sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

PAC DO VOVÔ

Velho aforismo dizia: é mais fácil ajuntar palavras do que pedras! Observando os acontecimentos nacionais nos últimos seis anos vê-se a extensão desta verdade. Seis anos, seis longos anos, e o presidente da república trepado no palanque do qual nunca desceu. Parece mesmo uma maldição similar àquela que vive o barqueiro do inferno, condenado a transportar por um tempo de duração infinita as almas dos condenados até o seu destino, sem nunca poder sair da embarcação. Assim é e assim se ouve: o impenitente falastrão fala e fala e fala, sem nunca se cansar. Alguém já viu uma foto da mesa de trabalho (?) presidencial? Limpa e lisa, sem nenhum papel para estudo e despacho, faz pensar em que momento ele se assenta para cumprir com seus deveres. Se administradores estaduais ou municipais vivem com suas mesas abarrotadas de processos, qual seria o volume do papelório a que um presidente da república estaria submetido, em vista da extensão de suas responsabilidades? Provavelmente, alguém deve estar tomando providências no lugar dele (tipo chancela eletrônica), o que será um prato para futuras análises do Tribunal de Contas. Ele certamente terá a desculpa na ponta da língua: não sabia de nada, não viu nada, não ouviu nada... O que será, por incrível que pareça, verdadeiro.

Das lorotas do Fome Zero, reduzido cabalisticamente aos resultados do seu número simbólico, passou-se ao tal Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. Palavras sobre o PAC em todos os setores da vida nacional se contam aos milhões. Melhor dizendo, em horas de discurseira. Para fazer um contraponto basta lembrar que Juscelino construiu Brasília em três anos (sem computar outras realizações). JK, no entanto, trabalhava. Lula da Silva tem alergia, mais que a jornais e a verdades, ao trabalho propriamente dito. Contenta-se, assim, em lançar palavras ao vento. E a viajar pelo mundo, claro, que ninguém é de ferro! Uma singela olhada na execução orçamentária do governo federal mostra que o conjunto dos projetos do tal PAC se arrasta a uma velocidade de cágado. Fica tudo no imaginário e no virtual. Neste cinzento período lulista, a única coisa que parece funcionar é o PAC dos velhinhos (o Viagra, ou Pílula de Aceleração do Crescimento). Esta, sim, funciona por não depender do ministério da saúde. É só ir na farmácia, e pronto! Pimba.

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