terça-feira, 18 de agosto de 2015

Renúncia ou suicídio


Entre as opções postas à dona Dilma parece que a renúncia vai ganhando prevalência. Ela, no entanto, é a menos provável por uma simples razão: sua saída voluntária levaria consigo a vasta corriola petista encastelada em todos os nichos do governo. Seria um suicídio indireto do PT. Já um suicídio direto da madame abriria espaço para uma composição com parte da turma, dentro de um grande acordo nacional ao qual os petistas também se integrariam. 

Boa parte das boquinhas, então, ficaria preservada. O olho da rua para militantes acostumados a coçar o saco, e a patrocinar o saqueio dos recursos públicos, ficaria afastado. A renúncia, pois, seria uma catástrofe para o PT. Ao partido interessaria uma saída da ainda presidente, mas preservando algumas bocadas suculentas que dominam. 

Acostumados à guerra de posição dentro das burocracias, não teriam dificuldades em bombardear os futuros colegas do possível governo de união (ao estilo Itamar), cuspindo para dentro em vez de escarrar para fora. 

Já um suicídio, ao estilo Getúlio, mesmo sem a dramaticidade vista nos exemplos japoneses, é uma efetiva possibilidade com excelentes resultados. Daria ao PMDB e outras forças aliadas uma cobertura emocional para não tirar todo o PT ao acordão que se constituiria. Em vez de Dilma renunciar, carregando consigo o PT (bancando a Tiradentes com o pescoço dos petistas), melhor que ela o faça com o próprio pescoço saindo da vida para entrar na história, nem que seja pela porta dos fundos. 

Em suma, Dilma vai, mas sua turma (ou ao menos boa parte dela), fica e a vida continuará em busca da normalidade e da relativa pacificação nacional. 

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