quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

A barbárie avança

A estupidez totalitária se fez presente, mais uma vez, no ataque à revista Charlie Hebdo, em Paris, na manhã deste 7 de janeiro de 2015. Doze mortos e mais uma dezena de feridos - isso até agora - além da profunda ferida civilizatória, lesão que atingiu toda a humanidade. O pretexto para a agressão é de uma torpeza ímpar. A revista vítima dos terroristas faz críticas políticas e culturais, dentro da mais lídima tradição ocidental. O humor e a ironia são suas ferramentas. Fanáticos, no entanto, não aceitaram críticas humorísticas ao Islã e a Maomé. Os bárbaros islâmicos não possuem, assim como outros em diferentes lugares, nenhum senso de humor. Qualquer questionamento a suas crenças e a suas devoções corre o risco de ser retaliado com ferocidade. Exemplo famoso está na fatwa (uma espécie de sentença genérica), perpetrada por um aiatolá ensandecido há alguns anos, condenando à morte o famoso romancista indo-britânico Salman Rushdie pela sua obra Versos Satânicos.

A primeira conclusão que se pode tirar do brutal incidente é simples: esse tipo de gente, capaz de matar por divergência ideológica, não está preparada para a democracia constitucional, da maneira como o mundo civilizado a entende. Tal conclusão leva necessariamente à formulação: pode-se ser tolerante com os intolerantes?

A tragédia ocorrida não interessa somente aos franceses. Ainda recentemente bárbaros vinculados ao governismo brasileiro atacaram a redação de VEJA por discordarem de matéria publicada pela revista. O PT, o PC do B e outros partidecos satélites têm defendido posições políticas pouco diferentes daquela abraçada pelos terroristas que aterrorizaram a França. Não se deve esquecer que dona Dilma defendeu o diálogo amistoso com essa gente. 

A censura à imprensa defendida por Berzoini (atual ministro das comunicações e aloprado de carteirinha), tem como referência última a conduta dos terroristas contra a liberdade de imprensa. Seria interessante ouvir uma declaração do atual ministro das Comunicações a respeito dos fatos ocorridos. Talvez seja uma ilusão esperar seu posicionamento. Berzoini jamais fará qualquer condenação contra seus semelhantes. 

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