Um
dia após Cunha dar início ao processo de impeachment de Dilma, Carlos Lupi
disse ao G1 que o
presidente da Câmara não tem legitimidade, por ser investigado na Operação Lava
Jato. Lupi fez tais considerações acompanhado por ninguém menos que Ciro
Gomes, o trânsfuga habitual, que reproduziu a mesma cantilena mentirosa contra
Eduardo Cunha, atribuindo a este um poder que ele não tem.
Tratar do impeachment da
madame como se fora um repeteco da luta do Dragão da Maldade contra o
Santo Guerreiro é pura empulhação. Até pela singela razão de que se há um
dragão nessa história, não é Cunha sua encarnação.
O presidente da Câmara não é
o autor do pedido de impeachment de Dilma. Em nome da verdade política, ao
menos, o autor de fato é o Povo Brasileiro. As pesquisas assim o demonstram.
Por qual razão nenhum governista defendeu um plebiscito, ou um referendum, para
pacificar a crise? Ah se deixassem o povo falar!
Cunha, tão somente, cumpriu o
papel ritual preconizado para o eventual presidente da Câmara de Deputados pela Constituição, de decidir
sobre a admissibilidade inicial do pedido; em seguida, transferiu para o corpo
parlamentar a responsabilidade da apreciação final, antes do julgamento
definitivo, encargo constitucional do Senado da República, sob a regência do
presidente do STF.
Se denúncias
envolvendo corrupção fossem critério para deslegitimar a participação política
de quem quer que seja, Lupi já estaria fora da política e do PDT há muito
tempo. O próprio Ciro Gomes não escaparia. Afinal, não recebeu ele dinheiro do
mensalão para financiar sua campanha? A lista elaborada por Marcos Valério,
referente a pagamentos e doações para a campanha presidencial de 2002, nunca
foi desmentida por Ciro. Seu tesoureiro, é bom lembrar, era Márcio Lacerda,
atual prefeito de Belo Horizonte. As informações são públicas e estão
disponíveis na internet. Quem quiser conferir não terá maiores dificuldades em
fazê-lo.
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