quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Metamorfose: o PMDB é o PT amanhã

Os resultados eleitorais do primeiro turno mostram que o PMDB é o PT de amanhã: faces de uma mesma moeda. De partidos com pautas originariamente urbanas caminham, juntos, para os imensos grotões cevados no mais puro assistencialismo e proverbial corrupção. São irmãos siameses que resolveram dividir o butim, em vez de se entredevorarem com ferocidade, como o fizeram em certo momento, até descobrirem o quanto seu DNA eram compartilhado. Agora, sim, assumiram que estão irmanados e condenados a um destino comum.    

O PT e o PMDB não gostam de pobres. Eles gostam mesmo é da pobreza. A perpetuação desta através de políticas compensatórias (receituário clássico do Consenso de Washington), só estatizou a caridade pública (há página memorável de Eça de Queirós, em "O conde de Abranhos", onde o notável escritor português satiriza tal procedimento, vislumbrado por ele com mais de um século de antecedência). A pobreza é nossa, nós é quem sabemos cuidar dela, não se cansam de proclamar os governistas mais graúdos, capitaneados pelos pobres Lula, Dilma, Marta Suplicy, Josué Alencar e outros do mesmo ou maior calibre. A tais figuras se ajunta um patriciado multitudinário e voraz que adora saquear o erário, os fundos de pensão e empresas públicas e de economia mista (como os Correios, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e a mais cobiçada de todas: a mastodôntica Petrobrás, sem desconsiderar as demais, cuja listagem preencheria páginas e páginas em tamanho padrão e fonte corpo doze).   

O circo de horrores, que ambos os partidos protagonizam, pode ser vislumbrado com a recuperação de práticas que eram consideradas extintas na política brasileira. A mais exuberante e significativa delas foi trocar o voto por uma dentadura - episódio envolvendo dona Nalvinha, no município de Paulo Afonso, na Bahia - numa recuperação de costumes típicos dos mais atrasados coronéis nordestinos, coisa digna de minucioso trabalho arqueológico. Quando Victor Nunes Leal escreveu "Coronelismo, enxada e voto", já não se usava mais tão patético modelo de conquista de eleitores. O máximo de cafajestice era fornecer a um pobre diabo qualquer apenas um pé de botina, ou alpercata (antes da votação), e o outro pé, depois, em conformidade com a fala das urnas.

Misturando canalhices soterradas com outras recém paridas, os petistas ameaçam com a supressão da bolsa família, caso as oposições sejam vitoriosas no Brasil. O método terrorista não garante, contudo, os resultados que esperam. A gratidão não é variável política. Nunca foi. Nem Jesus, que promoveu a cura de leprosos e outros doentes, recebeu deles sequer a esmola de palavras de agradecimento. Somente um ou dois desavisados se dignaram a dizer um muito obrigado. 

A ampla cobertura das rádios e das TV's difundem por todo o Brasil as roubalheiras e a corrupção endêmica, marca característica do atual governo. O povo parece desconfiar que, a continuar desse modo, não sobrará dinheiro nem para o modesto adjutório que recebe todo mês. A onda de rejeição aos irmãos siameses, qual uma tsunami, ainda alcançará aqueles que não foram tocados pelo repúdio a tão formidável quadrilha.

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