Sabendo-se, hoje, a origem suspeita de seu dinheiro, irá ela devolver o brinde recebido do antigo parceiro e diretor da Petrobrás?





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