segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A estética de Pimentel

A campanha de Fernando Pimentel - ex-ministro de dona Dilma - ao governo de Minas vai se atrelando, cada vez mais, à campanha de Aécio à presidência da república. Os tucanos têm um nó estratégico a desatar, ou cortar, ao estilo de Alexandre, o grande, em Górdio. Aécio tem baseado sua pretensão na crítica à nefasta continuidade dos governos petistas nos últimos doze anos. Pimentel faz o mesmo: questiona os últimos doze anos de hegemonia do PSDB na política mineira. Aécio e Pimentel batem na mesma tecla. As palavras de um podem ser substituídas perfeitamente pelas do outro. Pimenta da Veiga perde-se em platitudes - parece até que é dona Dilma falando - num discurso vazio frente à ofensividade de Pimentel. De fato, é uma situação esquizofrênica: apoiar a continuidade de Dilma e a mudança em Minas Gerais ou, ao contrário, apoiar a mudança no nível federal e a concomitante permanência do quadro regional. Tão estranha antinomia cria para, o eleitor comum, uma situação de perplexidade.

Pimenta da Veiga ainda não encontrou a manobra para sair do curé em que se encontra. Pimentel, sempre mais velhaco, constrói  um pano de fundo que o possibilite pegar uma carona na provável vitória de Aécio em Minas Gerais. Já lançou dona Dima ao mar, omitindo seu nome em peças publicitárias, situação confirmada, apesar de negada, pelo uso de uma estética de campanha que apela mais para o azul e amarelo que para o vermelho e branco tradicionais. O agressivo rubro do PT vai-se dissolvendo em tons do ouro e do azul peculiares dos tucanos. É algo insidioso, como o veneno que se administra gradativamente, através de um contrabando no imaginário popular. Pimentel vai, assim, parasitando o projeto nacional de Aécio, qual uma rêmora que se agarra junto às guelras do tubarão.

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