sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Irmãos siameses

Os terroristas que têm agido em diferentes partes do mundo ocidental (especialmente na Europa e na América do Norte), vão dando, a cada momento, provas do que são capazes de lançar mão para saírem vitoriosos. São capazes de tudo, assim como outra antiga e conhecida terrorista, aquela que afirmou recentemente, em alto e bom som, que seria capaz de fazer qualquer negócio para vencer determinada disputa. Esse tipo de gente não possui, de fato, quaisquer limites civilizatórios. Nenhuma interdição os constrange. Faltou-lhes o pai, o castrador que reprime, educa e amansa. São bastardos incuráveis. 

O que se vê agora nos incidentes franceses, assim como ocorre no Brasil, é a operação de um mesmo mecanismo, próprio de mentalidades totalitárias. Partindo de uma presumida representação de interesses - eles, os terroristas, que se imaginam representando o povo, os eleitos, os escolhidos ou que outro nome tenha - partem para as ações mais extravagantes e mais delirantes, sem jamais perguntarem aos representados se estes os identificam e os reconhecem como representantes. Se são rechaçados em suas pretensões, como foi o caso da experiência brasileira ao tempo do regime militar, os terroristas ainda se colocam como vítimas inocentes da repressão sofrida. A pretensão salvacionista só não é maior que a cara de pau da turma. 

Imagine-se certa distopia em momento não muito distante. Os terroristas do Estado Islâmico que barbarizam Paris, após terem assaltado, roubado, sequestrado, assassinado e aterrorizado um sem número de cidadãos ordeiros, passam a exigir do governo uma indenização pelas punições que receberam em função de seus atos reprováveis. Piada macabra se contada na França. No Brasil, entretanto, isso é fato da realidade. Aqui, os terroristas nativos ainda querem ser tratados como heróis e guerreiros do povo brasileiro. Lá, o califa que comanda o Estado Islâmico aplaudiu também, ainda ontem, os facinorosos que mataram os jornalistas do Charlie Hebdo. Não se sabe, ainda, qual lista de jornalistas condenados é maior: a do EI ou a do PT, esses irmãos siameses.   

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