quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Quem mesmo é preconceituoso?

Lula da Silva divulgou nota, que teria redigido (incrível, porém, possível), para lamentar declarações preconceituosas contra eleitores nordestinos que deram a vitória a Dilma na região. Estufando o peito e enchendo as bochechas de vento, o boquirroto sindicalista quer, agora, levantar a bandeira do mais rasteiro chauvinismo, contra aqueles que criticam o voto governista costumeiramente apurado nos grotões do Brasil.

Os brasileiros não têm preconceito contra os nordestinos. Prova disso é a origem dos últimos presidentes da república: Sarney, Collor, Itamar (nasceu na Bahia), e o próprio Lula. Mesmo os que nasceram em Minas Gerais não podem ser dissociados do Nordeste, em vista das características da própria formação do estado ao longo de sua história. Em Minas há, inclusive, larga faixa de território classificada como pertencente ao mesmo semi-árido nordestino. 

A verdade é que o voto do Nordeste já foi majoritariamente   da ARENA, depois do PDS, em seguida do PFL, do PMDB, do PSDB e, agora, do PT. Mais que um voto ideológico ou partidário, é um voto governista, governista em prol do governo atual, que seja bem dito, qualquer que seja ele.

As elites brasileiras, das quais sua parcela nordestina é das mais nefastas - basta cotejar os indicadores sociais de Alagoas, Piauí e Maranhão, por exemplo, com os observados no Sul e Sudeste - sempre trataram o povo à base da mentira e das falsas promessas, quando não a pontapés. Um sujeito embrulhão como Lula acenou aos nordestinos com miragens, como a transposição do rio São Francisco, na mais perfeita cara de pau que se tem notícia. Tal vigarice jamais se concretizará por total inviabilidade, já sabida e denunciada há anos.

No início da era Lula da Silva, seu então ministro José Graziano (atual representante do Brasil, e dirigente, da FAO) explicitou o sentimento que vai na alma dessa gente perversa. Relembremos: Em palestra na Federação das Indústrias de São Paulo o tal Graziano aconselhou os empresários. Disse-lhes com todas as letras que se não houvesse uma contenção dos pobres no Nordeste, eles continuariam a invadir São Paulo, e os ricos teriam que continuar a andar de carro blindado, para se protegerem da violência que os baianos, pernambucanos, paraibanos, cearenses e outros eram portadores. Tal absurda consideração se deu no dia 7 de fevereiro de 2003. José Graziano explicitou, apenas, aquilo que vai no âmago das convicções daqueles que nos governam e infelicitam até hoje. 


Nenhum comentário: