sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Por que não um plebiscito?


Um dia após Cunha dar início ao processo de impeachment de Dilma, Carlos Lupi disse ao G1 que o presidente da Câmara não tem legitimidade, por ser investigado na Operação Lava Jato. Lupi fez tais considerações acompanhado por ninguém menos que Ciro Gomes, o trânsfuga habitual, que reproduziu a mesma cantilena mentirosa contra Eduardo Cunha, atribuindo a este um poder que ele não tem. 

Tratar do impeachment da madame como se fora um repeteco da luta do Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro é pura empulhação. Até pela singela razão de que se há um dragão nessa história, não é Cunha sua encarnação. 

O presidente da Câmara não é o autor do pedido de impeachment de Dilma. Em nome da verdade política, ao menos, o autor de fato é o Povo Brasileiro. As pesquisas assim o demonstram. Por qual razão nenhum governista defendeu um plebiscito, ou um referendum, para pacificar a crise? Ah se deixassem o povo falar! 

Cunha, tão somente, cumpriu o papel ritual preconizado para o eventual presidente da Câmara de Deputados pela Constituição, de decidir sobre a admissibilidade inicial do pedido; em seguida, transferiu para o corpo parlamentar a responsabilidade da apreciação final, antes do julgamento definitivo, encargo constitucional do Senado da República, sob a regência do presidente do STF.


Se denúncias envolvendo corrupção fossem critério para deslegitimar a participação política de quem quer que seja, Lupi já estaria fora da política e do PDT há muito tempo. O próprio Ciro Gomes não escaparia. Afinal, não recebeu ele dinheiro do mensalão para financiar sua campanha? A lista elaborada por Marcos Valério, referente a pagamentos e doações para a campanha presidencial de 2002, nunca foi desmentida por Ciro. Seu tesoureiro, é bom lembrar, era Márcio Lacerda, atual prefeito de Belo Horizonte. As informações são públicas e estão disponíveis na internet. Quem quiser conferir não terá maiores dificuldades em fazê-lo. 

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