segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Mãos dadas (Carlos Drumond de Andrade)


Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente,
os homens presentes, a vida presente.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

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