quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Cirstianizando dona Dilma

Na postagem do dia 04 de agosto - Dona Dilma ao mar - foi apontada, aqui neste blog, a trairagem de Fernando Pimentel com dona Dilma. Sua equipe de campanha inundou Belo Horizonte com vistosos adesivos para veículos, com um detalhe importante: sem qualquer menção à candidatura presidencial. A de agora, entretanto, não seria a primeira pernada que Pimentel aplica na companheirada do PT. Em 2008, ele puxou o tapete dos pretendentes petistas à prefeitura da capital mineira. Apoiou, junto com Aécio, a candidatura de Márcio Lacerda do PSB, que foi o vitorioso.

O jornal O Globo publica na edição de hoje - 06 de agosto - questionamentos havidos na reunião da Executiva nacional do PT, a respeito de uma chapa Pimentécio (Pimentel mais Aécio), que estaria sendo gestada em Minas Gerais. Pimentel, como não podia deixar de ser, negou estivesse escondendo dona Dilma e alegou que "houve um erro de gráfica" na confecção de suas peças publicitárias. O jornal ainda acrescenta: "Dilma também não é citada no jingle de Pimentel". Acredite quem quiser, na explicação do ex-ministro de Dilma. Pimentel sabe que dona Dilma é uma bola de ferro amarrada no saco. Do jeito que as coisas andam, ela vai para o abismo e vai levá-lo junto. Esperto, finório mesmo, Pimentel busca pegar uma carona no nome de Aécio, deixando a madame pra trás, pois que esta lembra u'a mala velha, sem alça e com rodinha quebrada. Aí tem, certamente, o dedo inefável de Walfrido Mares Guia, o maior especialista nessas tramas políticas e eleitorais. Consta ser invenção sua o Lulécio (Lula e Aécio, em 2002) e o Dilmasia (Dilma e Anastasia, em 2010). Walfrido é tão sagaz que conseguiu se transformar, de inimigo capital dos petistas, em amigo de infância de todos eles.

Pimentel busca repetir, também, a experiência exitosa de 1950, quando Cristiano Machado, candidato a presidente pelo PSD, foi abandonado pelos companheiros, que preferiram apoiar Getúlio Vargas, o vitorioso, enfim, pelo velho PTB. Daí veio o verbo "cristianizar". Minas tem mais exemplos famosos. Bradando o bordão Jan-Jan (Jânio e Jango), cristianizaram Milton Campos, que era adversário de Jango na disputa pelo cargo de vice-presidente, em 1960. Milton Campos foi derrotado até em sua terra natal. Dona Dilma é a próxima vítima. Vai se juntar, também, a Ulisses e Quércia, cristianizados pelo PMDB em 1989 e 1994, respectivamente. Bem vinda, dona Dilma, à lata de lixo da história.
 

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