sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

BOLSA DITADURA

O dicionário Aurélio define gigolô como aquele que vive às custas de outrem. Um outro nome popular para isto é “boquinha”. Consiste ela em arrumar alguma sinecura lastreada, principalmente, nos cofres públicos, o que permite aos beneficiários uma confortável existência sem qualquer trabalho produtivo de contrapartida. É um vício incurável pois assim pode ser considerada esta prática herdada do patrimonialismo lusitano e que sofre as naturais metamorfoses que os tempos vão permitindo. O sonho clássico de consumo, em termos de “boquinhas”, era conseguir o domínio de um cartório, uma igreja ou um prostíbulo. O único esforço do controlador seria a posse da caixa registradora, diuturnamente alimentada pelo suor e a fé de outrem, ou pelas inúteis exigências burocráticas de quantas são inventadas no dia a dia. A criatividade dos gigolôs permitiu, agora, a introdução de um outro conceito para outra cobiçada mamata: o de bolsa (bolsa-esmola ou bolsa-família, espécie de cala boca destinado aos pobres e miseráveis, e de bolsa-ditadura para a companheirada de índole totalitária). Arraigada nos costumes inovadores do petismo, e no imaginário social correspondente, com efeito, a “boquinha” da bolsa-ditadura é a ambição prevalecente nos profissionais da revolução política que habitam entre nós.

A recente polêmica sobre a anistia (e seus vínculos, ou ausência deles, com a tortura do regime militar), talvez possa ser compreendida como simples mecanismo de pressão para que sejam abertos os cofres da viúva. Afinal ainda há muitos para receber o que acham ser seu “direito”, sem contar os milhares de comensais já premiados (provavelmente nem os generais imaginavam que haveria, naqueles tempos obscuros, tantos militantes de esquerda “nestepaís”). A polêmica, pois, é o bode dentro da sala, na célebre formulação. Em termos lógicos não há como evitar a comparação entre tortura e terrorismo. Ou alguém consegue justificar ameaças de explosão a aviões, seqüestros, assaltos a bancos e a, até, inocentes padarias, como atos revolucionários legítimos, principalmente quando se sabe que seus autores pretendiam, de fato, implantar a ditadura do partido único e, não, lutar pelo restabelecimento de valores democráticos? Veja-se que as posições doutrinárias do próprio PT (muito posteriores aos anos de chumbo e às teses de grupos políticos francamente defensores da guerrilha), já sinalizam para a defesa do voluntarismo, da violência e da ditadura como meios e a escatologia como fim. Basta ler textos da lavra de Tarso Genro e José Genoíno que isto ficará claro para os que querem ver.

Em função disto, não precisam as autoridades militares, ou judiciárias, ficar preocupadas com eventuais desdobramentos políticos da nova guerrilha capitaneada por Vanuchi e outros. Nada, nenhum revanchismo há nisto. O que eles querem está ao alcance das mãos e só depende do Ministério da Fazenda. Querem, mesmo, só a simples e proverbial pecúnia. Nada mais. Como bem disse Vavá: - “dá dois paus p’ra eu!” A eles, portanto, as batatas, ou os dois paus! E mande-se a conta para os otários, nós, que pagaremos tudo sem chiar.

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