sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Brasília faz mal à saúde


De repente, não mais que de repente, figurões da república afastam-se de seus cargos por alegadas razões médicas. Um está com problema de coluna, outro com próstata bichada, outro mais com hemorroida exposta e por aí vai a tenebrosa lista. Isso sem falar nos loucos, nos desequilibrados, nos exibicionistas patológicos, nos portadores de aneurismas, nos pederastas e nos pedófilos, uma listagem da espessura da CID, catálogo internacional das doenças. 

Há um conjunto atual de malandros que, tal como frei Betto, que também pulou fora do governo Lula pouco antes de explodir o mensalão, tais malandros, repita-se, pediram demissão a Temer, o que prova o valor de boa rede de informantes para fazer sucesso entre os seus chegados. Mas o fizeram agora, às vésperas da publicação da delação da Odebrecht, a delação do fim do mundo. Viu-se, portanto, dois dos mais notórios personagens do Planalto pedirem pra operar ou cagar, e saindo. 

Tomara que tudo não seja mais que singela paranoia a acometer os cidadãos, todos de saco cheio das bizarrices do período lulo-dilmista. Temer ainda tem algum crédito. A herança que recebeu de Dilma e Lula, mais que maldita, o deixaram engessado em algumas de suas escolhas. Afinal, viver não é preciso; só o navegar, com a ajuda de mapas, instrumentos e estrelas, é preciso. Michel Temer, no fundo, no fundo, é herdeiro da milenar sabedoria dos fenícios. O Brasil conta com tal herança. A carga morta ou inútil deve ser lançada ao mar.

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