A melhor coisa da entrevista que o Lula deu ao Roberto D’Ávila para a
Globo News foi como sempre é, nos programas desse jornalista, o próprio
entrevistador. Bonito, elegante, educado, inteligente, sabe perguntar e sabe
ouvir, o que é, evidentemente, vital para um entrevistador.
A comparação com o ex-presidente chega a ser cruel. Lula, por mais
banhos de loja que leve, continua tosco, desajeitado, desarticulado e
deselegante.
Interrompe as perguntas do entrevistador para melhor evitar responder
com sinceridade àquilo que lhe é perguntado. Gabola, como já disse alguém, ele
está convencido que o brasileiro é besta e que acredita em tudo que ele diz. Os
palanques lhe fizeram esse mal: as plateias são convocadas e as palmas e
aplausos obrigatórios. Desse modo, o ex-presidente se convenceu que sua palavra
é sempre ouvida e respeitada.
E aí, sai dizendo tolices atrás de tolices. São frase e pensamentos que
de tão repetidos todas as vezes que ele se vê diante de um microfone, já
poderiam ser ditos em coro com os convocados para encher o espaço onde ele
fala.
De sua mãe, conta com orgulho que ela nasceu analfabeta como, aliás,
todas as nossas mães nasceram. Pena que dona Lindu não tenha aproveitado melhor
a força do filho que, já em 1975, era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos
de São Paulo, para fazer um curso de alfabetização de adultos e poder ter o
prazer de ler sozinha as notícias diárias que os jornais estampavam sobre seu
Lula. Ela faleceu em 1980.
Na entrevista que deu ao jornalista Kennedy Alencar, do SBT, em 5 de
novembro, Lula fala aquilo que repete desde sempre: que duvida que haja alguém,
seja lá quem for, que tenha se aproximado dele com um papo menos republicano,
digamos assim.
Falando com Roberto D’Ávila em 18 de novembro, esquece que quinze dias
antes deu entrevista ao SBT e menciona que há cinco anos não dá entrevistas
para não atrapalhar o governo de sua eleita! E torna a dizer que nunca
ninguém se aproximou dele com uma oferta menos ortodoxa, nem uma pera lhe
ofereceram!
Será que ele gosta de peras? Ou prefere um ’poire’? Ou é homem fiel a
uma boa cerveja? Sei lá, nunca vi o Lula em pessoa. Não sei, com certeza, do
que ele gosta, a não ser do Corinthians. Mas deduzo algumas coisas: que adora
viajar em jatinhos, hotéis seis estrelas (do tipo que oferece menu de
travesseiros), e casas de campo super confortáveis, com boas piscinas e campos
de futebol. Ah! e mesas para um bom carteado...
Peras? Que ideia!
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