O partido do “Fora Temer” é uma agremiação inventada pelos
oportunistas do PT para congregar todos aqueles que, como consequência do
impeachment da presidente Dilma Rousseff, ou perderam a boquinha de que
desfrutavam no governo federal ou precisam desesperadamente de uma boia
política, por mais furada que seja, para sobreviver ao naufrágio petista.
No primeiro time estão os
grupelhos que, apresentando-se como “movimentos sociais”, recebiam fartas
verbas públicas para fazer a defesa violenta do governo petista. Destacam-se,
nessa turma, o notório Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e seu
subproduto urbano, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). São eles que,
junto com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), estão na vanguarda das
manifestações que vêm infernizando a vida dos brasileiros a título de exigir a
saída do presidente Michel Temer.
No segundo grupo aparecem os
políticos petistas que, aflitos, temiam ficar sem discurso na campanha
eleitoral, já que o PT, antes um trunfo eleitoral, se tornou um fardo. As
pesquisas de intenção de voto mostram esse peso morto: os candidatos petistas
perdem em quase todas as cidades importantes, e de maneira acachapante. Além
das agruras de Haddad em São Paulo, a tigrada está em maus lençóis em Belo
Horizonte, no Rio de Janeiro, no Recife e até mesmo em Porto Alegre, seu
tradicional reduto.
Isso explica por que, de uma hora
para outra, a campanha de Haddad deixou de lado qualquer discussão séria sobre
a cidade que ele administra de forma tão amadora e passou a vincular os
adversários do prefeito ao tal “golpe” que os petistas vivem a denunciar. Foi
Lula, em recente comício com seu afilhado, quem deu a senha: “O Doria, a Marta
e o Russomanno representam exatamente aqueles parlamentares que deram o golpe
na Dilma”. Tanto Lula como Haddad estavam usando no paletó um adesivo em que se
lia “Fora Temer, Fica Haddad” – sem nenhuma menção ao PT.
Assim, o “Fora Temer” foi
formalizado como o “partido” dessa turma, inclusive no material de campanha.
Mas, como tudo o que envolve Lula e seus sequazes, o “Fora Temer” é apenas uma
palavra de ordem. É um grito vazio, irresponsável, antidemocrático. Se a
reivindicação desse pessoal fosse o retorno de Dilma Rousseff à Presidência,
ainda haveria nisso alguma dose de racionalidade política. Mas nem os próprios
petistas – Lula à frente – querem saber de Dilma, cuja desastrosa gestão foi em
parte responsável pela formidável debacle do PT.
A reivindicação de que Michel
Temer deixe o governo, sem mais nem menos, e que se convoquem novas eleições
diretas para presidente, sabe-se lá com base em que legislação, somente se presta
a fornecer aos petistas algum discurso que lhes permita evitar a discussão de
temas mais constrangedores, como a corrupção envolvendo vários de seus
principais dirigentes e o amadorismo gerencial de Haddad, Dilma e outros
pupilos de Lula. Felizmente, a despeito do apoio que o partido do “Fora Temer”
conseguiu amealhar entre alguns incautos, parece claro que a essa associação de
intrujões está reservado, nas urnas, o profundo desprezo da maioria dos
brasileiros.
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