segunda-feira, 21 de setembro de 2015

PT e a matriz de sua corrupção


O jurista Modesto Carvalhosa considera que o "PT estabeleceu uma estrutura de corrupção para se manter no poder". Sim, é verdade que isso aconteceu. Tal prática, no entanto, não passou de resultado natural e necessário, uma espécie de crônica de uma morte anunciada, pelo fato do PT ser aquilo que é.

O PT, e seus congêneres, têm a corrupção no DNA. Sua organização, desde o início, se escorava em dinheiro público: o imposto sindical. O montante dessa grana, hoje, se expressa em bilhões de reais ao ano. Antigamente os sindicatos se devotavam a fazer, além da costumeira representação institucional dos trabalhadores, a prestação de serviços - jurídico, educacional, recreativo etc. - às diferentes categorias profissionais então existentes. A pelegada se contentava com a cobiçada função de vogal na Justiça do Trabalho.

Agora, não. A expansão da economia e a entrada de novos atores - funcionalismo público, por exemplo - mostrou aos olhos cúpidos dos pequenos malfeitores que infestavam o ambiente sindical, que havia uma fonte quase inesgotável e virgem passível de ser utilizada para financiar as atividades políticas partidárias. Lançaram-se, então, a ocupar o máximo do campo de caça, disputando com outros agrupamentos de esquerda o controle de um dinheiro sobre o qual não se precisava prestar contas. Isso mesmo, não é só a OAB quem está livre do dever de se explicar frente ao TCU; os sindicatos, igualmente, gozam desse privilégio corporativo. 

Ora, seria ingenuidade colocar gente do tipo Vacari, Delúbio, Lula, Berzoini, Gushiken e outros, tomando conta do cofre e achar que eles não fariam uso ilícito do dinheiro. A situação se agrava por um motivo adicional. As eleições sindicais são fraudadas. Uma oposição eventual só consegue vencer por absoluta incompetência ou desinteresse dos que controlam o sindicato. Caso notório e similar é o domínio que o PC do B tem de entidades estudantis. A UNE é um aparelho partidário há décadas. As regras para sua eleição são uma piada de mau gosto. Só falta declarar que "é obrigatória a afiliação do pretendente ao PC do B". 

Uma das mudanças fundamentais no financiamento eleitoral é obrigar os sindicatos a prestarem contas ao TCU e punir severamente os desvios que eles cometem, há tanto tempo que muito dele ainda passará, até que a boca torta pelo uso do cachimbo se endireite. 

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