A reputação dos políticos, sabe-se há muito tempo, não é
lá essas coisas. Desse fato se servem demagogos eventuais para alardear suas
diferenças em relação a parlamentares que, periodicamente, disputam eleições,
tal qual está acontecendo na luta pela prefeitura de Belo Horizonte. Dizendo
não serem políticos, fazem o mais político dos discursos políticos. Apontando o
dedo podre para os adversários, pretendentes como Kalil, de ofício empreiteiro,
querem disputar e vencer os “políticos” nas eleições municipais no corrente ano
de 2016. Em São Paulo ocorre algo similar.
A reputação dos empreiteiros, no entanto, não é nenhuma
Brastemp, como se diria antigamente. Se os políticos, qual fraldas sujas, podem
- e devem - ser removidos periodicamente de suas posições, qual seria a solução
adequada para arrostar os empreiteiros malandros? Solução sedutora seria aquela
relatada pelo historiador Suetônio em sua obra sobre os Doze Césares. Calígula,
um dos mais eficientes imperadores romanos, costumava degolar os empreiteiros
que não realizassem a contento as obras contratadas. Verdade que os tempos atuais
não permitem práticas tão bárbaras, apesar da simpatia que provocaria nas
multidões.
Os casos de imperícia e de trapaças dos empreiteiros são
notórios: viadutos que desabam, coberturas de estádios que desmoronam,
passarelas arrancadas pelas águas, pistas com cobertura asfáltica que não duram
um verão, usinas de energia inadequadas, moradias populares que se esfarelam
mesmo antes de qualquer uso, os exemplos são inumeráveis. O passivo da turma capitaneada
pela Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS e outras menos votadas é considerável.
Agora, o que se observa, porém, é uma
articulação dos chamados pequenos e médios empreiteiros contra os grandes do
setor, aproveitando a crise pela qual passa o país. Parecem querer inverter o juízo
proferido por Diógenes, ao vislumbrar uma comitiva conduzindo um grupo de homens
para o cadafalso: “lá vão os ladrões grandes enforcar os ladrões pequenos”.
Em
Belo Horizonte, os empreiteiros pequenos se assanham contra os empreiteiros
grandes. A ferramenta que pretendem utilizar nessa disputa de vida ou morte é a
prefeitura da capital mineira. Por isso bradam: Kalil para prefeito, em aliança
estreita com os maluquinhos da Rede de Marina Silva e os nefelibatas do PV.
Empreiteiro fabricante de asfalto, Kalil deve ter acenado aos novos aliados com a promessa de tingir de verde - ecologizando, vá lá o neologismo - a pasta asfáltica, dando assim um novo colorido à cidade, sem se esquecer naturalmente dos acertos com os adeptos do arco íris.
Empreiteiro fabricante de asfalto, Kalil deve ter acenado aos novos aliados com a promessa de tingir de verde - ecologizando, vá lá o neologismo - a pasta asfáltica, dando assim um novo colorido à cidade, sem se esquecer naturalmente dos acertos com os adeptos do arco íris.
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